By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: O DIA – Imagem: Divulgação
O delegado titular DH, Fábio Cardoso, disse que a polícia já identificou alguns homens como suspeitos do crime. Inicialmente, foi divulgada uma versão de que as vítimas teriam sido torturadas, mas o delegado desmentiu essa informação.
"Os traficantes confundiram os dois como informantes, os famosos x-9. A investigação da DH mostra isso. Eles desapareceram no Parque Esperança e foram mortos no Final Feliz, ambos no Chapadão. Sabemos que usaram o Fox Preto de um deles para desovar os dois corpos. Não teve tortura, eles foram mortos a tiros", contou.
Elias Souza, pai de Jorge Fernando, diz que eles trabalhavam como taxistas em um ponto no Village Pavuna, na Zona Norte, e foram pegos por se recusarem a transportar traficantes em fuga. "Durante uma operação policial no domingo à noite, os bandidos deram uma ordem para que os taxistas os retirassem da comunidade. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. O meu filho e outros recusaram a ordem e eles levaram os motoristas a um determinado local do Chapadão. Balearam três. Um sobreviveu e outros dois morreram", diz.
Segundo Elias, assim como sempre fazia, seu filho recusou a transportar traficantes no táxi. "Queremos achar pelo menos o corpo do meu filho. Sabemos que foi executado e não vai voltar", lamenta.
Inicialmente, o registro foi feito na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e transferido para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), já que o corpo de Jorge Fernando ainda não foi localizado. No entanto, agora o caso está sendo tratado na Divisão de Homicídios da Barra da Tijuca. "Apesar de ainda não termos o corpo dele, o delegado já considera como um homicídio por causa de todas as evidências", afirma Elias Souza.
A família de Jorge Fernando afirma que o corpo dele ainda
está dentro de um veículo que se encontra no interior do conjunto de
favelas. "As pessoas que viram disseram que o corpo do meu filho está
dentro da mala do carro. Foi passada essa informação para a delegacia,
mas a polícia ainda não foi lá. Eles (bandidos) afirmaram que se a
polícia e a imprensa fossem envolvidas, sumiriam com o corpo. Falaram
também que ao longo da noite de segunda-feira iriam liberar o meu filho,
mas como até às 9 da manhã ninguém nos passou nada, resolvemos falar",
desabafa.
O pai lembra que além de ser lotado no 25º
Batalhão Logístico Escola, em Magalhães Bastos, Jorge Fernando era
estudante de administração e praticava esportes. Elias Souza disse que
pediu auxílio ao Exército, mas que não recebeu nenhum tipo de ajuda. "A
minha esposa, mãe dele, foi no quartel onde meu filho serve. A
informação foi passada para eles e não tivemos suporte algum do Comando
Militar", finaliza.
O presidente do Sindicato dos Servidores
do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), João Luiz
Rodrigues, contou que o agente levou coronhadas na cabeça e nas costas,
depois rolou uma ribanceira e caiu na rede de esgoto, onde se escondeu
por sete horas."No momento da queda, cerca de dez bandidos atiraram contra ele, mas não foi atingido por sorte. Ele se escondeu no córrego de esgoto porque conhecia o local, já que mora perto dali. Ele ficou cerca de duas horas em poder dos traficantes. Está apavorado", disse o presidente.
O Departamento Geral de Ações Socioeducativas informou que, por meio da Coordenação de Saúde do Departamento, prestará o auxílio necessário ao agente do Degase envolvido na ocorrência. Segundo o departamento, o servidor não sofreu ferimentos graves e receberá atendimento de psicólogos e assistentes sociais.
Procurado, o Comando Militar do Leste ainda não se pronunciaram sobre o caso. Já a PM afirmou ter feito operações constantes na região, mas garante não ter recebido informações sobre nenhum corpo encontrado na comunidade.
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