quarta-feira, 13 de julho de 2016

Transexual 'crucificada' em parada gay vai deixar SP após nova agressão



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Victor Moriyama (G1)


A atriz Viviany Beleboni, de 27 anos, que é transexual e ganhou notoriedade após "se crucificar" durante a 19ª Parada Gay de São Paulo, em 2015, afirmou ter sido espancada por cinco homens no final da tarde desta terça-feira (12), perto de sua casa, no Centro de São Paulo.
Ao G1, Viviany disse estar com medo, em pânico, que deixará a capital paulista por um tempo e que não registrará boletim de ocorrência sobre o caso. "Não vou fazer um BO para não ser humilhada pela polícia. Eu não quero isso, eu não quero morrer, não quero", explicou Viviany.
Essa é a segunda vez que a atriz denúncia violência sofrida na região. Em agosto de 2015, ela publicou um vídeo em sua página no Facebook, em que afirmava ter sido agredida. À época, ela disse que aquele foi o primeiro caso sofrido por ela após a manifestação na Parada Gay e que também não fez o registro da ocorrência porque não gostaria de ser "tratada como homem" na delegacia.
A orientação da polícia é que todas as vítimas de homofobia registrem as ocorrências para que os casos possam ser investigados.
Direitos
Após a nova agressão, Viviany retornou à sua casa, onde disse ter recebido o cuidado de amigos. "Tenho um amigo médico que veio aqui e insistiu para eu ir a um hospital, mas não quero. Chegar lá para ser mal tratada? Para não ter meu nome reconhecido? Travesti não tem direito nenhum. Eu quero esquecer isso tudo", afirmou.
"Tenho medo até de ficar dentro de casa. Não aguento mais viver neste país. Estão tirando os direitos que são nossos pela constituição", disse a atriz.
Sobre a motivação da agressão, ela não tem dúvida: homofobia. "Foi por causa dessa onda de conservadorismo no país, agora que foi vetado o uso de nome social. Me reconheceram por causa da minha imagem, que está muito conhecida por causa do meu ativismo", afirmou.
Ela também afirmou que o caso não irá coibir sua militância pelos direitos LGBT. "Agora mesmo que eu vou ficar mais ativista, que eu vou querer entrar para o governo, lutar contra essa violência com mais força, cada vez mais, porque eu não vou morrer. Graças a Deus, vou ficar bem. Vou conseguir de novo", disse.
O caso
Segundo a atriz, por volta das 17h ela ia a um mercado próximo à sua casa, quando cruzou caminho com o grupo de agressores. "Eu estava subindo a rua, aí vi 5 jovens olhando para mim, gozando de mim, rindo. Quando eles viraram para o lado, eu virei para outro e entrei em uma rua".
Foi no local que teve início a agressão, disse Viviany. "Eles começaram e me xingar e eu fingi que não era comigo. Falavam que eu não era mulher, me mandavam virar homem, me chamavam de bicha. Então, começaram a correr atrás de mim. Me empurraram", contou a atriz.
De acordo com Viviany, após o empurrão, ela foi atingida por chutes e socos, direcionados principalmente ao seu rosto. "Me deram soco no olho. Meu rosto está muito inchado. Dois dos meus dentes ficaram moles", listou a atriz. Segundo ela, a agressão só parou graças à intervenção de um casal, que ameaçou chamar a polícia. Os agressores fugiram.
Vítimas de homofobia
O G1 publicou nesta terça (12) um especial em que quatro vítimas de homofobia foram convidadas para lerem comentários homofóbicos de reportagens do massacre de Orlando, que deixou 49 pessoas mortas em uma boate gay há um mês, dia 12 de junho, mais o atirador.

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