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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA – Imagem: DivulgaçãoO ciclista de Rio Azul, Heinz Denzer, de 54 anos, percorre de bicicleta
todos os anos o Caminho da Fé, que vai do sul de Minas Gerais até
Aparecida do Norte, no estado de São Paulo. São 1.100 quilômetros em uma
bicicleta Ranger Afrikan, modelo 1992.
O trajeto faz parte de uma promessa que o ciclista cumpre nos últimos
quatro anos. “Depois eu fiz uma promessa na minha vida, por causa de um
problema no joelho. Agora estou cumprindo ela, quando que eu faço o
famoso Caminho da Fé, que começa em Águas da Prata (MG) e vai até
Aparecida do Norte (SP)”, conta.
São mais três viagens para cumprir a promessa. A quarta viagem aconteceu
no fim do ano passado. Heiz saiu de Rio Azul no dia 17 de dezembro rumo
ao sul de Minas Gerais. No estado, seguiu mais 320 quilômetros,
partindo de Águas da Prata (MG) até o destino final. No dia 30 de
dezembro, Heinz chegou em Aparecida do Norte (SP).
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Somando as quatro vezes em que fez o percurso, são mais de 4 mil quilômetros somente de bicicleta. Nessas
andanças, Heinz conta que já passou por chuva e dificuldades com a
bicicleta. No entanto, o segredo está em ter controle do psicológico. “O
maior desafio é sempre o psicológico e a bagagem da saudade. Esse é o
maior desafio. Os outros nem são tantos. Já tive pneu estourado, muita
câmera furada, tempestade, temporal. Mas o maior desafio sempre é a
solidão da estrada. Ela é cruel”, disse.
O ciclista destaca que os obstáculos são vencidos com persistência. “Se
você persistir, você chega lá no final. Era uma chuva. Você tem que se
adequar a ela. Era só uma chuva. Não era tanta coisa, tão difícil. No
final, era pedalar e pedalar. Daí você chega a ver que você tem que ter
persistência”, conta.
Heinz explica que a rotina durante os
trajetos é solitária. “Você tem dias que você pedala a manhã inteira
sozinho. Chega na hora do almoço, você encosta num posto de gasolina,
pega uma marmita ou almoça e sai pedalando. Geralmente você passa a
tarde sozinho. Você chega no hotel ou qualquer lugar que você vai dormir
– eu já dormi em posto de gasolina, eu já dormi em ponto de ônibus, em
abrigo de quarto de repouso para motorista, em casa de pessoas estranhas
que outras pessoas me arrumaram, em tal cidade, quando eu fui para
Aparecida, quando eu fui para Santa Catarina. Você tem que lidar com
esse dia a dia. De você lidar com o povo, com as pessoas e teu próprio
psicológico no final”, explica.
Fazer
uma viagem de bicicleta não é uma novidade para Heiz. O ciclista
começou a se tornar profissional após uma separação de seu casamento.
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Morador de Rio Azul há 18 anos, Heinz vive atualmente com seu filho,
com quem já teve a oportunidade de completar uma viagem junto.
Com
a bicicleta, o ciclista visitou diversos lugares do país, como a Serra
do Rio do Rastro, a Terra do Fogo Branco em Urubici, em Santa Catarina e
a estátua do Cristo, na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul.
Todas as viagens são feitas em uma bicicleta de ferro, a Ranger Afrikan, modelo 1992, apelidada de Bandida.
“É um modelo da primeira mountain bike da Monark. É um quadro de ferro
com dois pneus de Monark, aro 26 por 1,5, que é o 26 alto. Trocador
comum de sete marcha e atrás uma coroa comum de sete marcha, corrente.
Essa é a minha bicicleta”, conta.
Mochila
Para enfrentar o desafio, o equipamento é
limitado. Na mochila, o ciclista leva apenas uma muda de roupa, com
calção, camiseta e calça de moletom. Um saco de dormir e um colchão
inflável também são itens indispensáveis para os dias de camping. O
equipamento ainda conta com itens de higiene pessoal, remédios para dor e
pomada para assadura. A mochila também carrega uma capa de chuva e uma
calça de chuva, além de bolachas para quando tiver alguma fome.
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A viagem é paga pelo próprio ciclista, que também recebe ajuda de alguns amigos.
“Eu tenho apoio de uns e outros amigos, que chegam e entram em contato
comigo. ‘Quanto que é o hotel?’. ‘O hotel é o valor X’. ‘Eu vou fazer um
Pix para você e você vai dormir no hotel hoje’. ‘Eu mandei R$ 50 para
você almoçar hoje, almoce bem tranquilo’. Eu sento e como bem mesmo,
porque a ordem foi essa. O amigo me deu R$ 50 para comer, não para
guardar”, conta.
Autoconhecimento
O ciclista
conta que as viagens de bicicleta são um momento de autoconhecimento. “A
maior viagem que eu faço é sempre dentro de mim mesmo. Eu tentar me
corrigir, tentar ser melhor, levar minha vida melhor, levar uma vida
mais saudável. Eu acho que é auto compreensão. Entender eu mesmo e eu
faço não porque eu quero lucrar um monte. Eu tenho ajuda de alguns
amigos e pessoas na internet que me ajudam, mas eu procuro sempre fazer
para eu me sentir feliz. A minha maior realização nessas viagens é que
eu me sinta feliz. Não interessa se eu tenho que pedalar 120 km no dia.
Eu me sinto bem no final do dia”, afirma.
Você pode acompanhar o ciclista em suas redes sociais. No Instagram, o perfil é @heinzdenzer e no Facebook, o perfil é www.facebook.com/heinz.denzer.7.
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