quarta-feira, 9 de maio de 2018

Prefeito de Santa Terezinha de Itaipu é preso em operação do Gaeco


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC Imagem: RPC

O prefeito de Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do Paraná, Cláudio Eberhard (PSDB), foi preso preventivamente pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta quarta-feira (9), durante a deflagração da Operação Saruê.
A ação apura uma suposta associação criminosa formada por servidores municipais e empresários da cidade envolvendo a desapropriação de terrenos e a criação de loteamentos.
Durante a operação foram cumpridos mandados de prisão preventiva ainda contra o vereador Antônio Luiz Bendo, o Bim (PP), um servidor público - ex-secretário municipal - e três empresários, um deles de Marechal Cândido Rondon, também no oeste. 
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O prefeito e o vereador tiveram as funções públicas suspensas pela Justiça. Com isso, a vice-prefeita, Neide Mariot Corrente, deve assumir o comando do município.
Depois de passar por exames no Instituto Médico-Legal (IML), Cláudio Eberhard foi encaminhado para a Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu 1 (PEF 1).
A defesa do prefeito, representada pelo advogado Rogério Botelho, disse que ele nega o envolvimento em qualquer fato ilegal e que provará sua inocência no decorrer do processo.
O advogado Kaio Veloso, que defende o vereador Antônio Luiz Bendo, disse que ainda não teve acesso aos autos e que seu cliente nega o envolvimento em qualquer fato ilícito.
Apreensões e flagrantes
Os agentes também prenderam em flagrante por porte ilegal de arma um funcionário da Guarda Patrimonial do município que fazia a segurança privada na casa do prefeito e o gerente de um frigorífico.
Os mandados de buscas e apreensões foram cumpridos na Prefeitura de Santa Terezinha de Itaipu, na Câmara Municipal, em casas e empresas dos investigados.
Além de documentos, telefones celulares e computadores, os agentes recolheram o equivalente a cerca de R$ 190 mil em dinheiro e mais de R$ 430 mil em cheques. 
Fraudes
De acordo com as investigações iniciadas em 2016, o prefeito editou decretos de utilidade pública para a suposta expansão de áreas industriais que, entretanto, tinham como objetivo desvalorizar terrenos particulares de interesse de um grupo ligado a Eberhard.
Depois de vendidos os terrenos, os decretos seriam revogados e projetos de loteamento aprovados para beneficiar empresários do grupo, garantindo lucros ainda maiores, aponta o Ministério Público Estadual (MP-PR). Segundo o apurado, a desoneração chegaria a 50% no valor dos terrenos.
O promotor Tiago Lisboa comentou que no gabinete do prefeito foram apreendidos mapas com projetos de loteamentos em áreas compreendidas pelos decretos de desapropriação.
"O prefeito editou em 2015 estes decretos de desapropiração com a finalidade a princípio de ampliação da área industrial. Descobrimos que aparentemente houve um desvio de finalidade. E, várias pessoas físicas, vários donos destes imóveis nesta área antes considerada rural, foram atingidos por estes decretos e tiveram os imóveis depreciados. Foi aí que o grupo passou a atuar", destacou.
São investigadas ainda possíveis fraudes em licitação e fraudes na execução de contratos de revestimento de ruas.
Os envolvidos devem responder por crimes de fraudes em licitação, falsidade ideológica, extorsão e associação criminosa. 

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