By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC – Imagem: Divulgação
Faltam cerca de R$ 38 mil para que o curitibano Arthur Tetto Lader, de um ano e 10 meses, consiga o R$ 1 milhão necessário para tratar a atrofia muscular espinhal (AME) tipo I na Itália. A família faz campanha para arrecadar todo o dinheiro até sábado (15), dia do embarque.
A AME I é uma doença genética degenerativa e sem cura.
Entre as consequências da patologia, estão: a dificuldade de deglutição
e de sucção; as pernas mais fracas do que os braços; o aumento da
suscetibilidade a infecções respiratórias; e o acúmulo de secreções nos
pulmões e garganta. Em Arthur, o diagnóstico veio porque ele não
conseguia mexer as pernas.
Muitos famosos aderiram à campanha #JuntospeloArthur. Entre eles, Fernanda Gentil, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Rogério Flausino, Ana Vilela, Giba, Hortência, Márcio Garcia e Larissa Maciel
Lojas, empresas, casas noturnas, times de futebol e atletas, programas
de televisão, sindicatos, escolas, políticos também participam da
mobilização, que se tornou nacional. Parte da renda tem sido revertida à
causa, assim como o dinheiro de rifas, bingos e venda de camisetas.
Luta
"Estamos lutando. A doença é degenerativa, não para. Precisamos correr
contra o tempo e lutar contra essa doença cruel e silenciosa", conta a
mãe Rafaela França Tetto Lader, de 35 anos, que abandonou o trabalho
como publicitária para cuidar em tempo integral do filho.
Segundo Rafaela, a última semana não foi fácil. "O Arthur, agora, está
bem. Mas teve uma semana bem complicada, estava instável", diz.
Ela explica que, na Europa, o tratamento com Spinraza (Nusinersen)
ainda está em estudo: são seis aplicações na medula no primeiro ano e
mais três nos anos seguintes. Nos Estados Unidos, o mesmo medicamento
foi aprovado no ano passado.
Rafaela diz que até tentou inscrever o filho para fazer tratamento nos
Estados Unidos, mas não conseguiu porque havia muitas restrições. "Não
aceitavam prematuros e nem bebês com mais de oito meses", lembra.
Mesmo aprovado nos EUA, o custo do Spinraza (Nusinersen), segundo a
mãe, seria inviável. "É vendido a US$ 750 mil dólares para as seis doses
do primeiro ano. Para o resto da vida, são mais três aplicações por ano
no valor de US$ 350 mil", conta.
A mãe afirma que lamenta muito o custo, afinal, essa doença é uma das que mais mata crianças em todo o mundo.
Uma chance
Rafaela explica, ainda, que a medicação não é a cura, porém, o remédio
pode ajudar o seu filho a voltar a respirar sem aparelhos, a movimentar
braços e pernas, a se alimentar pela boca, a firmar cabeça e tronco, e,
talvez até a andar.
"A maioria das crianças com AME I não chega a completar um ano porque
morrem antes do diagnóstico. É a chance do meu filho, de salvar a vida
do nosso guerreiro", acredita. Mesmo Rafaela tendo cidadania italiana,
foi difícil conseguir a oportunidade no exterior.
"Depois de meses insistindo, implorando, responderam que a gente podia
ir. Era para irmos no começo de março. Porém, sem todo o dinheiro e com a
documentação incompleta, não conseguimos", relata. Então, o prazo teve
que ser estendido.
Agora, a primeira aplicação do remédio em Arthur está marcada para 29
de abril. No entanto, a família deve estar no país antes para que possa
se organizar.
Além das passagens para a família e para uma fisioterapeuta, o R$ 1
milhão que a família espera arrecadar é para para pagar: o hospital, os
mateirais hospitalares, os equipamento de sobrevida, a moradia, a
alimentação, o transporte adaptado, as medicações diária do Arthur, os
profissionais das terapias, os médicos especializados e outros gastos.
"No Brasil, só tem tratamento para melhorar a qualidade de vida. O
Spinraza (Nusinersen) é a esperança que a gente tem porque é
praticamente a cura. O remédio estabiliza a doença e muitas habilidades
perdidas são recuperadas", explica.
Para Rafaela, todo o esforço que vem sendo feito é para ajudar não só o
filho, mas também outras crianças doentes. "Conversei com mães de todos
os lugares do mundo. E a situação é muito triste. Em um dos países,
logo que é diagnostrica a AME I, os hospitais entregam cartinhas aos
pais dizendo 'Sentimos muito, voltem para a casa porque não tem
solução'", relata.
Serviço
Para saber como ajudar na campanha, basta acessar a página Juntos pelo Arthur - AME tipo I, no Facebook.
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