By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA – Imagem: Divulgação
A pequena Alice, de cinco anos, terá uma bela história de cura pela fé e
pela medicina para contar. Ela foi diagnosticada com um câncer nos rins
na Santa Casa de Irati no dia 04 de abril de 2020. Depois, ela foi
encaminhada para o Erastinho, unidade do Hospital Erasto Gaertner, em
Curitiba, destinada exclusivamente para atendimentos de pediatria, onde
fez tratamento por 9 meses. Quando a família recebeu o diagnóstico, a
doença já estava em estágio avançado e havia se espalhado para os
pulmões da criança. Em entrevista ao programa Espaço Cidadão, a mãe
da pequena Alice, Cristiana Schvaidak, contou que a descoberta da doença
surpreendeu toda a família. “Realmente é uma doença que ninguém espera
ter. A Alice nos surpreendeu com uma dor de barriga muito pequena, até
meio sem importância.
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Quando nós levamos ela ao hospital para fazer a
tomografia e recebemos este diagnóstico, foi terrível, nosso chão sumiu
naquele momento, foi muito difícil”, afirmou.
Alice completa 06
anos em maio. Cristiana acredita que a rapidez do diagnóstico e do
encaminhamento para tratamento foram fundamentais para o processo de
cura da doença. “Às vezes, a criança diz que tem alguma queixa ou dor,
mas a gente pensa que não é nada. Toda dor, por mais simples que seja,
tem que ser investigada. O acompanhamento da criança é importante nos
primeiros anos de vida dela, isto traz um diferencial muito grande. O
tumor que a Alice tinha nós descobrimos em uma fase mais avançada porque
ela não apresentava sintomas. Eu só o veria se tivéssemos feito um
exame de imagem com ela”, comentou.
O médico Robson de Castro
Coelho, diretor técnico do Erastinho, relatou que o Tumor de Wilms é o
que mais atinge as crianças. Normalmente, a própria mãe é capaz de
diagnosticar a doença. “A mãe, que vai dar banho na criança, aperta a
barriguinha e vê que tem um carocinho. O médico apalpa e pede um
ultrassom, que constata uma lesão renal. No caso da Cristiana e da
Alice, foi um pouquinho mais rápido porque o médico, na apalpação, deve
ter desconfiado disso e solicitou a tomografia, constatando que tinha um
tumor renal, chamado de Tumor de Wilms”, ressaltou.
De acordo com o médico, se não for tratado no início, o tumor se
espalha rapidamente para o pulmão e para a barriga da criança. Em casos
raríssimos, ele pode atingir o fígado. “Quando ele se espalha ou se
arrebenta dentro da barriguinha ou quando vai para o pulmão, temos que
fazer radioterapia também. No pulmão, quando tem nódulos, fazemos a
cirurgia de remoção para ver se eles estão ativos ou inativos, ou com o
tratamento, se eles desaparecerem, pode não haver necessidade de abrir o
pulmão da criança”, pontuou.
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O tratamento envolve quimioterapia e
cirurgia. Quando o tumor é unilateral, é extraído todo o rim doente.
Caso os dois rins sejam atingidos, há a remoção somente dos nódulos,
como foi o caso da Alice, de acordo com o médico. “No caso dela, foi
exatamente isto: ela chegou para nós, começamos a quimioterapia, fizemos
um monte de exames, passamos um dispositivo chamado cateter para ajudar
a fazer as quimioterapias e, no momento propício, fazemos as
cirurgias”, comentou.
O médico explicou que o tempo de tratamento
depende do estado de gravidade da doença. “Quando eu descubro a doença
no comecinho, consigo fazer pouco tempo de quimioterapia, cerca de 3 a 4
meses até a cirurgia. Quando eu tenho a doença se espalhando, como no
caso dela (Alice), para o pulmão e tivemos que fazer a radioterapia na
barriguinha, gastamos mais tempo. Ela foi de abril até o final do ano
com o tratamento, acabou pegando 10 meses contando com a radioterapia e a
cirurgia. Se tiver que entrar com a cirurgia do pulmão, leva mais tempo
ainda. De uma maneira geral, o tratamento dura de 2 a 10 ou 12 meses”,
frisou.
