By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Edilson Kernicki (Rádio Najuá) – Imagem: Élio Kohut
(Intervalo da Noticias/Rádio Najuá)
Lídia Kieltyka é uma das catequistas, que vem três vezes ao mês para os encontros e também para alfabetizar aqueles que ainda não sabem ler e escrever em ucraniano. Segundo ela, a aceitação entre os jovens e crianças é muito grande. “Eles vêm sempre, é sagrado. Eles sempre estão aguardando por aí e, inclusive, já fazem fila para nos cumprimentar. Trazem donativos. Eles são bem acolhedores conosco”, conta.
Segundo a catequista, antes de inaugurar as duas salas, o trabalho era um pouco mais difícil, pois não existia um ambiente adequado para os encontros. “Íamos à escolinha ao lado, mas não tinha carteira suficiente. Tirava alguns bancos por fora, que tinha ali no pavilhão e acolhíamos ali as crianças”, explica.
Conforme Lídia, elas começaram a pedir auxílio aos padres. O primeiro que procurou ajudar a comunidade foi o padre Mario, organizando a comissão da catequese. “Com muito sacrifício, conseguimos essas salas, mas antes disso, nos reuníamos até na igreja, às vezes até fora, para que elas não ficassem tão cansadas. Às vezes, até desanimávamos, de tão difícil que era. Mas conquistamos essa construção e estamos agora bastante felizes com isso”, comemora.
A catequista explica que os fundos para a construção das salas foram angariados junto à própria comunidade, através de donativos e do esforço demonstrado no trabalho de muitas pessoas, que também doaram material de construção. A comunidade toda contribuiu.
Lídia explicou que além de ensinar a Palavra de Deus, a presença dela naquela comunidade também busca preservar a cultura ucraniana. De acordo com ela, o povo da Linha Piquiri é um dos que ainda preservam as raízes culturais. “É muito interessante ver que as crianças conversam e brincam em ucraniano e, inclusive, até brigam em ucraniano. É bastante interessante e a gente quer preservar, embora não seja tão fácil porque existem multiculturas, uma mistura de etnias e descendências. Vão se misturando nas famílias, mas nós estamos aí estamos dando conta do recado”, comenta.
Sobre as brigas das crianças, a catequista ameniza: “Não é de xingar com palavrão, não. Eles brigam por causa de uma bola, até por causa de um espaço na carteira para sentar”, explica. Segundo Lídia, elas esbravejam em ucraniano frases como “dá licença”. “Eles brigam por causa do seu espaço, mas falando em ucraniano”, reforça.
Dom Volodemer Koubetch, bispo da Eparquia Ucraniana, esteve na comunidade para celebrar uma missa e fazer a bênção de inauguração das salas, antes da festa que foi realizada. Em sua homilia, o bispo enfatizou que a construção das salas de aula é uma enorme conquista, pois a Comunidade São Miguel Arcanjo, da Paróquia São Josafat, é uma das poucas que conseguiram construir centros catequéticos e, por isso, era digna dos parabéns, pelo trabalho significativo.
“O trabalho pastoral da igreja se volta principalmente para a pastoral catequética, que é a base de tudo e, junto, um trabalho de evangelização, um trabalho missionário”, ressalta. O bispo considera o espaço bonito, funcional e prático para que ocorram os encontros de catequese. Dom Volodemer diferencia os encontros catequéticos de meras aulas: “É um encontro com Jesus, é um encontro evangelizador, é levar as crianças, antes de tudo, ao conhecimento de Jesus Cristo, ao contato com Jesus Cristo. Depois, vem o conhecimento da doutrina, da fé, da moral, ensinamento da Igreja e outras coisas, como elementos culturais”, enfatiza.
Para o bispo, é uma conquista muito importante e valiosa, que merece reconhecimento, louvor e todo apoio para que a comunidade agora faça o melhor uso e o melhor proveito, para o bem de todos. O bispo destaca o forte elemento cultural presente na comunidade, que é a preservação do idioma ucraniano até mesmo entre jovens e crianças. Não só o idioma, mas também de outras referências, como a liturgia, os ritos e tradições. Dom Volodemer considera que o centro catequético é um espaço que, por excelência, contribui para tal manutenção.
Confira as entrevistas com repórter Élio Kohut:
Lídia Kieltyka
Bispo Volodemer
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