By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: FOLHA DE S PAULO – Imagem: Divulgação
O déficit
primário do governo foi o pior da história tanto para meses de julho quanto
para o acumulado do ano.
Dados
divulgados pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (29) mostram que as despesas
superaram as receitas em R$ 20,1 bilhões no mês passado, o que levou o rombo do
ano a R$ 76,2 bilhões.
No
acumulado de 12 meses, o deficit é de R$ 183,7 bilhões —ou seja, R$ 24,7
bilhões acima da nova meta fiscal, mais folgada, de R$ 159 bilhões (o objetivo
anterior era um rombo de R$ 139 bilhões).
O
aumento das despesas com Previdência e com pessoal explica parte desse quadro.
No ano, esses gastos aumentaram 6,9% e 10,9%, respectivamente.
O resultado
negativo também tem a ver com nova frustração de receitas no mês passado.
Somente
no mês passado, a arrecadação da Receita Federal veio R$ 6 bilhões abaixo do
esperado, o que foi influenciado principalmente pela baixa adesão à repatriação
de recursos no exterior (R$ 1,4 bilhões em frustração de receitas) e de R$ 4,7
bilhões a menos no recolhimento de imposto de renda das empresas.
PRECATÓRIOS
De
acordo com a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, o rombo acumulado em 12
meses está particularmente grande também porque o governo antecipou para maio e
junho o pagamento de precatórios (pagamentos determinados por decisões
judiciais) que normalmente são quitados no fim do ano.Se esse adiantamento não
tivesse sido feito, o deficit acumulado em 12 meses seria de R$ 165,6 bilhões,
montante mais próximo da nova meta de um deficit de R$ 159 bilhões para este
ano e o próximo.
"Sem
a antecipação dos precatórios já estaríamos muito em linha com a nova meta
proposta", defendeu Vescovi.
De
acordo com ela, foi o deficit maior do que o programado para o mês passado que
fez o governo revisar o objetivo fiscal para o ano.
"Tivemos
um deficit maior que o programado para o mês, o que nos acendeu o alerta para a
meta anual e redundou na proposta do governo para termos discussão em torno de
uma meta diferente", afirmou.
Sobre
o processo para a votação das novas metas, que precisam ser aprovadas até
quinta-feira (31) sob pena de ser enviado um Orçamento fictício para 2018,
Vescovi afirmou que uma avaliação jurídica está sendo feita sobre a questão.
"Há duas possibilidades. Uma peça orçamentária
cumprindo a meta atual, ou uma peça da meta proposta, se houver aprovação na
CMO", disse. "Até o ano passado era muito comum que a LDO [Lei de
Diretrizes Orçamentárias] fosse aprovada mais para a frente. Isso demanda uma
avaliação jurídica, estamos acompanhando de perto."
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