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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: DivulgaçãoO Ministério Público do Paraná (MP-PR) arquivou o inquérito sobre o caso da família que recebeu serragem no lugar do corpo de um bebê natimorto em um hospital de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Segundo a promotoria, o inquérito da Polícia Civil não comprovou a existência de crime.
“As investigações sobre o caso foram encerradas pela autoridade
policial, pois não foi comprovada a prática de eventual crime de
subtração de cadáver ou outro delito”, disse o MP em nota ao g1.
O caso foi em julho de 2022. A tia da bebê filmou o momento em que
perceberam haver serragem no lugar do corpo. No vídeo, ela e a avó da
recém-nascida, na presença do serviço funerário, abrem o saco entregue
pelo hospital.
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Questionada sobre detalhes do inquérito, a Polícia Civil disse ter
concluído a investigação, encaminhado ao judiciário e que mais detalhes
deveriam ser pedidos direto à Justiça.
Arquivamento do processo
O g1 teve acesso ao documento em que o promotor Thiago Kruppa Miara pede o arquivamento do processo.
Nele, é destacado que um dos principais motivos para não haver a
identificação de crime é o fato de que o corpo do bebê natimorto foi
entregue à família.
Na avaliação do promotor, isso que indica que não houve intenção de ocultação de cadáver.
Miara cita que de acordo com o Código Penal, a tipicidade formal do
delito se dá quando o agente “destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou
parte dele”.
Na avaliação dele, portanto, os agentes do ilícito deveriam ter a
consciência e vontade para a prática do crime, querendo efetuar a
subtração do cadáver.
"Contudo, conforme se depreende de todo o amealhado ao presente feito,
salvo melhor juízo, denota-se, em verdade, um desencontro de informações
quando do recolhimento do natimorto", afirmou o promotor.
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O artigo 18 citado no texto afirma que "Depois de ordenado o
arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia".
No dia 30 de julho de 2022, uma família de Imbaú,
dos Campos Gerais do Paraná, recebeu serragem no lugar do corpo de um
natimorto após um parto de emergência no Hospital Geral da Unimed, em
Ponta Grossa.
De acordo com a família, a mãe estava no sexto mês da gestação e viajou
à Ponta Grossa após complicações. Segundo a equipe médica, o bebê já
estava morto durante o parto.
Na época, os pais do bebê tinham 18 e 19 anos e ficaram muito abalados
com a morte. Então, a avó e a tia paternas se responsabilizaram por
organizar o sepultamento da recém-nascida. Elas foram ao hospital
retirar o corpo do necrotério, mas estranharam o pacote branco
totalmente lacrado.
Mesmo assim, a família seguiu viagem para realizar o sepultamento em
Imbaú. Porém, ao abrir o pacote na funerária para a preparação do
sepultamento, perceberam que o corpo não estava lá.
O hospital foi acionado por telefone e, depois de algum tempo, informou que o corpo continuava na instituição.
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Na época, por nota, a Unimed afirmou que "equivocadamente o corpo da
recém-nascida não foi retirado do necrotério e permaneceu lá até o fim
da tarde" do mesmo dia. Disse ainda que se compadece da dor da família e
que prestaria esclarecimentos à polícia.
Ao g1, a
assessoria de imprensa do Hospital Geral da Unimed (HGU) de Ponta
Grossa disse que o hospital colaborou desde o início com a investigação e
forneceu todas as informações às autoridades para o esclarecimento dos
fatos.
"Paralelamente, o HGU dedicou esforços e equipes internas que revisaram
os fluxos para garantir, ainda mais, a segurança dos protocolos
assistenciais", informou o HGU, destacando o arquivamento do processo
pela não indicação de crime.
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