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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Ana Chalub (Rádio Câmara) – Imagem: Divulgação
Projeto de lei proíbe a publicidade de
qualquer bebida alcoólica nas emissoras de rádio e TV, nos jornais e
revistas, na internet, em outdoors e até nos caminhões de entrega das
distribuidoras. De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde,
2,5 milhões de pessoas morrem todo ano devido ao consumo de álcool. No
brasil, os jovens com mais de 15 anos bebem o equivalente a seis litros
de álcool puro por ano - mais que a média nacional. O autor da proposta, deputado Givaldo
Carimbão, do PSB de Alagoas, afirma que os jovens são os mais expostos
aos efeitos da publicidade. "As pessoas têm que ter opção de querer
usar. É o livre direito arbítrio de cada um. Agora, não é justo que
fique incentivando, propaganda nada mais é que vender um produto num
telemarketing, na televisão, internet, etc. Estamos fazendo um apelo ao
grupo que produz bebida e etc. que compreenda, que salve essa
juventude." A psicóloca RoseliGofman concorda que a publicidade glamuriza a bebida alcoólica, mas tem dúvidas sobre a aceitação do projeto. "Eu não tenho dúvida que acaba
promovendo porque se glamuriza a bebida, coloca atletas bebendo, excesso
de glamurização da bebida, e acho que a gente até tem alguma
concordância com essa questão. Mas a gente fica pensando sempre nos
efeitos, o que isso pode causar, resultar. O problema da lei seca nos
Estados Unidos, todo mundo sabe dessa história, a dificuldade que é
implantar uma medida restritiva para alguma coisa que na sua origem é
celebração, contentamento. Porque a bebida entra na nossa vida como
celebração e depois vira uma doença." O deputado Givaldo Carimbão afirma que o
álcool é um problema de saúde pública e é, muitas vezes, o primeiro
passo para o consumo de outras drogas. "Eu trabalho com dependência química há
mais de 20 anos. Hoje, em Alagoas, temos mil pessoas que estão no uso do
crack acolhidas em comunidades mil. 99% por cento afirmam: começou pela
bebida." O deputado acredita que não vai ser
difícil fiscalizar a proibição, nem mesmo na internet, e espera que o
projeto seja votado ainda neste ano. O projeto está tramitando junto com
outro no Senado, onde aguarda a criação de uma comissão temporária para
analisar as propostas.
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