By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC – Imagem: RPC
Trechos do interrogatório do dono da construtora Valor, Eduardo Lopes
de Souza, principal delator da Operação Quadro Negro, foram divulgados,
com exclusividade, pelo Paraná TV 2ª Edição desta segunda-feira (14).
A investigação apura desvios de R$ 20 milhões da construção e reforma de escolas estaduais.
No depoimento, prestado na semana passada, o delator explicou como
funcionava o esquema de desvios e revelou nomes de políticos que,
segundo ele, se beneficiaram da fraude.
O processo, que tramita na Justiça Estadual, está na fase de novos
interrogatórios de parte dos réus. A Justiça diz esperar agora mais um
depoimento do ex-diretor da Secretaria Estadual de Educação do Paraná
(Seed) Maurício Fanini, que está preso em Brasília.
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No interrogatório, o dono da construtora reafirmou o que disse na
delação que fez em Brasília e que foi homolagada pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, relator da Quadro Negro na
corte.
Valdir Rossoni e campanha de Beto Richa
No depoimento, o delator contou que houve pagamento de propina para
assessor do deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), Gerson Nunes,
relacionado a obras em Bituruna, no sudeste do Paraná.
A defesa de Valdir Rossoni afirmou que Eduardo Lopes de Souza falta com
a verdade e não sabe porque Rossoni teve o nome mencionado pelo
delator. A defesa afirma, ainda, que quando se manifestar no processo,
os fatos serão esclarecidos.
O advogado de Gerson Nunes disse que o cliente teve um ou dois contatos
com o delator e que nunca tratou dos assuntos relatados por ele.
Informou também que, como ocupava o cargo de chefe de gabinete da
presidência da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), tinha que
receber várias pessoas.
A defesa de Mauricio Fanini disse que não vai se manifestar. A reportagem ainda não teve retorno da defesa de Pepe Richa.
Já Marcelo Richa afirmou que as suposições do dono da construtora são
inverídicas e sem provas. Ele rechaçou que tenha recebido dinheiro e
ressaltou que não conhece ou teve qualquer contato com Souza.
Beto Richa e o PSDB disseram que são falsas as informações prestadas
por um criminoso confesso que busca se livrar dos graves crimes
cometidos e tenta, sem fundamento ou prova, envolvê-los nesses ilícitos.
O ex-governador afirmou também que tão logo teve conhecimento das
denúncias sobre fraudes na construção das escolas, determinou a imediata
realização de investigação que deram início à Operação Quadro Negro.
Disse, ainda, que os servidores públicos envolvidos foram demitidos, e
ações judiciais determinaram o bloqueio de bens para o ressarcimento dos
cofres públicos.
Pessoas ligadas a Richa e dinheiro para Ademar Traiano
No interrogatório, o delator revelou a participação do ex-diretor da
Seed Maurício Fanini e de Luiz Abi, Ezequias Moreira e Ricardo Rached,
pessoas ligadas ao ex-governador, na arrecadação de dinheiro para a
campanha de reeleição de Richa.
A defesa de Ricardo Rached afirmou que a delação não apresenta prova,
que ele não trabalhou na campanha política de Beto Richa em 2014, que
não conhece Souza e nunca teve qualquer proximidade com Fanini.
O advogado de Luiz Abi declarou que ele jamais trabalhou para captação de recursos da campanha do ex-governador.
A defesa de Ezequias Moreira disse que ele não é investigado e foi
ouvido como declarante, que ele respondeu a todas as perguntas em
respeito e colaboração com as investigações. O advogado também afirmou
que as informações do réu delator não são verdadeiras e durante o
processo as mentiras serão desmascaradas.
Ademar Traiano afirmou, em nota, que assegura a lisura das suas ações e
que a Justiça deve agir na plenitude de suas competências.
Deputados, presidente do TCE, Cida Borghetti e Ricardo Barros
O dono da construtora Valor afirmou que pediu dinheiro extra ao
deputado estadual Plauto Miró (DEM) para tocar obras de escolas. Segundo
ele, o deputado cobrou pedágio de 10% para liberar o dinheiro do
aditivo.
Souza também disse que repassou dinheiro das obras das escolas
estaduais para o caixa dois da campanha do então candidato a deputado
estadual Tiago Amaral (PSB), em 2014.
O pai dele, Durval Amaral, presidente do Tribunal de Contas do Estado
do Paraná (TCE-PR), agradeceu pessoalmente a doação, segundo o delator.
Ainda de acordo com o dono da construtora, o então deputado federal
Ricardo Barros (Progressistas) acertou mesada de R$ 15 mil para o
cunhado Juliano Borghetti, em troca de cargo na vice-governadoria, que
era ocupada pela mulher dele e irmã de Juliano, Cida Borghetti
(Progressistas)
A defesa de Miró declarou que não vai se manifestar a respeito do depoimento.
Durval Amaral afirmou que as declarações do delator são uma retaliação,
que foi ele quem mandou suspender os contratos, pagamentos e aditivos
das obras, destruindo o esquema que Souza participava.
Tiago amaral disse que a denúncia não é verdadeira e que quanto mais
rápido avançarem os procedimentos, antes vai ser esclarecido que ele não
tem nada a ver com o que está sendo investigado.
O PSB afirmou que não recebeu nenhuma doação direta para Tiago Amaral e não doou para a campanha dele.
Cláudia Gregório, chamada de Claudinha no depoimento, não respondeu ao contato da reportagem.
A defesa de Juliano Borghetti nega as acusações e diz que o depoimento
do delator confirma mais uma vez que ele não teve qualquer relação com
os desvios apurados na operação.
Cida Borghetti também negou as acusações e afirmou que a funcionária
citada no depoimento é concursada e nunca cumpriu expediente na
vice-governadoria.
Ricardo Barros negou a acusação de troca de cargo e informou que não pediu qualquer vantagem.
O advogado de Marilane Firmino, chamada de Mari no depoimento, afirmou
que ela não foi denunciada no processo, e, por isso, não vai se
manifestar.
Assista aqui os depoimentos.
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