By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL A NOTICIA – Imagem: Salmo Duarte (A Noticia)
Três dias após um acidente entre três caminhões causar o vazamento de produtos químicos no rio São João, entre os municípios de Garuva e Guaratuba, as equipes de contenção continuam a trabalhar para evitar que os materiais se espalhem pela região. Nesta segunda-feira, caminhões faziam a sucção do restante dos cerca de 13 mil litros de diesel e 25 mil litros de Osmose K33 - inseticida altamente corrosivo, usado exclusivamente para preservação de madeira - que foram derramados no rio. Os trabalhos devem continuar durante os próximos dias.
Além das equipes da Defesa Civil do Paraná e de Santa Catarina, órgãos e institutos ambientais, Autopista Litoral Sul, Polícia Militar Ambiental e Ibama, uma empresa contratada pelas proprietários dos caminhões envolvidos no acidente lidera os trabalhos. O especialista em emergências da WGRA, Fernando Costa, explica que os produtos impactaram uma área de 12 quilômetros de extensão. A ideia é isolar o terreno contaminado e fazer um desvio em parte do percurso do rio para evitar de o material se espalhar ainda mais.
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— Foram instaladas barreiras de contenção em vários pontos e agora
vamos fazer a operação de confinamento da área contaminada para já
liberar o rio São João para uso das pessoas — conta.Desde a sexta-feira, foram recolhidos cerca de 500 quilos de peixes mortos, a maioria de lambaris, em razão dos produtos vazados. Também houve a orientação para que a população não use a água do rio para consumo, banho ou pesca até que os trabalhos sejam finalizados. No entanto, a contaminação não afeta a distribuição e abastecimento de água do município, que é feita pelo rio do Braço.
O agente da Defesa Civil de Garuva, Márcio Kuchlik, afirma que o trabalho agora se concentra mais próximo do acidente, em um córrego de aproximadamente 300 metros. Em outros pontos, já foi possível ver peixes vivos nesta segunda-feira.
— Esse produto (Osmose K33) é solúvel na água e já não está mais tão concentrado no rio. Ele vai diluindo na água e o diesel está sendo retirado pela barreira de contenção — explica.
Os produtos químicos vazaram após um acidente que envolveu três caminhões, que transportavam o óleo e o fungicida, no quilômetro 675 da BR-376, na Serra que liga os estados de Santa Catarina e Paraná. O solo por onde os líquidos escoaram também sofreu danos e foi a partir dele que os produtos alcançaram o rio, mas também foi feita raspagem no local para evitar mais contaminação.
As empresas transportadoras do material tóxico foram notificadas e, conforme o coordenador Regional da Defesa Civil, Antônio Edival Pereira, podem ser responsabilizadas e até multadas em decorrência do derramamento.
Os moradores da região do rio São João também ajudavam os órgãos competentes a recolher os peixes mortos e monitorar os perigos da contaminação. Roberto Júnior, 48 anos, mora há 20 às margens do rio e afirma ter tirado cerca de 300 quilos de peixes desde a última sexta-feira. Ele usa a água apenas para tomar banho, mas acha um absurdo o que aconteceu praticamente na porta de casa.
— Isso foi um crime. Não poderia ter acontecido. Eles têm que dar um jeito na serra, fazer alguma proteção e acabar com isso — defende.
Ele recorda de outro acidente ocorrido na serra há alguns anos e que também prejudicou o rio São João. Naquela oportunidade uma carga de ácido sulfúrico foi derramada nas águas e matou muitos peixes. O casal Maria Salete e Rubens Kumpimsky também recorda do acidente e pede melhorias para evitar novas contaminações na região.
— Alguém tem que fazer alguma coisa para não cair mais nada nesse rio. Sempre tem acidente e cai alguma coisa, apesar de a maioria das vezes não ser algo químico — conta Rubens.
A esposa foi quem viu centenas de peixes mortos boiando no rio na manhã de sábado. Ela sentiu um cheiro forte e percebeu que os lambaris estavam próximos da costa sem vida. Como já havia ouvido informações sobre o acidente na sexta-feira à noite, Maria presumiu que fosse uma das causas da contaminação. No entanto, a família proprietária de um comércio às margens do rio foi avisada pelos órgãos ambientais apenas no sábado.
— Na sexta-feira tinha gente tomando banho ali e no domingo, mesmo depois da Autopista colocar uma placa para informar, tivemos que ficar avisando as pessoas que não podiam tomar banho — lembra.
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