sexta-feira, 17 de agosto de 2012

EDUCAÇÃO - Professores da UNICENTRO vão entrar em greve


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rodrigo Zub (Radio Najua) Imagem: Élio Kohut (Intervalo da Noticias)

Equiparação salarial dos professores, contratação de novos docentes e o aumento de verbas para as universidades. Reivindicações antigas das instituições de ensino superior do Paraná, esses pedidos ainda não foram cumpridos pelo governo estadual. A lentidão do governo estadual para resolver o problema fez com que os sindicatos dos docentes tomassem uma decisão drástica. A partir da próxima quinta-feira, 23, quatro universidades públicas do Estado entram em greve. A Unicentro é uma das instituições que irá participar do movimento, conforme decidido em assembleia realizada na quinta-feira, 16. O presidente da Associação dos Docentes da Unicentro (Adunicentro), Denny William, revela que é necessário pressionar o governo estadual para que o projeto de equiparação salarial e novo plano de cargos e salários seja colocado em votação em regime de urgência na Assembleia Legislativa (Alep). Segundo William, a greve será uma forma de pressionar o governo a cumprir o acordo firmado no dia 28 de março concedendo reajuste de 31,73% em quatro ou cinco parcelas anuais. “Os Câmpis Irati, Cedeteg e Santa Cruz aderiram com força à paralisação na quinta-feira, 16. As aulas foram suspensas num ritmo bastante satisfatório. O pessoal entendeu nosso movimento que pede para que o acordo seja cumprido em outubro, conforme decidido anteriormente”, defende. Conforme os Sindicatos definiram em assembleia, as universidades de Maringá (UEM), Onioeste e Unicentro dão início à greve na próxima quinta-feira, 23, enquanto que a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) poderá paralisar as atividades a partir desta sexta-feira, 17. Em Londrina, a paralisação começa a partir do dia 3 de setembro.
Reposição de aulas
William explica que os alunos não terão prejuízos com a paralisação das aulas. De acordo com ele, será feito um novo calendário que prevê a reposição dos dias letivos que as universidades permaneceram fechadas. “Os alunos não vão sofrer prejuízos. Já passamos por inúmeros percalços nos últimos anos. A greve de seis meses nas universidades estaduais em 2001, a greve das universidades federais que acontece neste momento. A greve não é problema. O que não podemos deixar que aconteça é a evasão de docentes e alunos sem aulas nas universidades. O calendário fica suspenso no período que durar a greve. Depois iremos discutir com o Conselho Universitário os meios de reposição das aulas”, comenta.
Manobra
Outra indignação dos docentes é a forma como o projeto de equiparação salarial foi enviado a Secretaria da Fazenda do Estado. O presidente da Adunicentro, diz que ocorreram alterações em relação ao primeiro projeto encaminhado à Alep em março deste ano. Uma das mudanças foi que o Tribunal de Contas do Paraná emitiu um alerta informando que o governo havia ultrapassado o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal fixado em 46,55% do orçamento. Desta forma, o governador Beto Richa (PSDB) estaria impedido de conceder reajuste salarial para os docentes universitários. Para William essa medida foi uma maneira da Secretaria da Fazenda para manobrar os pagamentos dos servidores adicionando gastos de imposto de renda ou de pensionistas e aposentados que não fazem parte dos itens previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. “Se não fossem incluídos estes dois itens estaríamos dois pontos percentuais abaixo. Essa é uma demonstração clara que o governo está manobrando os gastos. Assim, ele diz que gostaria de fazer o acordo, mas que o TC não liberou em virtude da Lei de Responsabilidade Fiscal”, conta.


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