By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: AEN
A Justiça do Paraná confirmou em segunda
instância, nesta terça-feira, 7, a condenação do ex-governador do Estado Beto Richa (PSDB) e de sua esposa, a secretária de Desenvolvimento Social
do Estado Fernanda Richa, por uso indevido de verba pública em
uma “parada técnica” em Paris, na França, durante viagem
oficial do casal em 2015. A condenação determina que eles ressarçam os cofres
públicos – o valor ainda será calculado. A defesa do político diz que vai
recorrer da decisão.
Com isso, a Executiva do PSOL do Paraná
decidiu em reunião que pedirá a impugnação da candidatura do
tucano ao Senado nas eleições 2018, com base na Lei da Ficha Limpa. O partido
vai alegar que, após condenação em segunda instância o tucano está inelegível.
Apesar disso, no voto dos desembargadores da 4ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Paraná (TJ-PR), não houve pronunciamento sobre o cometimento de
eventual crime contra o patrimônio público.
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Conforme a ação, Richa, então
governador do Paraná, e sua esposa, Fernanda, seguiam com mais duas pessoas
para uma missão oficial na China e na Rússia, onde o tucano tentaria atrair
investimentos para o Estado. No caminho, porém, a comitiva fez uma “parada
técnica” de dois dias, no final de semana, em Paris, na França, onde não havia
compromissos oficiais.
Na cidade, o casal ficou no Hotel
Napoléon, com classificação cinco estrelas, localizado próximo ao Arco do
Triunfo e onde a diária custava cerca de 250 euros por pessoa. Na época, o
governo justificou a acomodação na cidade por não haver voos entre Paris e
Xangai. Porém, na ação, foram anexadas fotos do hotel e comprovantes de que
havia pelo menos outras três alternativas de rotas – mais baratas – para se
chegar à China sem a parada na capital francesa.
O julgamento no TJ-PR vinha se
arrastando desde o final de junho, por causa de sucessivos pedidos de vista. A
votação final foi de três votos a dois para rejeitar recurso da defesa do
casal, mantendo a condenação. A ação popular foi ajuizada por advogados do
escritório Bentivenha Advocacia Social e militantes do PSOL e do PSTU do
Paraná. O caso foi julgado inicialmente em junho de 2017 pelo juiz Roger
Vinicius Oliveira, da 3ª Vara da Fazenda Pública.
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Outro lado
Em
nota, a defesa de Beto Richa informou que entende que a decisão é “equivocada”
e que entrará com o recurso após a publicação do acórdão. “Reafirma também seu
posicionamento em função de o ex-governador ter restituído voluntariamente as
sobras de diárias ao final da missão internacional, que teve como objetivo a
busca de novos investimentos e oportunidades de empregos para o Paraná. Reitera
ainda que os valores ressarcidos foram superiores aos utilizados na parada em
Paris. A devolução de diárias por parte do ex-governador Beto Richa sempre foi
uma prática comum durante a sua gestão”, diz a nota.
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