Na representação ao procurador-geral da República, Augusto Aras, Benones pede ao chefe do MPF (Ministério Público Federal) que avalie o caso e adote as medidas cabíveis.
“Além do específico cometimento, em tese, do tipo penal suso mencionado [desobediência], compreende-se também estar havendo imposição de óbices e condições legalmente injustificadas para realização de ato investigatório de acareação”, afirmou o procurador.
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Prevista para ocorrer nesta segunda-feira (21) no Rio de Janeiro, a acareação é parte da investigação do MPF para apurar se houve vazamento de dados sigilosos sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, antes das eleições de 2018.
O representante do MPF refutou ainda o argumento da defesa do senador de que, por se tratar de um parlamentar, ele tem o direito a marcar data, hora e local do depoimento.
Para o procurador da República, a acareação é um “ato complexo e bilateral” e não se aplica tal prerrogativa. “De modo algum o signatário, como membro do MPF, fez ou fará tabula rasa da autoridade conferida ao alto cargo de senador da República, como de resto não desconhece a autoridade e eventuais prerrogativas.”
A investigação foi aberta após entrevista de Paulo Marinho ao jornal Folha de S.Paulo, em que o empresário disse ter ouvido do próprio Flávio que um delegado da Polícia Federal lhe antecipou, em outubro de 2018, que a Operação Furna da Onça, então sigilosa, seria realizada.
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Embora não fosse alvo, o nome de Queiroz -suspeito de ser o operador da suposta “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual Flávio- e sua movimentação financeira estavam mencionados em documento do inquérito.
“Vou morrer confirmando minha versão dos fatos porque foi o que aconteceu. Venho aqui quantas vezes o procurador quiser. Eu não sei se ele está mentindo. Sei que eu estou dizendo a verdade. Se a tese dele é frontalmente contrária à minha, então ele está mentindo”, disse Marinho.
A defesa de Flávio afirmou, em nota, que avisou há um mês ao procurador sobre um compromisso que o senador teria para esta segunda-feira.
Ele esteve no Amazonas, onde participou do programa policial Alerta Amazonas, da TV A Crítica. O senador e outros convidados, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), dançaram com o apresentador Sikêra Jr. músicas ironizando o uso da maconha. Ele exibiu ainda um cartão com a expressão “CPF cancelado”, usada pelo apresentador para se referir a suspeitos mortos pela polícia.
“Quanto à tese de crime de desobediência insinuada pela Procuradoria, é lamentável sob vários aspectos. Nem o procurador da República poderia dar ordem ao senador e nem essa ‘ordem’ seria legal, pelo que constituiria uma impropriedade técnica com poucos precedentes na história do Judiciário Fluminense”, afirmou a defesa de Flávio.
Na representação a Aras, Benones citou ainda o que apontou como “flagrante desrespeito institucional” ao Ministério Público.
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Os advogados de Flávio disseram, em ofício enviado ao MPF no Rio nesta segunda-feira, que o procurador estaria convidado a ir ao gabinete do parlamentar em Brasília no dia 5 de outubro, para fazer a acareação.
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