By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Um homem de 69 anos morreu após realizar tratamento com nebulização de
hidroxicloroquina, contra a Covid-19, no Hospital de Caridade de
Alecrim, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Segundo a família de
Lourenço Pereira, o médico responsável não informou que realizaria o
procedimento. Lourenço faleceu no dia 22 de março. O médico responsável é Paulo Gilberto Dorneles. A RBS TV tenta contato com o profissional.
O Hospital de Caridade de Alecrim não quis se manifestar, mas informou
que deve realizar uma reunião nesta segunda-feira (5) para avaliar o que
aconteceu.
Ao G1,
o MP informou que os familiares do paciente enviaram comunicação do
ocorrido ao MP de Santo Cristo, que atende o município de Alecrim. Foi
instaurado expediente (notícia de fato).
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Agora, o promotor Manoel
Figueiredo Antunes vai requisitar instauração de inquérito policial pra
averiguar a situação em âmbito criminal.
Este não é o primeiro caso de morte após tratamento com nebulização de hidroxicloroquina no estado. No dia 24 de março, três pacientes morreram após realizar a técnica no Hospital de Camaquã, no Centro-Sul do RS.
O procedimento foi administrado pela médica Eliane Scherer, denunciada pelo hospital ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público, que já investiga a conduta dela.
O Ministério Público informou, nesta segunda-feira (5), que segue investigando e não vai se manifestar por enquanto.
A defesa da médica diz que não tem conhecimento da investigação do
Cremers e nem da polícia, e que recebeu apenas um pedido de manifestação
por parte do Ministério Público.
Segundo o diretor técnico do Hospital Nossa Senhora Aparecida, de
Camaquã, Tiago Bonilha, três dos quatro internados que fizeram o
tratamento apresentaram taquicardia ou arritmias após a nebulização.
"Não tenho como atribuir melhora ou piora diretamente ao procedimento,
mas, de fato, o desfecho final de três pacientes submetidos à terapia
foi óbito. Todos eles têm documentado em prontuário taquicardia ou
arritmias algumas horas após receberem a nebulização", descreve.
Estudos feitos em várias partes do mundo desde o ano passado não comprovaram a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19. Neste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que o medicamento não seja usado como prevenção da doença.
O caso
Lourenço Pereira estava internado no Hospital de Caridade desde o dia
19 de março, quando sentiu falta de ar. Na chegada ao hospital, um exame
comprovou o diagnóstico de Covid-19.
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No segundo dia de internação, de acordo com o prontuário obtido pela
família, o médico prescreveu inalações de hidroxicloroquina a cada seis
horas. No dia 21, a equipe médica registrou uma piora do quadro
respiratório, e o médico deixou de fazer as nebulizações, receitando um
comprimido por dia de hidroxicloroquina via oral.
No dia seguinte, 22 de março, às 12h, Pereira faleceu. Segundo a
família, a certidão de óbito apontou como causas da morte a Covid-19 e a
doença pulmonar obstrutiva crônica.
"Como um médico usa um tratamento experimental em um paciente com 40% de comprometimento do pulmão", desabafa Eliziane.
Descaso com informações
A família também reclama que houve um descaso no tratamento em geral
que Pereira recebeu no hospital, já que em nenhum momento recebiam
notícias.
"Eles [irmãos] chegaram lá na sexta [19] à noite para obterem maiores
informações, porém sem sucesso. E como em princípio meu pai não poderia
receber visitas, eles ficaram aguardando serem chamados para maiores
informações. No domingo [21] pela manhã, alguém da equipe de enfermagem
os contatou utilizando o telefone do meu pai para que um familiar fosse
ficar de acompanhante", conta Eliziane.
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"Simplesmente o médico disse pra ele que o caso já estava muito
avançado e que iria entrar com medicação, só isso. Não nos contatou, até
porque meu pai é uma pessoa idosa, era leigo pra muitos assuntos e
internou sozinho".
A filha comparou ao atendimento que a mãe, que também teve Covid,
recebeu em Porto Alegre, em que eles recebiam informações diárias
através dos médicos.
"A diferença foi enorme, minha mãe deu entrada na UPA e de início os
profissionais vieram nos questionar os medicamentos que ela tomava,
horários. A médica entrou em contato conosco, já que não poderíamos
visitar, passando o quadro clínico. E quando minha mãe conseguiu leito
na Santa Casa passamos a receber ligações diárias da médica que estava
cuidando dela", diz.
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