By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: METROPOLES – Imagem: Divulgação
A promessa de abrir o que seria uma “caixa-preta” no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de revelar supostos esquemas dos governos petistas para escoar dinheiro público para países e organizações ligadas ao “Foro de São Paulo“, foi um dos motores da campanha de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência. Em 2019, o banco estatal chegou
a gastar R$ 48 milhões na auditoria dos contratos de empréstimos a
empresas e governos estrangeiros, mas não encontrou indícios de
irregularidades.Continua depois da publicidade
Nesta quinta-feira (17/6), em conversa com apoiadores no cercadinho
montado no Palácio da Alvorada, Bolsonaro admitiu estar convencido de
que não existe nenhuma caixa-preta na estatal.
“Não foi
caixa-preta, na verdade. Está aberto. Eu também pensava que era
caixa-preta, mas está disponível, no site do BNDES, todos os empréstimos
feitos para outros países”, disse ele, sem deixar, porém, de criticar
os adversários petistas.
“Alguns me criticam que eu estou
concluindo obras do PT. É verdade, alguma obras são começadas pelo PT,
sim. Agora, o PT não deixou obra inconclusa fora do Brasil. Vamos
parabenizar o PT”, ironizou. “Foi quase meio trilhão de reais. Vocês
[população] pagando”, completou o presidente. A fala foi registrada pelo site bolsonarista Foco do Brasil.
Auditoria milionária
O BNDES gastou R$ 48 milhões com uma
auditoria interna que prometia abrir a caixa-preta da estatal. Após um
ano e 10 meses de investigação, o banco divulgou, no fim de dezembro de
2019, um relatório de oito páginas que não apontou nenhuma evidência
direta de corrupção em oito operações com a JBS, o grupo Bertin e a
Eldorado Brasil Celulose, realizadas entre 2005 e 2018.
A equipe de investigação concluiu que as decisões do banco “parecem
ter sido tomadas depois de considerados diversos fatores negociais e de
sopesados os riscos e potenciais benefícios para o banco”.
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“Os
documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as
operações tenham sido motivadas por influência indevida sobre o banco,
nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento preferencial à
JBS, à Bertin e à Eldorado”, diz trecho do relatório.
Em junho de 2019, após a demissão de Joaquim Levy — ex-ministro de
Dilma Rousseff (PT) — da presidência do BNDES, o chefe do Executivo
federal insistiu na apuração do destino dos recursos da instituição.
Com a indicação do então secretário do Ministério da Economia Gustavo
Montezano, a expectativa era de que o banco acelerasse a apuração.
Na
época, o então porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio do Rêgo Barros,
disse que Bolsonaro queria “abrir a caixa-preta do passado, apontando
para onde foram investidos recursos em Cuba e na Venezuela, por
exemplo”.
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