By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC – Imagem: Divulgação
A família do curitibano Arthur Tetto Lader, de um ano e 10 meses, conseguiu arrecadar o R$ 1 milhão necessário para que o menino faça um tratamento na Itália. Ele tem atrofia muscular espinhal (AME) tipo I, doença sem cura.
O anúncio foi feito pela mãe da criança, na página da campanha "Juntos
pelo Arthur" no Facebook, na noite desta terça-feira (11).
"Está difícil segurar a emoção! Eu acho que o Arthur é muito abençoado.
Ele reuniu muita gente iluminada ao redor dele para que tudo fosse
possível", disse, ao G1, a mãe Rafaela França Tetto Lader, de 35 anos.
Muito emocionada, ela diz que só tem a agradecer a todos. "Eu cheguei a
acreditar que a gente não fosse conseguir. A mobilização de todos foi
impressionante! O Arthur tem muita vontade de viver e foi o que nos fez
chegar aqui", acrescentou.
A AME I é uma doença genética degenerativa. Entre as consequências da
patologia, estão: a dificuldade de deglutição e de sucção; as pernas
mais fracas do que os braços; o aumento da suscetibilidade a infecções
respiratórias; e o acúmulo de secreções nos pulmões e garganta. Em
Arthur, o diagnóstico veio porque ele não conseguia mexer as pernas.
Muitos famosos aderiram à campanha #JuntospeloArthur.
Entre eles, Fernanda Gentil, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Rogério
Flausino, Ana Vilela, Giba, Hortência, Márcio Garcia e Larissa Maciel.
Lojas, empresas, casas noturnas, times de futebol e atletas, programas
de televisão, sindicatos, escolas, políticos também participam da
mobilização, que se tornou nacional. Parte da renda deles foi revertida à
causa, assim como o dinheiro de rifas, bingos e venda de camisetas.
Uma chance
Rafaela explica, ainda, que a medicação não é a cura, porém, o remédio
pode ajudar o seu filho a voltar a respirar sem aparelhos, a movimentar
braços e pernas, a se alimentar pela boca, a firmar cabeça e tronco, e,
talvez até a andar.
"A maioria das crianças com AME I não chega a completar um ano porque
morrem antes do diagnóstico. É a chance do meu filho, de salvar a vida
do nosso guerreiro", acredita. Mesmo Rafaela tendo cidadania italiana,
foi difícil conseguir a oportunidade no exterior.
"Depois de meses insistindo, implorando, responderam que a gente podia
ir. Era para irmos no começo de março. Porém, sem todo o dinheiro e com a
documentação incompleta, não conseguimos", relata. Então, o prazo teve
que ser estendido.
Agora, a primeira aplicação do remédio em Arthur está marcada para 29
de abril. No entanto, a família deve estar no país antes para que possa
se organizar.
Além das passagens para a família e para uma fisioterapeuta, o R$ 1
milhão que a família arrecadou é para para pagar: o hospital, os
mateirais hospitalares, os equipamento de sobrevida, a moradia, a
alimentação, o transporte adaptado, as medicações diária do Arthur, os
profissionais das terapias, os médicos especializados e outros gastos.
"No Brasil, só tem tratamento para melhorar a qualidade de vida. O
Spinraza (Nusinersen) é a esperança que a gente tem porque é
praticamente a cura. O remédio estabiliza a doença e muitas habilidades
perdidas são recuperadas", explica.
Para Rafaela, todo o esforço que vem sendo feito é para ajudar não só o filho, mas também outras crianças doentes.
"Conversei com mães de todos os lugares do mundo. E a situação é muito
triste. Em um dos países, logo que é diagnostrica a AME I, os hospitais
entregam cartinhas aos pais dizendo 'Sentimos muito, voltem para a casa
porque não tem solução'", relata.
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