By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Alex Ferreira (Agência Câmara)
Na denúncia aberta contra o deputado federal EduardoBolsonaro (PSC), nesta sexta-feira, 13, a procuradora-geral da República,
Raquel Dodge, detalha a acusação da jornalista Patrícia de Oliveira Souza Lélis
de que ele disse, através do aplicativo Telegram que iria acabar com a vida
dela e que ela iria se arrepender de ter nascido.
Vários prints das conversas foram anexados, em que é
possível acompanhar a evolução das ameaças, feitas após Bolsonaro postar no
Facebook que estaria namorando Patrícia Lélis e ela ter negado.
BOLSONARO: "Sua otária! Quem você pensa que é? Tá se
achando demais. Se você falar mais alguma coisa eu acabo com sua vida"
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PATRICIA: "Isso é uma ameaça???"BOLSONARO:
"Entenda como quiser. Depois reclama que apanhou. Você merece mesmo.
Abusada. Tinha que ter apanhado mais pra aprender a ficar calada. Mais uma
palavra e eu acabo com você. Acabo mais ainda com a sua vida"
PATRICIA: "Eu estou gravando"
BOLSONARO: "Foda-se. Ninguém vai acreditar em você.
Nunca acreditaram. Somos fortes"
PATRICIA: "Me aguarde pois vou falar"
BOLSONARO: "Vai para o inferno. Puta. Você vai se
arrepender de ter nascido. O aviso está dado. Mais uma palavra e eu vou
pessoalmente atrás de você. Não pode me envergonhar.
PATRICIA: "Tchau"
BOLSONARO: "Vagabunda"
PATRICIA: "Resolvemos na justiça. É a melhor
forma"
BOLSONARO: "Enfia a justiça no cú"
A operadora do telefone registrado nas conversas confirmou
que ele está vinculado a Bolsonaro desde 12/12/2013. Raquel Dodge considerou
ser 'clara a intenção do acusado de impedir a livre manifestação da vítima,
valendo-se de ameaça para tanto'.
"Relevante destacar que o denunciado teve a preocupação
em não deixar rastro das ameaças dirigidas à vítima alterando a configuração
padrão do aplicativo Telegram para que as mensagens fossem automaticamente
destruídas após 5 (cinco) segundos depois de enviadas. Não fossem os prints
extraídos pela vítima, não haveria rastros da materialidade do crime de ameaça
por ele praticado. A conduta ainda é especialmente valorada em razão de o acusado
atribuir ofensas pessoais à vítima no intuito de desmoralizá-la,
desqualificá-la e intimidá-la", escreveu.
A pena mínima estabelecida a Eduardo é de um ano de
detenção, ele pode ser beneficiado pela Lei de Transação Penal, desde que não
tenha condenações anteriores, nem processos criminais em andamento. Se cumprir
as exigências legais, a proposta de transação penal é para que Eduardo
Bolsonaro indenize a vítima, pague 25% do subsídio parlamentar mensal à uma
instituição de atendimento a famílias e autores de violência doméstica por um
ano, além de prestação de 120 horas de serviço à comunidade. O relator do caso
no STF é o ministro Roberto Barroso.
O Estado procurou o deputado Eduardo Bolsonaro por meio de
seu celular e de seu gabinete, mas não obteve resposta nesta sexta-feira, 13.
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