quarta-feira, 16 de março de 2016

Pedreiro quase cego se torna enfermeiro para cuidar do filho especial



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: R7 Imagem: R7

Após anos trabalhando como pedreiro, Davi decidiu voltar para a sala de aula para se tornar técnico em enfermagem. O motivo? Cuidar do próprio filho que nasceu com paralisia cerebral por falta de oxigênio.
A previsão dos médicos era de que o pequeno não chegaria aos três anos de idade. Se eles errassem, o pai prometeu que seria o enfermeiro do filho.
Erick já está com quase quatro anos e na semana do aniversário dele, Davi se matriculou no curso.
— Gostaria que ele fosse cuidado pelo pai. É o rótulo que tenho hoje: pai enfermeiro. Vou fazer o [curso] auxiliar, vou fazer o técnico e tenho fé em Deus que vou fazer uma faculdade. Vou chegar no final.
— Tudo que eu faço é pelo Erick. Ele é meu motivo de vida.
— A febre dele é constante e chega até a 42,8°C. Convivo com a morte todos os dias.
Os colegas de classe e professores definem Davi com uma palavra: inspiração. Recentemente, ele ganhou uma bolsa de estudos para terminar o curso, mas mesmo com essa grande ajuda, o tamanho do desafio dele ainda é muito maior, pois a família sobrevive de doações para comer e tudo que ganham é para pagar as outras despesas da casa, sendo que mais da metade são gastos com remédios para Erick.
A mensalidade do curso dependia, até então, de muito esforço e vários bicos.
Davi chegou até metade do curso com apenas 40% de visão em um olho e cegueira total no outro. Aos 37, foi aposentado por invalidez ao descobrir que tinha a doença Best, que é hereditária, degenerativa e incurável.
A doença evoluiu muito rápido, mas não impediu David de enxergar o grande sonho da moradia se realizar.
O estudante coordenou o mutirão que fez um conjunto popular de apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Para zelar pelas obras, recebeu um pedaço do terreno com um barracão de madeirite para morar.
Foi na nova moradia que Davi montou uma mini-UTI para cuidar do filho do jeito que ele merece.
Assim que chega em casa e tira o jaleco branco do estágio, Davi inicia seu novo trabalho de roupas mais simples, como bermuda e regata: começa a cuidar de Erick.
A paralisia cerebral por falta de oxigênio do filho, segundo os pais, aconteceu após a sexta tentativa de fazer um parto normal.
— Me sinto muito triste. Uma gravidez boa e perfeita para acontecer isso com meu filho. Nas horas que ele fica muito ruim, isso me dói tanto no coração. Só Deus sabe! Porque ele poderia estar aí, correndo, brincando.
Miriam, a mãe de Erick, e Davi não são mais casados, mas moram juntos e são muito unidos.
— A gente sempre está do lado um do outro.
No prédio que Davi ergueu com as próprias mãos, Miriam vai morar com os outros dois filhos. Erick e o pai ficarão juntos em uma outra casa adaptada, pois o pequeno precisa morar em um lugar com mais espaço.
A família vai apenas morar em casas diferentes, mas sempre estarão juntos.
— Ele é meu melhor amigo e meu melhor paciente. Vamos chegar no final e vou conseguir a minha vitória.

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