By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, deu prazo
de 15 dias para o presidente Jair Bolsonaro, caso queira, prestar
esclarecimentos sobre o pedido feito pelo presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
A interpelação foi apresentada nesta quarta-feira (31) ao
STF para que Bolsonaro explique declarações a respeito do pai do
presidente da OAB, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, desaparecido
durante a ditadura militar. O pedido foi assinado por 12 ex-presidentes
da OAB.
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O objetivo é tentar esclarecer se o que a outra parte disse é ou não
ofensivo, o que pode gerar uma ação de crime contra honra. Bolsonaro não
é obrigado a responder.
A assessoria do Palácio do Planalto informou que não irá se manifestar.
Na decisão, Barroso lembrou que a interpelação é um instrumento que
permite "esclarecer eventuais ambiguidades ou dubiedades dos termos
utilizados".
"Assim, como de praxe nesses casos, notifique-se o interpelado, o Sr.
Presidente da República, para, querendo, apresentar resposta à presente
interpelação, no prazo de 15 dias."
A defesa quer que o presidente dê explicações sobre a afirmação feita nesta segunda-feira por Bolsonaro de que "um dia" contará ao presidente da Ordem como o pai do advogado desapareceu na ditadura militar, caso a informação interesse ao filho.
Segundo afirmou Bolsonaro na ocasião, Santa Cruz "não vai querer saber a verdade" sobre o pai. Depois, disse que Fernando Santa Cruz foi morto por companheiros da Ação Popular (AP), organização de esquerda na qual ele militava e classificada pelo presidente como "grupo terrorista".
Documentos da Comissão da Verdade, da Marinha e da Aeronáutica indicam que o militante foi preso por agentes do regime militar um dia antes da data em que morreu.
O atestado de óbito diz
que ele teve morte "morte não natural, violenta, causada pelo Estado
brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à
população identificada como opositora política ao regime ditatorial de
1964 a 1985".
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Na peça judicial, Felipe Santa Cruz afirma que não é a primeira vez que
Bolsonaro o ataca e tenta desqualificar a memória do seu pai.
O presidente da OAB diz que o pai foi vítima de desaparecimento forçado
praticado por agentes da ditadura, o que “foi oficialmente reconhecido
pelo próprio Estado brasileiro, em reiteradas oportunidades”.
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