sexta-feira, 29 de maio de 2015

Motorista que jogou cão no caminhão de lixo é afastado



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Anda - R7 Imagem: Divulgação


Atropelado, com as patas quebradas e jogado ainda vivo dentro de um triturador de caminhão de lixo. Uma cena de terror que chocou pessoas do Brasil todo. O cãozinho que atravessava uma rua do pacato bairro Dutra, na cidade de Presidente Figueiredo, no Amazonas, foi brutalmente assassinado pelo motorista do caminhão Jadson James França dos Santos que, segundo a empresa coletora de lixo contratada pela prefeitura, afastou o funcionário e deve demití-lo. Jadson, após atropelar o cão, parou o caminhão, amarrou-o pelo pescoço, arrastou-o até o veículo e lançou-o para dentro do triturador. Difícil acreditar que algo assim ainda aconteça em pleno século XXI, mas é real. O fato só veio à tona porque as câmeras de um portal residencial captaram a atrocidade do começo ao fim.
A Secretaria de Meio Ambiente fez boletim de ocorrência e multou o motorista em R$ 3 mil, multa da qual ele pode recorrer (veja mais detalhes neste link). Segundo alguns relatos nas redes sociais do Amazonas, Jadson teria dito que “bicho é bicho e gente é gente”, sem esboçar qualquer arrependimento pelo ato.
O deputado estadual Feliciano Filho enviou ofício ao Procurador Geral de Justiça do Estado do Amazonas solicitando imediata punição do motorista. “Não consigo esquecer o olhar do cachorrinho sendo arrastado já com as pernas quebradas. É um caso gravíssimo que exige punição na esfera criminal e também a exoneração dele dos serviços públicos. Além disso, sugeri no ofício a criação de um Grupo Especial de Combate aos Crimes Ambientais nos mesmos moldes do órgão criado em 2010 em SP”.
Embora esse tipo de barbárie choque grande parte das pessoas, não é incomum. Um ano atrás, a ANDA publicou uma notícia estarrecedora. A “Operação Limpa Salina Cruz”, uma cidade turistica na costa do México, consistia em recolher cães vivos das ruas e atirá-los nas caçambas dos caminhões de lixo. Supostamente a ordem partiu do então prefeito Gerardo Garcia Henestroza, que determinou que animais errantes fossem triturados vivos.
Atrocidades como essas e de outras modalidades (animais enterrados vivos, mortos a machadadas ou facadas, degolados, torturados, queimados, arrastados por veículos, acorrentados sem comida nem água, etc) continuam ocorrendo em diversas partes do mundo com a diferença que, de uns tempos para cá, muita gente tem se mobilizado no sentido de denunciar tais atos, pedir justiça, exigir leis mais rígidas e resgatar vítimas. Estabeleceu-se e vem se intensificando um nítido conflito entre, digamos, o Bem e o Mal. Uma guerra aberta, cotidiana, em que todo cidadão está envolvido de alguma maneira, se não for diretamente, de forma indireta, geralmente por meio de um parente, vizinho ou colega de trabalho. Quem hoje em dia não socorre, denuncia ou conhece alguém que pratica essas boas ações?
Índice da Maldade
Por outro lado, cada vez mais as pessoas tomam conhecimento de casos bizarros de crueldade. Alguns com métodos sofisticados escondidos da luz do dia, como é o Caso Dalva – a dona de casa Dalva Lina da Silva aguarda julgamento e é acusada de matar muitos animais com injeção letal amordaçando-os pelas pernas e braços para aplicar a agulha em seus corações (método doloroso e que mantinha os bichos em agonia por 15 a 30 minutos segundo laudo cadavérico). Outros casos são cometidos em plena luz do dia, sem qualquer constrangimento diante de uma plateia aturdida com a ação, como foram as ocorrências de animais arrastados vivos por carros e motos, e esses narrados acima, com cães sendo jogados num triturador de lixo diante de várias testemunhas.
Intrigado com essa “tendência” à crueldade, o psiquiatra forense Michael Stone, da Universidade de Columbia, nos EUA, criou o Índice da Maldade a partir da entrevista com centenas de psicopatas e homicidas, psicólogos e vítimas. Seu estudo é exibido pelo Canal fechado ID. No programa, Stone entrevista assassinos famosos e os classifica em seu índice da maldade. A ideia é ajudar a ciência a entender e prevenir esse tipo de comportamento. A escala varia do nível 1: “Pessoas normais que matam apenas em legítima defesa” até o nível 22: “Psicopatas assassinos e torturadores em série”, que representa o máximo que a perversidade humana pode chegar segundo a opinião do pesquisador.
Nos episódios ele quase sempre comenta atos terríveis cometidos contra animais pelos assassinos antes de migrarem para vítimas humanas. Geralmente atos cometidos na adolescência ou mesmo na infância que já indicam uma personalidade violenta merecedora de acompanhamento e intervenção. É interessante frisar que nem todo ato de extrema crueldade é cometido por psicopatas. Algumas pessoas são simplesmente más. Elas não saem à caça de vítimas como normalmente ocorre com os assassinos em série ou serial killers, mas cometem brutalidades sem limites quando, ao acaso, surge uma oportunidade. O motorista do Amazonas, por exemplo, podia ter largado o cão na rua sem socorrê-lo – o que já seria bastante desumano – mas ainda voltou para amarrar corda no pescoço do animal e triturá-lo vivo. Talvez se enquadre no Indice de número 6. Mas e os demais funcionários que assistiram tudo sem nada fazer? Apenas pessoas sem coragem ou compactuantes com a ação? Há de se criar ainda um Indice para quem vê passivamente um ato de extrema violência e, mesmo podendo fazer algo, não esboça nenhuma reação. E muitas pessoas são assim.

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