terça-feira, 1 de agosto de 2023

Projeto voltado à produção orgânica quer beneficiar 22 municípios e é apresentado à Itaipu

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL HOJE CENTRO SUL Imagem: Ciro Ivatiuk/Hoje Centro Sul
O Projeto Floresta de Sabores e Saberes, criado com o objetivo de fortalecer a agricultura familiar e agroecológica na região Centro Sul do Paraná, foi apresentado ao diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, Carlos Carboni, a lideranças políticas regionais, representantes de instituições de ensino e dirigentes de cooperativas e associações na última segunda-feira (24). A explanação aconteceu no auditório da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), em União da Vitória, e reuniu participantes da maioria dos 22 municípios que o projetor abrangerá.
Já protocolado junto à Itaipu Binacional para captação de financiamento, o Projeto Floresta de Sabores e Saberes quer trabalhar a preservação ambiental e o incremento de renda para os agricultores familiares através da produção de alimentos orgânicos. 
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A iniciativa abrange uma região que tem população total estimada em quase 600 mil habitantes.
As principais metas são: desenvolver sistemas agroflorestais com erva-mate, quintais agroflorestais, fazer a recuperação ecológica de solos, promover a infraestrutura e mecanização para associações e cooperativas, auxiliar na adequação ambiental, além de atividades coletivas como cursos e intercâmbios, e certificação orgânica de 400 propriedades.
O projeto também busca atender a uma demanda que prevê o fornecimento de 100% da merenda escolar do Paraná em alimentos orgânicos até 2030, conforme previsto por lei estadual.
Investimento no projeto
De acordo com o deputado federal Tadeu Veneri, o valor solicitado à Itaipu para o projeto é de R$ 80 milhões que, segundo ele, não precisa necessariamente ser financiado de forma integral pela usina. “Nós temos em torno de oitenta milhões de reais que foi solicitado. E se não é possível todo esse valor, possivelmente uma parte venha do governo federal, uma parte possamos buscar junto a outros órgãos, uma parte da Itaipu. O importante é que nós possamos dar um direcionamento a um projeto de integração de produção de alimentos”, descreveu o deputado.
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O diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, explicou que projetos como esse, precisam seguir os objetivos previstos pela binacional. “Todos os projetos são avaliados pela diretoria de coordenação, temos uma equipe técnica que faz isso, eles fizeram o protocolo faz poucos dias, assim que chegar na diretoria, nós vamos ver se o projeto está dentro dos objetivos e mais do que isso, no interesse da Itaipu”, explicou.
Segundo ele, pela exposição realizada, o Projeto Floresta de Sabores e Saberes tem afinidade com os objetivos socioambientais da Itaipu. “Nós temos quatro grandes eixos: o primeiro é o de preservação de água e solos, o segundo eficiência energética, o terceiro que é o cuidado com os resíduos sólidos, que é o lixo, e o quarto as ações comunitárias socioambientais. Os costumes estão diretamente nas ações que nós apresentamos e têm tudo a ver com o que foi apresentado enquanto projeto”, disse Carboni.
No entanto, como demanda um valor alto em investimentos, o diretor de Coordenação da Itaipu explicou que provavelmente será preciso buscar mais parcerias para financiar a iniciativa. “O projeto tem uma amplitude boa em termos de população, talvez nós precisamos discutir quem podem ser os demais parceiros que possam estar juntos. A Itaipu pode ser parceira de um montante considerável desse valor, mas é claro, precisamos passar pela equipe que faz essa avaliação”, destacou. “Quando nós vemos esses projetos, tem tudo a ver com o nosso propósito, com a nossa disposição, mas nós gostaríamos de estabelecer algumas parcerias com os municípios, Governo do Estado e outros órgãos federais que possam estar junto”, complementou. 
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Carboni sugeriu um consórcio entre os municípios para a busca por investimentos. “Se pensarmos em consórcio entre municípios facilita no ponto de vista do investimento, também na conta para depois entregar os serviços e as obras importantes, dentro deste olhar deste desenvolvimento sustentável dessa região”, disse.
Aumento da produção de alimentos    
Segundo o deputado federal Tadeu Veneri , o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, que tem como objetivo promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar, investiu neste ano 200 milhões de reais e pretende investir mais um bilhão no próximo ano, recurso que não é aproveitado integralmente pelos produtores rurais dos estados da região Sul do Brasil.
“É uma contradição dada à vocação agrícola do estado. No Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, dos valores que eram liberados para estes três estados, nós só pudemos contratar 10% desse valor, porque não há alimentos disponíveis, ou seja, esses estados não estão produzindo alimentos que possam chegar à mesa das pessoas. Claro que a gente tem uma grande produção de commodities, seja do milho, da soja, da própria celulose, mas o arroz, o açúcar, o feijão, a batata, a mandioca, a abóbora, estes produtos e mais ainda as frutas, nós não estamos conseguindo produzir em quantidade suficiente”, afirmou o deputado.
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Com o projeto em andamento, o deputado acredita que até mesmo o êxodo rural poderá diminuir na região. “O projeto é que você possa além de produzir alimentos, você tenha condições para que principalmente a juventude possa ficar no campo por que hoje o jovem pode ficar no campo, mas desde que tenha renda”, acrescentou.

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