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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: DivulgaçãoO caso dos estudantes do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) que simularam masturbação durante um jogo de vôlei feminino em um campeonato universitário em São Carlos (SP)
é investigado em um primeiro momento como crime de ato obsceno,
informou a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) nesta terça-feira
(19).
Segundo o delegado João Fernando Baptista, o delito de ato obsceno está
previsto no artigo 233 do Código Penal. A punição pode variar de 3 meses
a 1 ano.
O delegado disse ainda que vai à capital paulista colher mais
informações, identificar todos os alunos envolvidos e ouvir testemunhas.
O objetivo é investigar se houve outros crimes, como tipo de toque ou
alguma abordagem em relação às meninas.
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Se comprovada outras práticas, aí o crime pode mudar para importunação
sexual e até mesmo estupro. Segundo o delegado, por enquanto ninguém
registrou queixa na polícia. Para o delegado, o ato dos estudantes é um
desrespeito também com a profissão.
“A profissão de médico é tão digna, uma vez que são eles que tratam as
pessoas, que salvam vidas, que garantem um bem-estar das pessoas. Não é
legal esse tipo de conduta por parte deles”, disse.
O caso aconteceu em abril deste ano, mas o vídeo passou a repercutir no domingo (17).
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou
"que assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou diligências para
apurar o ocorrido.
A Prefeitura de São Carlos disse que não participa da organização de jogos universitários realizados na cidade
e sede o ginásio para a realização das competições mediante contrato
assinado com a entidade que realiza o evento e que, portanto não tem
responsabilidade pelos atos praticados pelos alunos.
Providências
O Ministério da Educação (MEC) notificou a Unisa na segunda-feira (18) e
deu prazo de 15 dias para a universidade informar quais as providências
tomadas.
"Em relação ao episódio que envolveu estudantes do curso de medicina da
Universidade de Santo Amaro (Unisa), durante partida de vôlei feminino,
o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e
Supervisão da Educação Superior (Seres), já notificou a instituição para
apurar quais as providências tomadas pela Unisa em relação aos fatos
ocorridos, sob pena de abertura de procedimento de supervisão e adoção
de medidas disciplinares."
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O ministro da Educação, Camilo Santana, publicou, em uma rede social,
que determinou que a pasta notificasse a Unisa "para apurar quais as
providências tomadas pela instituição em relação ao episódio que
envolveu estudantes do curso de medicina durante partida de vôlei
feminino que fazia parte das competições da Intermed, sob pena de
abertura de procedimento de supervisão e adoção de medidas
disciplinares. Repudio veementemente o ocorrido. É inadmissível que
futuros médicos ajam com tamanho desrespeito às mulheres e à
civilidade".
Segundo apurado pela reportagem do g1,
os alunos fazem parte do time de futsal da faculdade e estavam na
plateia. Eles abaixaram as calças enquanto o time de vôlei feminino
jogava contra a Universidade São Camilo. Nas imagens, eles aparecem
tocando nas próprias partes íntimas.
Em nota, a Universidade São Camilo confirmou que o episódio aconteceu durante o campeonato.
"O Centro Universitário São Camilo informa que nossa Atlética do curso
de Medicina não participa do Intermed. Porém, em abril deste ano
participou de outro evento esportivo chamado Calomed, quando nossas
alunas disputaram um jogo contra a equipe da Unisa. Os alunos da Unisa,
saindo vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo
desnudos pela quadra. Não foi registrada, naquele momento, nenhuma
observação por parte das nossas alunas referente à importunação sexual. O
Centro Universitário São Camilo apoia todos os nossos alunos e não
compactua com quaisquer atos que possam atentar contra o pudor e os bons
costumes."
O Centro Universitário São Camilo alegou ainda que o caso pode ser
enquadrado como atentado ao pudor, crime de notificação individual, mas
que nenhuma aluna da faculdade registrou a ocorrência.
Já a Universidade Santo Amaro, procurada desde o último domingo pela reportagem, não se manifestou.
Manuella Mirella, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) informou ao g1 que a UNE está cobrando uma posição diretamente da Unisa, que até o momento não se manifestou sobre o caso.
"Nós recebemos essa denúncia com muita revolta, é repugnante o que
aconteceu nesses órgãos internados. Estamos cobrando um posicionamento
diretamente da Unisa que até agora não se posicionou", afirmou.
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"O Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas
práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes
como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam
espaços seguros, livres de violência".
A Associação Atlética Acadêmica José Douglas Dallora, da Unisa, divulgou
uma nota nesta segunda-feira (18) afirmando que as filmagens não
representam os princípios e valores pregados pela atlética. Disse também
que não tolera ou compactua com qualquer ato de abuso ou
discriminatório.
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