quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Queiroz confirma que indicou à Alerj mãe e mulher de ex-capitão do Bope suspeito de integrar milícia


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação

O ex-assessor Fabrício Queiroz confirmou, em nota encaminhada por seu advogado nesta terça-feira (22), ter sido ele o autor das indicações de familiares do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães para vagas no gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), na Alerj. A informação havia sido divulgada por Flávio Bolsonaro.
"Vale frisar que o Sr. Fabrício solicitou a nomeação da esposa e mãe do Sr. Adriano para exercerem atividade de assessoria no gabinete em que trabalhava, uma vez que se solidarizou com a família que passava por grande dificuldade, pois à época ele estava injustamente preso, em razão de um auto de resistência que foi, posteriormente, tipificado como homicídio, caso este que já foi julgado e todos os envolvidos devidamente inocentados", diz a nota.
Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) aparece em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como uma das pessoas que fizeram depósitos para Queiroz. 
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A mulher, de acordo com o relatório do Coaf, depositou R$ 4,6 mil na conta de Queiroz, e aparece na folha salarial da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj) com salário líquido de R$ 5.124,62.
A esposa de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, também trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro, e recebendo o mesmo salário da sogra. Ela é listada na Alerj desde novembro de 2010 e foi exonerada junto com Raimunda.
Adriano, também conhecido como Gordinho, foi um dos alvos de operação deflagrada nesta terça-feira (22) pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e Polícia Civil para prender milicianos suspeitos de grilagem de terras. Até a última atualização desta matéria, o ex-PM era considerado foragido.
O texto divulgado pela defesa de Queiroz ressalta que o ex-assessor não sabia de suposto envolvimento de Adriano com "eventuais atividades milicianas". Segundo o comunicado, Queiroz e o ex-capitão se conheceram no 18º Batalhão de Polícia Militar (Jacarepaguá), quando trabalharam juntos. 
As indicações de Danielle e Raimunda, diz a nota, ocorreram porque o ex-assessor "se solidarizou" com a família de Adriano, que "passava por grande dificuldade" devido a uma prisão classificada por Queiroz como injusta.
O texto da defesa acrescenta que foi Fabrício Queiroz o autor de pedido a Flávio Bolsonaro para que o suspeito fosse homenageado na Alerj. Inclusive, o ex-assessor contou que chegou a indicar o ex-PM do Bope para trabalhar no gabinete de Flávio "em razão dos elevados índices de êxito na condução das ocorrências policiais registradas". 
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Anos depois, o ex-PM foi expulso da corporação após ser preso duas vezes por ligações com a máfia dos caça-níqueis. No ano passado, Adriano chegou a ser ouvido pela Delegacia de Homicídios da Capital como testemunha no inquérito que apura os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
Durante coletiva de imprensa nesta terça, o MP, por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), informou que não descarta que Adriano integre o grupo de milicianos da Muzema e de Rio das Pedras. Segundo promotores, a quadrilha também é suspeita de participação no assassinato da vereadora e do motorista.
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