By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: MASSA NEWS – Imagem: Divulgação
O Ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato, autorizou a abertura de 74 inquéritos contra políticos com foro no Supremo Tribunal Federal (STF) e o envio de 201 petições, também sem o sigilo, para instâncias inferiores.
Ao todo, Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Temer, 24 senadores e 39 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na lista de Fachin, estão os políticos paranaenses Paulo Bernardo, Zeca Dirceu – que de acordo com a edição extra do Diário da Justiça Eletrônica terão seus inquéritos enviados para o STF – e Gleisi Hoffmann, Beto Richa, Osmar Dias, Abelardo Lupion e o já falecido, José Janene – que tiveram seus inquéritos enviados para instâncias menores. O Massa News apurou o motivo da abertura de inquérito de cada um dos políticos do Paraná que estão na lista.
Entenda os motivos
Paulo Bernardo
O Procurador-Geral da República requer a abertura de inquérito para
investigar fatos relacionados ao Deputado Federal Marco Aurélio Spall
Maia e ao Ministro da Casa Civil Eliseu Lemos Padilha, bem como em face
de Humberto Kasper, Marco Arildo Prates da Cunha e Paulo Bernardo da
Silva, em razão das declarações prestadas pelos colaboradores Benedicto
Barbosa da Silva Júnior e Valter Luis Arruda Lana.Segundo o Ministério Público, narram os colaboradores a ocorrência de solicitação de pagamento de vantagens indevidas associadas à execução de contrato administrativo que tinha como objeto a construção da linha 1 da Trensurb (ligação entre Novo Hamburgo/RS e São Leopoldo/RS). O valor do contrato correspondia a R$ 323.977.829,28 (trezentos e vinte e três milhões, novecentos e setenta e sete mil, oitocentos e vinte e nove reais e vinte e oito centavos), parâmetro das solicitações de pagamento, as quais teriam ocorrido em 3 (três) oportunidades.
Zeca Dirceu
O Procurador-Geral da República requer a abertura de inquérito para
investigar fatos relacionados ao Deputado Federal José Carlos Becker de
Oliveira e Silva (Zeca Dirceu) e José Dirceu de Oliveira e Silva, em
razão das declarações prestadas pelo colaborador Fernando Luiz Ayres da
Cunha Santos Reis.Relata-se que pagamentos em espécie foram identificados com o codinome “Guerrilheiro” nas planilhas do sistema “Drousys”, no valor aproximado de R$ 350 mil, esclarecendo que os repasses eram feitos diretamente aos beneficiários, e não a José Dirceu. Narra-se, ainda, que nos anos de 2010 e 2014, foram efetuados, a pedido de José Dirceu, repasses a pretexto de auxílio à campanha eleitoral do Deputado Federal Zeca Dirceu, no valor de R$ 250 mil por meio do Setor de Operações Estruturadas.
Gleisi Hoffmann
A petição que trata da senadora Gleisi Hoffmann foi instaurada com
base nos depoimentos dos colaboradores Benedicto Barbosa da Silva
Júnior, Marcelo Bahia Odebrecht e Valter Luis Arruda Lana. Segundo o
Ministério Público, os colaboradores narram a ocorrência de pagamentos, a
pedido do então Ministro de Estado, Paulo Bernardo Silva, em favor de
campanhas de Gleisi Helena em 2008 (Prefeitura de Curitiba), 2010
(Senado Federal) e 2014 (Governo do Estado do Paraná).Os colaboradores ainda relatam que o repasse de R$ 5 milhões, em 2014, relaciona-se à abertura de crédito de R$ 50 milhões no que se refere à linha de financiamento à exportação de bens e serviços entre Brasil e Angola, medida econômica que teria beneficiado o Grupo Odebrecht. Referidos repasses seriam implementados por meio do Setor de Operações Estruturadas da companhia, mediante utilização do sistema “Drousys”, suposto sistema interno da Odebrecht destinado ao controle do pagamento de vantagens indevidas. O caso será analisado pelo Superior Tribunal Federal.
Beto Richa
A petição que trata do governador do Paraná Beto Richa foi instaurada
com base no depoimento dos colaboradores Benedicto Barbosa Silva Júnior e
Valter Luís Arruda Lana, os quais relatam o pagamento de vantagens
indevidas, a pretexto de campanhas eleitorais, do atual Governador do
Estado do Paraná, Carlos Alberto Richa, operacionalizados por diversas
pessoas. O caso foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça.
Osmar Dias
A petição instaurada contra Osmar Dias trata-se das declarações
prestadas pelo colaborador Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, o
qual informa a ocorrência de repasses ao então Senador da República
Osmar Dias e a Carlos Lupi, nos anos de 2010 e 2014, em valores,
respectivamente, de R$ 500 mil e R$ 300 mil reais. As operações
efetuadas pelo Grupo Odebrecht, sem registro no Tribunal Superior
Eleitoral, providência implementada com o fim de assegurar apoio
político do Partido Democrático Trabalhista (PDT). O caso será levado à
Justiça do Distrito Federal.
Abelardo Lupion
A petição instaurada relativa a Aberaldo Lupion trata-se de declarações
prestadas pelo colaborador Valter Luís Arruda Lana, o qual narra o
repasse de valores não contabilizados em favor do então Deputado Federal
Abelardo Luiz Lupion Mello. Assevera-se que, no contexto das eleições
do ano de 2010, com autorização do executivo Benedicto Júnior, o Grupo
Odebrecht “efetuou a doação com recursos de caixa 2, em espécie, na ordem de R$ 150 mil, operacionalizados por
intermédio da equipe de Hilberto Silva”. Acrescenta-se que, agora no cenário das eleições do ano de 2012, com a autorização do executivo Benedicto Júnior, ocorreu “doação com recursos de Caixa 2, em espécie, no
valor de R$ 100 mil, operacionalizados por intermédio da equipe de Hilberto Silva”. O caso será levado à Justiça Federal do Paraná.Há ainda na lista um pedido de investigação sobre propina que teria sido paga ao ex-deputado José Janene (PP), morto em 2010.
A íntegra da publicação pode ser conferida no Diário da Justiça Eletrônica, clique aqui.
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