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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: AGENCIA BRASIL – Imagem: Lula Marques/Agência BrasilO Congresso Nacional derrubou, nesta quinta-feira (27),
52 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei (PL)
que elimina ou flexibiliza regras para o licenciamento ambiental no Brasil. O texto foi apelidado pelos críticos de “PL da Devastação”. No total, foram analisados 59 vetos.
Os parlamentares apreciaram ainda 28 destaques apresentados pelo PT e
PSOL, como forma de tentar manter os vetos presidenciais. Na Câmara dos
Deputados, os destaques foram rejeitados por 295 votos a 167. No
Senado, foram 52 a 15 pela derrubada.
O governo conseguiu, por outro lado, adiar a análise de sete dos vetos referentes ao Licenciamento Ambiental Especial (LAE),
nova modalidade criada que previa o licenciamento de forma simplificada
e com “fase única” para obras consideradas “estratégicas”.
Ao vetar o dispositivo da LAE, o Executivo editou a Medida Provisória
(MP) 1308 de 2025, mantendo a previsão desse instrumento ambiental.
Porém, em vez de licenciamento em fase única, a MP editada pelo governo
prevê equipes exclusivas destinadas para dar celeridade aos
licenciamentos de obras consideradas estratégicas, mantendo todas as
fases hoje previstas para liberação de empreendimentos.
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O relator da MP 1308 na Câmara é o deputado Zé Vitor (PL-MG). A
medida precisa ser analisada até o dia 5 de dezembro para não perder a
validade. A comissão que analisa a MP é presidida pela senadora Tereza
Cristina (PP-MS), importante liderança da bancada ruralista no
Parlamento.
Apoiado pelo agronegócio e setores empresariais, o PL
do Licenciamento Ambiental vem sendo denunciado como grave retrocesso
por organizações ambientalistas e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Com a derrubada dos vetos, são retomados dispositivos como o que
autoriza o autolicenciamento para obras de porte médio, chamado de
Licença por Adesão e Compromisso (LAC). Essa modalidade requer apenas um
compromisso dos empreendedores para liberação das obras, sem os estudos
ambientais exigidos atualmente.
A derrubada dos vetos permite ainda transferir a definição dos
parâmetros ambientais do licenciamento da União para estados e Distrito
Federal (DF); retira atribuições de órgãos ambientais como Conama
(Conselho Nacional do Meio Ambiente) e limita a consulta aos povos
indígenas e comunidades quilombolas afetados pelos empreendimentos.
O Legislativo ainda derrubou o veto do governo que impediu retirar a
Mata Atlântica do regime de proteção especial para supressão de floresta
nativa. A derrubada do veto reduz as exigências para desmatar o bioma
que mantém atualmente cerca de 24% da vegetação original.
O Observatório do Clima, que reúne 161 organizações sociais e
ambientais, afirma que a derrubada desses vetos é o maior retrocesso
ambiental da história do país, e logo após a Conferência da ONU sobre
Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).
"Manter os vetos de Lula é crucial para impedir o esvaziamento do
licenciamento ambiental, o principal instrumento de prevenção de danos
ambientais do país, criado há mais de quatro décadas pela Política
Nacional do Meio Ambiente, de 1981", disse o Observatório, em nota.
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Deputados e senadores favoráveis aos vetos do presidente Lula
criticaram o presidente do Congresso, o senador Davi Alcolumbre
(União-AP), por pautar o tema após a COP30, enquanto há muitos outros
vetos na fila para serem apreciados.
Alcolumbre argumentou que a votação do licenciamento ambiental era necessária para destravar o processo legislativo.
“Há regiões inteiras aguardando que o Congresso finalize essa
discussão para que grandes projetos saiam do papel, gerando empregos,
renda e crescimento econômico — sempre com responsabilidade ambiental”,
disse o presidente do Senado.
O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), falando como líder do PT,
destacou que a votação do tema após a COP30 reflete uma decisão política
de setores privados que querem flexibilizar as regras ambientais no
Brasil.
“O momento em que se está trazendo para votar, logo depois da
Conferência do Clima, tem uma posição política de setores que
desnortearam o debate do licenciamento ambiental para defender
interesses menores e não interesses do país, não interesses da sociedade
brasileira”, disse.
Debate
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) avaliou que a derrubada dos vetos
vai aumentar o desmatamento ao transferir para os estados e o Distrito
Federal a responsabilidade por definir parâmetros e critérios para o
licenciamento ambiental.
“Vai se criar uma verdadeira guerra ambiental na tentativa de levar
algum tipo de empreendimento sem o devido rigor e, portanto, [sem] a
proteção dos nossos biomas e do nosso meio ambiente”, afirmou.
O deputado José Vitor (PL-MG) argumentou, por outro lado, que o
projeto aprovado respeita o meio ambiente e que o atual modelo de
licenciamento no Brasil impede a realização de obras. Ele ainda defendeu
a exclusão do Ibama dos processos de liberação de obras.
“Nenhum de nós aqui está abrindo mão para qualquer flexibilização ou
qualquer ponto que coloque em risco o meio ambiente. Depois de um órgão
ambiental, como uma secretaria de estado de meio ambiente, fazer toda a
análise técnica e conceder uma autorização, que, mesmo assim, precisava
do carimbo do Ibama, um carimbo que, de fato, não protege nada”,
afirmou.
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O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), defendeu que o Brasil explore suas riquezas.
“[O governo] quer colocar travas no agronegócio, que é a única coisa
que ainda está dando certo, economicamente, no Brasil. Aí querem colocar
aqui o veto no licenciamento ambiental votado por essas duas Casas. O
verdadeiro Brasil que nós temos é o Brasil que explora as suas riquezas
do agro”, afirmou.
Por sua vez, o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE) argumentou
que os atrasos que, eventualmente ocorrem, no processo de licenciamento
ambiental é resultado do desmonte praticado contra os órgãos ambientais
ao longo dos anos.
“Se existe morosidade hoje é por conta do desmantelamento do governo
anterior com relação à pauta ambiental, que retirou salários, diárias,
combustível e instrumentos para que esses servidores pudessem agir”,
comentou.
Gadêlha também criticou que órgãos ambientais como Ibama, Funai,
Iphan e outros passam a ter um caráter de “observador” sem que os seus
pareces tenham “caráter vinculante” nos processos de licenciamento.
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