By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rádio Najuá – Imagem: Ed Ferreira (Estadão)
Desembargadores do Distrito Federal confirmaram nesta quarta-feira,
por 2 votos a 1, a condenação do ex-governador José Roberto Arruda (PR)
por ato de improbidade administrativa. Suspeito de envolvimento com um
esquema de compra de apoio político batizado de mensalão do DEM, Arruda é
novamente candidato ao governo do Distrito Federal. Ele pode recorrer
da decisão a órgãos superiores do Poder Judiciário.
A
condenação de Arruda, que chegou a ser preso em 2010, pelo Tribunal de
Justiça (TJ) ocorre depois do pedido de registro da candidatura na
Justiça Eleitoral. Atualmente, não há impedimento legal para que ele
dispute mais um mandato de governador, mesmo com a vigência da Lei da
Ficha Limpa. Apesar de essa norma proibir que políticos condenados por
órgãos colegiados, como o TJ, disputem cargos eletivos, a jurisprudência
em vigor no País só impede candidaturas se essa condenação ocorrer
antes do pedido de registro delas – neste ano, o prazo se encerrou no
sábado.
O julgamento de Arruda pelo Tribunal de
Justiça poderia ter ocorrido antes do pedido de registro. Isso porque a
defesa do ex-governador recentemente recorreu ao Superior Tribunal de
Justiça e conseguiu adiar o julgamento do caso. O ministro Napoleão
Nunes Maia Filho, do STJ, concedeu uma liminar favorável ao pedido. Na
semana passada, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, derrubou essa decisão e liberou o julgamento pelo TJ.
O
Ministério Público deverá tentar derrubar essa jurisprudência para
impedir as candidaturas de políticos condenados por órgãos colegiados em
data posterior ao pedido de registro. No entanto, não há garantias de
sucesso a esse eventual recurso.
O MP também
deverá sustentar que a condenação de Arruda no TJ ocorreu antes de a
Justiça Eleitoral analisar de fato o registro da candidatura do
ex-governador. Mas, enquanto isso, o candidato poderá fazer campanha e
pedir votos para o governo do Distrito Federal.
Se
Arruda for eleito, em outubro, é provável que o Ministério Público e
adversários políticos tentem impedir sua posse, em janeiro. “O
Ministério Público Eleitoral vai examinar a decisão do TJDFT (Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e Territórios) tão logo tenha
conhecimento do inteiro teor dela, e verificar as consequências da
condenação no processo eleitoral”, informou nesta quarta a Procuradoria
Regional Eleitoral.
Os advogados de Arruda
deverão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para tentar livrá-lo da
condenação. Se não tiverem sucesso, eles poderão ainda ir ao Supremo.
Segundo
a assessoria de imprensa do ex-governador, “não há nenhuma implicação
eleitoral” decorrente da condenação no TJ. “Arruda continua elegível.
Vai participar da eleição.” O ex-governador alega inocência e lançou um
site em que denuncia um “complô” para tirá-lo do governo. Arruda
renunciou ao mandato em 2009, após o caso vir a público.Em nota, o
presidente do diretório do PR no DF, Salvador Bispo, disse que a decisão
do TJ não afeta a candidatura de Arruda nem causa embaraço a uma
eventual posse.
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