By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A pedido do senador Flávio Bolsonaro
(Republicanos), a juíza Cristina Feijó, da 33ª vara cível do Tribunal
de Justiça do Rio, proibiu a Globo de divulgar informações e documentos
sigilosos extraídos da investigação criminal no escândalo da rachadinha,
que envolve o senador.
A Globo respeita ordens judiciais mas lamenta este cerceamento da
liberdade de informação, uma vez que a investigação em questão é de
interesse de toda a sociedade. A Globo recorrerá da decisão assim que
for notificada.
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Nesta semana, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção
(GAECC) do Ministério Público do Rio divulgou nota informando que
concluiu as investigações e encaminhou o caso ao procurador-geral de
justiça, Eduardo Gussem.
As investigações foram abertas em julho 2018. Para os investigadores, o
ex-assessor Fabrício Queiroz era o operador de um esquema de lavagem de
dinheiro, chefiado por Flávio Bolsonaro, com parte dos salários
repassados pelos servidores do gabinete do então deputado estadual.
Entidades repudiaram a decisão da juíza. A Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) afirmou que a censura parece estar se tornando praxe no
país, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5, e que se
trata de mais um atropelo à liberdade de expressão. Segundo a ABI, é
urgente que o Supremo Tribunal Federal restabeleça o império da lei.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou que qualquer tipo de
censura é terminantemente vedada pela Constituição e, além de atentar
contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser
livremente informada, e que isso é ainda mais grave quando se trata de
informações de evidente interesse público.
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A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou
que a censura prévia é inaceitável numa democracia, sobretudo quando o
alvo da cobertura jornalística é uma pessoa pública, cujo mandato foi
outorgado pelo voto, que a decisão dificulta a cobertura das graves
denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro, e que impedir veículos e
jornalistas de publicar reportagens é prejudicial não apenas ao direito à
informação, como também ao papel da imprensa como fiscal das atividades
do Estado.
Numa rede social, Flávio Bolsonaro comemorou a decisão e disse que não tem nada a esconder.
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