By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Adriana Justi e Silvia Cordeiro (G1 PR) – Imagem: Divulgação
A onda de manifestações contra o governo da Ucrânia e a notícia de pelo menos 26 mortes na capital Kiev,
na noite de terça-feira (18), tem sido motivo de preocupação entre os
descendentes e familiares de ucranianos que vivem no Brasil. Em
Prudentópolis, na região central do Paraná, onde 70% da população é de
descendentes, os moradores estão atentos aos noticiários. "Temos receio
de uma guerra civil caso não exista um acordo entre o governo e a
população", declara Lubina Jadvizak Costa, irmã da estudante Oksana
Jadvizak, que mora no país há mais de cinco anos.
As manifestações contra o governo começaram em novembro de 2013, depois que o presidente Viktor Yanukovich cedeu à pressão da Rússia e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia (UE), preferindo a ajuda financeira do Kremlin, principal aliado de Kiev. Durante os confrontos de terça-feira, as autoridades calculam que 241 pessoas foram hospitalizadas, entre elas 79 policiais e 5 jornalistas.
Na manhã desta quarta-feira (19), os serviços de segurança ucranianos (SBU) anunciaram o início de uma operação "antiterrorismo" no país contra os grupos radicais, considerados responsáveis pela onda de violência.
A estudante Oksana, de 24 anos, mora em Lviv, a cerca de 540 km de distância da capital Kiev. Ela foi morar na Ucrânia para fazer faculdade de história. Oksana já se formou e deve retornar ao Brasil em maio. Durante este período, ela tem presenciado os protestos contra o governo que são realizados em várias regiões do país.
Segundo Lubina, a irmã é a favor da mudança de governo, mas não das manifestações violentas. “Ela sabe que precisa expor sua opinião com bastante cautela e que não vai se manifestar demais porque pode até ser retirada do país”, afirma. A família comenta que Oksana está se sentindo tranquila, pois ela jamais vai agir de forma ofensiva e colocar em risco a própria segurança.
Lubina lembra que já esteve na Ucrânia e lamenta a ocorrência de manifestações. “O povo é muito rico em cultura, veneram as estátuas dos guerreiros que ficam no centro de cada praça, se reúnem em festa sempre pela liberdade. Vê-los destruir tudo é muito triste”, declara.
Descendente condena ação do governo
O padre Tarcísio Zaluski, que também é descendente de ucraniano e vive em Prudentópolis, condena a ação do governo. “A população já passou 80 anos sob o poder da Rússia, e o governo está novamente se inclinando para os russos. A população quer ser livre, quer se voltar para a Europa”, declara.
Segundo ele, o presidente está agindo como um ditador. “O governo quer acumular o poder, agir com totalitarismo. Chegaram a mudar a constituição praticamente por conta própria, e o povo não está querendo isso. Querem derrubar o poder. É uma anarquia total”, afirma. Para o padre, o governo precisa se preocupar mais com o resultado negativo de todas essas manifestações e o caos gerado durante os confrontos.
Zaluski, que já esteve na Ucrânia por três vezes, preocupa-se com os amigos que vivem no país. “Não me preocupo apenas com eles, mas com todo o povo ucraniano. Tem pessoas passando para o lado da oposição porque querem paz. E é por ela que a gente torce”, espera.
"Barbárie"
A aposentada ucraniana Krystyna Harasym dos Santos, que mora em Curitiba há 65 anos, encara o cenário de enfrentamentos como “uma barbárie”. Ela tem duas primas que moram em Stryi, que fica a aproximadamente 600 km da capital Kiev, e outra que reside em Lviv. O último contato entre elas foi no domingo (15). “Elas me disseram que a preocupação é geral em todo o país porque ninguém sabe que rumo a Ucrânia vai seguir, só querem que isso se resolva logo e que vença a União Europeia”, conta Krystyna. “Eles querem liberdade, querem viver uma vida normal como todo mundo tem. Temem que o comunismo tome conta de tudo e de todos novamente”, argumenta Krystyna.
A maior preocupação dos familiares dela é a violência. “Muita gente já morreu, muita gente está machucada, meu Deus (...), até onde isso vai parar?”, indaga.
