By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O Tribunal do Júri de Samambaia, no Distrito Federal, condenou Rosana
Auri da Silva Cândido e Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa pelo
assassinato do menino Rhuan Maycon, de 9 anos, em 2019. O julgamento
ocorreu nesta quarta-feira (25).
O corpo da criança foi encontrado na madrugada do dia 1º junho do ano passado, esquartejado, dentro de uma mala (veja mais abaixo).
A dupla foi sentenciada pelos crimes de homicídio qualificado, lesão
corporal gravíssima, tortura, ocultação e destruição de cadáver e fraude
processual.
As penas foram fixadas em:
- Rosana Auri da Silva Cândido, mãe do menino: 65 anos de reclusão e 8 meses e 10 dias de detenção
- Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, companheira de Rosana: 64 anos de reclusão, além de 8 meses e 10 dias de detenção
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O caso corre em processo de Justiça e a decisão é de primeiro grau. Até a última atualização desta reportagem, o G1 tentava contato com a defesa das rés.
Julgamento
Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público do DF (MPDFT),
"durante o julgamento, Kácyla ficou em silêncio e assumiu a execução de
todos os crimes, afirmando não haver nenhuma participação da
companheira".
No entanto, os jurados acataram na íntegra a denúncia do MP. Para o júri, as acusadas premeditaram o assassinato.
De acordo com a acusação, a dupla planejou como executar e destruir o
corpo da criança. Na noite do crime, diz o MP, Rosana e Kacyla esperaram
Rhuan dormir para cumprir o plano. A denúncia afirma que a mãe desferiu
o primeiro golpe no peito da criança, que acordou com o ataque.
Já Kacyla teria segurado o menino para que a companheira desferisse os
outros golpes. Segundo o Ministério Público, por fim, a mãe decepou a
cabeça do filho ainda com vida.
A denúncia diz ainda que, após o assassinato, a dupla esquartejou,
perfurou os olhos e dissecou a pele do rosto do menino. De acordo com o
MP, as acusadas também tentaram incinerar partes do corpo em uma
churrasqueira com o intuito de destruir o cadáver e dificultar o seu
reconhecimento.
Segundo a acusação, como o plano inicial não deu certo, elas colocaram
partes do cadáver em uma mala e duas mochilas. Rosana jogou a mala em um
bueiro próximo à residência onde ocorreu o crime. Em seguida, moradores
da região desconfiaram da atitude da mulher e acionaram a polícia.
A mãe, Rosana Cândido, e a companheira dela, Kacyla Pryscila, foram
presas na casa onde moravam com a criança e ainda com a filha de Kacyla,
uma menina de 8 anos.
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Em depoimento à polícia, Rosana contou que "sentia ódio e nenhum amor pela criança". Segundo o Ministério Público do DF, a mãe de Rhuan arquitetou o crime por odiar a família do pai dele.
"Rosana nutria sentimento de ódio em relação à família paterna da
vítima. Kacyla conhecia os motivos da companheira e aderiu a eles", diz a
denúncia.
Tortura
As duas também foram acusadas por tortura. Segundo o MP, elas "castraram
e emascularam a vítima clandestinamente" e "impediram que Rhuan tivesse
acesso a qualquer tratamento ou acompanhamento médico".
"Com apenas 4 anos de idade, Rhuan passou a sofrer constantes agressões
físicas e psicológicas e a ser constantemente castigado de forma intensa
e desproporcional, ultrapassando a situação de mero maltrato", diz a
denúncia.
Já as acusações de ocultação de cadáver e fraude processual dizem
respeito às tentativas da dupla de se desfazerem do corpo de Rhuan e
dificultarem as investigações.
As duas acusadas deixaram o Acre em 2014. Segundo a família, Rosana fugiu do estado com a criança, a companheira e a filha de Kacyla.
O pai de Rhuan tinha a guarda do menino, por decisão judicial. A
família chegou a registrar um boletim de ocorrência após o sumiço do
garoto.
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