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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: DivulgaçãoO presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4 ), desembargador Fernando Quadros da Silva, retomou a validade do leilão do lote 1 do novo pedágio do Paraná . Em decisão desta terça-feira (19), o magistrado atendeu pedido da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT ).
A decisão determina a retomada imediata do processo de concessão.
O lote concede à iniciativa privada mais de 470 quilômetros de estradas estaduais e federais e foi arrematado pelo Grupo Pátria em 25 de agosto, na Bolsa de Valores de São Paulo.
Em 6 de setembro, a juíza federal Silvia Regina Salau Brollo, da 11ª Vara Federal em Curitiba,
suspendeu o leilão a pedido da Defensoria Pública da União (DPU). Os
defensores afirmam que comunidades quilombolas impactadas pela concessão
deveriam ter sido ouvidas antes do lote ir a leilão.
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Porém, o desembargador entendeu que as comunidades poderão ser ouvidas
no processo de licenciamento ambiental, com o lote já sob
responsabilidade da concessionária.
As comunidades citadas pelos defensores públicos ficam às margens ou em áreas muito próximas à BR-476, na Lapa,
na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Os grupos dependem de
serviços e comércios que só poderiam ser acessados passando pelo
pedágio.
Na decisão, o desembargador ressaltou que a praça de pedágio localizada
na região onde estão os quilombolas já existia no contrato anterior de
concessão do trecho.
Os argumentos da ANTT
Ao recorrer ao TRF-4, a agência citou risco de grave lesão à ordem econômica caso a suspensão do leilão fosse mantida.
A ANTT alega que a paralisação do processo poderia adiar a
implementação de medidas que poderiam reduzir acidentes e salvar vidas.
Entre os investimentos previstos no edital estão duplicações, faixas
adicionais, pontes, viadutos e passarelas.
De acordo com a agência federal, a falta de uma concessionária operando
na rodovia por mais um ano atrasará ainda mais a adoção de medidas que
garantem as condições de trafegabilidade da rodovia, atingida por fortes
chuvas em março de 2023.
Na avaliação da agência, as comunidades quilombolas não seriam
diretamente afetadas pelas obras e os impactos serão minimizados.
A ANTT informa ainda que há descontos para usuários frequentes- que
vivem próximos a pedágios, e que precisem realizar percursos constantes
para acessar serviços.
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O Ministério Público disse entender que, conforme prevê a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), devem ser consultados previamente os
povos indígenas e tribais em todas as medidas administrativas e
legislativas que os afetem diretamente.
Para o MPF, é evidente que a execução do contrato de concessão, sem que
tenham sido ouvidas comunidades atingidas, traz danos severos, na
medida em que não mais terão poder de convencimento para um tratamento
diferenciado para o pagamento do pedágio.
Os procuradores também questionam o argumento da ANTT de "grave lesão à ordem econômica".
Na avaliação do MPF, se eventualmente houver adiamento dos
investimentos em razão da necessidade de ouvir das comunidades
quilombolas, isso não pode ser imposto à decisão, mas sim ao descuido do
governo ao não respeitar o regular procedimento licitatório.
O que tem no lote 1?
O edital de concessão do lote 1 contempla 473 km de rodovias: o trecho
da BR-277 entre Curitiba e Prudentópolis , as BR-373, BR-376, BR-476 e as
estaduais PR-418, PR-423 e PR-427. A concessão é por 30 anos.
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- R$ 7,9 bilhões para melhorias das estradas, sendo 47% desse valor destinados à expansão da capacidade das rodovias;
- R$ 5,2 bilhões para serviços gerais e administrativos, como serviço médico e mecânico.
O edital prevê cinco praças de pedágio, em Imbituva , Irati , Porto
Amazonas, São Luiz do Purunã e Lapa. Segundo o edital, os postos de
cobrança deverão ser restaurados e modernizados.
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