A aposentada destacou ainda que os ucranianos são verdadeiros heróis. “Só de enfrentar o frio de 20ºC negativos que tem feito nos últimos três meses, eles já são uns verdadeiros heróis. É um povo unido que luta pela pátria diariamente”, diz. “Não é possível admitir esse cenário de guerra nem lá e nem em lugar nenhum”, completa.
Lubina e Oksana |
As manifestações contra o governo começaram em novembro de 2013, depois que o presidente Viktor Yanukovich cedeu à pressão da Rússia e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia (UE), preferindo a ajuda financeira do Kremlin, principal aliado de Kiev. Durante os confrontos de terça-feira, as autoridades calculam que 241 pessoas foram hospitalizadas, entre elas 79 policiais e 5 jornalistas.
Na manhã desta quarta-feira (19), os serviços de segurança ucranianos (SBU) anunciaram o início de uma operação "antiterrorismo" no país contra os grupos radicais, considerados responsáveis pela onda de violência.
A estudante Oksana, de 24 anos, mora em Lviv, a cerca de 540 km de distância da capital Kiev. Ela foi morar na Ucrânia para fazer faculdade de história. Oksana já se formou e deve retornar ao Brasil em maio. Durante este período, ela tem presenciado os protestos contra o governo que são realizados em várias regiões do país.
Segundo Lubina, a irmã é a favor da mudança de governo, mas não das manifestações violentas. “Ela sabe que precisa expor sua opinião com bastante cautela e que não vai se manifestar demais porque pode até ser retirada do país”, afirma. A família comenta que Oksana está se sentindo tranquila, pois ela jamais vai agir de forma ofensiva e colocar em risco a própria segurança.
Lubina lembra que já esteve na Ucrânia e lamenta a ocorrência de manifestações. “O povo é muito rico em cultura, veneram as estátuas dos guerreiros que ficam no centro de cada praça, se reúnem em festa sempre pela liberdade. Vê-los destruir tudo é muito triste”, declara.
Descendente condena ação do governo
O padre Tarcísio Zaluski, que também é descendente de ucraniano e vive em Prudentópolis, condena a ação do governo. “A população já passou 80 anos sob o poder da Rússia, e o governo está novamente se inclinando para os russos. A população quer ser livre, quer se voltar para a Europa”, declara.
Segundo ele, o presidente está agindo como um ditador. “O governo quer acumular o poder, agir com totalitarismo. Chegaram a mudar a constituição praticamente por conta própria, e o povo não está querendo isso. Querem derrubar o poder. É uma anarquia total”, afirma. Para o padre, o governo precisa se preocupar mais com o resultado negativo de todas essas manifestações e o caos gerado durante os confrontos.
Zaluski, que já esteve na Ucrânia por três vezes, preocupa-se com os amigos que vivem no país. “Não me preocupo apenas com eles, mas com todo o povo ucraniano. Tem pessoas passando para o lado da oposição porque querem paz. E é por ela que a gente torce”, espera.
"Barbárie"
A aposentada ucraniana Krystyna Harasym dos Santos, que mora em Curitiba há 65 anos, encara o cenário de enfrentamentos como “uma barbárie”. Ela tem duas primas que moram em Stryi, que fica a aproximadamente 600 km da capital Kiev, e outra que reside em Lviv. O último contato entre elas foi no domingo (15). “Elas me disseram que a preocupação é geral em todo o país porque ninguém sabe que rumo a Ucrânia vai seguir, só querem que isso se resolva logo e que vença a União Europeia”, conta Krystyna. “Eles querem liberdade, querem viver uma vida normal como todo mundo tem. Temem que o comunismo tome conta de tudo e de todos novamente”, argumenta Krystyna.
A maior preocupação dos familiares dela é a violência. “Muita gente já morreu, muita gente está machucada, meu Deus (...), até onde isso vai parar?”, indaga.
A aposentada destacou ainda que os ucranianos são verdadeiros heróis. “Só de enfrentar o frio de 20ºC negativos que tem feito nos últimos três meses, eles já são uns verdadeiros heróis. É um povo unido que luta pela pátria diariamente”, diz. “Não é possível admitir esse cenário de guerra nem lá e nem em lugar nenhum”, completa.
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