quinta-feira, 21 de março de 2024

VÍDEO: Empresário relata pressão de Ademar Traiano para receber propina: 'É mais fácil receber dos fornecedores de flor, do cafezinho, do que de vocês'

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR Imagem: Divulgação
Em depoimento feito ao Ministério Público, o empresário Vicente Malucelli relatou a pressão que recebeu do deputado estadual Ademar Traiano (PSD), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), para receber o dinheiro negociado como propina.
O empresário também disse que o deputado deu a atender que os pedidos de propina não eram exclusivos ao Grupo Malucelli, que eram uma prática normal com outros fornecedores.  
"Me ‘tirou’ pra como se eu não tivesse fazendo mais que a obrigação. [...]Ele ligou e falou assim: ‘Manda o Joel [presidente do Grupo Malucelli] abrir o bolso, é muito mais fácil a gente receber dos fornecedores de flor, de alguma coisa do município, do cafezinho, do que de receber de vocês”, disse . 
O trecho faz parte dos depoimentos e áudios aos quais a RPC e o g1 tiveram acesso, que mostram e explicam a negociação de propina entre o deputado e o empresário. O pagamento aconteceu em 2015, quando Vicente Malucelli era diretor da TV Icaraí, então prestadora de serviço da TV Assembleia, e também envolve o ex-deputado Plauto Miró (Democratas). 
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Em outro trecho, o empresário explica que gravou as conversas com o presidente da Alep para se proteger juridicamente, após ele ligar de forma insistente, cobrando o dinheiro.
Áudios gravados por Vicente Malucelli mostram o empresário e o presidente da Alep conversando sobre pagamento da propina.
Em outros depoimentos, os envolvidos contam que Traiano pediu "ajuda para campanha" no valor de R$ 300 mil, e Malucelli entendeu o pedido como um recado de que poderia ter contrato rescindido caso não pagasse. 
O que dizem os citados
Em nota, a assessoria de Ademar Traiano disse que o deputado "reforça a validade legal do acordo realizado e que os documentos veiculados estão sob sigilo judicial".
A defesa de Plauto Miró afirmou que o ex-deputado "reafirma que formalizou um acordo junto ao Ministério Público, o qual foi homologado pelo Poder Judiciário e plenamente cumprido por sua parte. Conforme a legislação em vigor, o assunto está encerrado". 
A defesa de Joel Malucelli e do Grupo Malucelli disse que não vai se manifestar. 
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A equipe jurídica de Vicente Malucelli disse que, "por motivo de sigilo processual, não pode tecer maiores comentários. Contudo, ressalta que no acordo de colaboração, Vicente já cumpriu com suas obrigações e está comprometido apenas a ser futura testemunha de acusação, caso o MPPR ofereça denúncia contra os envolvidos. Ainda, registra-se que toda a atuação de Vicente foi pautada em ordens de superiores hierárquicos do grupo empresarial J. Malucelli".
A defesa de Georgete não respondeu, mas já afirmou que a participação dela nos fatos se limitou ao cumprimento de ordens. 
Assista AQUI o vídeo. 
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