O Erastinho foi inaugurado em setembro de 2020, com 18 leitos de
enfermaria, 08 leitos de UTI especializadas em câncer infantil e 05
leitos de transplante especializados em atendimentos pediátricos.
Diariamente, são feitas de 30 a 35 consultas diárias de crianças de todo
o estado. No total, são atendidas 17 mil consultas por ano, além de 500
cirurgias e 85 mil atendimentos. O Paraná registra cerca de 600 novos
casos de câncer infantil todos os anos; destes, cerca de 300 são
atendidos pelo Erastinho. O Hospital segue parâmetros internacionais de
sustentabilidade e promoção da saúde, o chamado “Conceito Green
Hospital”, tendo sido a primeira instituição brasileira a conquistar
simultaneamente as certificações “Lead for Healthcare” e “Well Building
Certification”.
“Na prática, nós vamos nos tornar unidades
sustentáveis e tentar diminuir ao máximo o consumo de papel. Nós vamos
fazer a unidade ser um paper less, não tendo papel, e autossustentável
eletricamente, gerando a nossa própria energia. No nosso estacionamento,
tem duas unidades para recarga de carros elétricos. Vamos nos sustentar
e, se a nossa captação ultrapassar o que precisamos de energia,
venderemos o excedente novamente para a Copel”, afirmou.
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Cristiane
atribui a cura da filha ao atendimento proporcionado pela equipe do
Erastinho à menina. Ela fez 8 sessões de radioterapia, sem necessidade
de sedação. “O tratamento da Alice foi muito leve. Sabemos que foi muito
pela forma com que eles tratam a criança, que tem que ser muito
diferenciada. A Alice esteve no Erasto de Irati para infusão de soro,
porque quando ela fez tomografia, precisava se hidratar. O Erasto está
de parabéns, é o melhor lugar para tratar um caso de câncer, eu vejo que
eles estão além do seu tempo. A equipe é maravilhosa e uma parte da
cura dela a gente credita a estes profissionais”, frisou.
Quando a
família soube do diagnóstico, começou uma corrente de oração por parte
de familiares e amigos em prol da menina Alice, através de orações,
novenas e missas pedindo a cura da menina. Cristiana acredita que, com
isso, a fé da família se fortaleceu. “Quando a gente acredita em Deus
quando está tudo bem, é uma forma, é fácil acreditar no poder dele. A
partir do momento em que passamos por uma dificuldade como passamos com a
Alice, temos que depositar nossa fé nele e acreditar, pedindo que sua
vontade seja feita. A partir daí, entendemos por que ele existe
realmente”, declarou.
Leia o relato da mãe sobre a fé da
menina. “A Alice, quando passou mal na UTI, foi bem interessante depois
que ela melhorou, acordou e falou para mim que ela tinha visitado Deus.
Uma criança de cinco anos anos falar isso não tem como inventar. Eu
perguntei como foi esta visita e ela me disse: ‘Padre Pio me levou’. Eu
perguntei como era o Padre Pio, e ela disse que era igual nas fotos. Eu
perguntei se Deus disse alguma coisa para ela, que me disse: ‘Ele falou
que eu estava curada’. Todas as vezes, durante o tratamento dela,
repetimos isto diariamente para ela e dizíamos ‘Deus falou que você está
curada, e você está mesmo curada’”, contou, emocionada, a mãe.
Durante todo o tratamento, Alice precisou fazer apenas uma transfusão de
sangue durante a radioterapia, porém não apresentou nenhuma infecção.
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Cristiana faz um pedido para os pais que estão passando por esta mesma
dificuldade. “Não percam tempo com a negação da doença, aceitem ela,
coloquem-na debaixo do braço e sigam adiante, pois é isto que faz a
diferença. Não adianta negar e dizer ‘eu não estou com a doença, não é
comigo’, mas é com você mesmo, foi com a minha filha, com a nossa
família, aceitamos isto e seguimos adiante com Deus nos ajudando, e foi
realmente o que aconteceu”, comentou
Mesmo curada, Alice continua
fazendo acompanhamento no Erastinho. O cateter deve ser retirado em
junho ou julho. Emocionada, Cristiane disse que a filha é uma guerreira.
“A Alice é uma guerreira, temos muito orgulho de tê-la com a gente e
estamos mais felizes ainda porque Deus nos devolveu ela com saúde, e é
isto que mais importa”, finalizou.
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