By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A Ford anunciou nesta segunda-feira (11) que encerrará a produção de veículos em suas fábricas no Brasil após um século. A montadora mantinha fábricas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), para carros da Ford, e em Horizonte (CE), para jipes da marca Troller.
A empresa, que fechou 2020 como a quinta que mais vendeu carros no país, com 7,14% do mercado, continuará comercializando produtos no Brasil.
Eles serão importados principalmente da Argentina e do Uruguai. A Ford disse ainda que vai garantir a manutenção do veículos já vendidos no país.
Dentre as instalações atuais, será mantido o Centro de Desenvolvimento
de Produto, na Bahia, além do campo de provas e da sede administrativa
para a América do Sul, ambos no estado de São Paulo.
Continua depois da publicidade
Em comunicado divulgado para a imprensa, a fabricante diz que a decisão
foi tomada "à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente
capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas".
Em carta a concessionários obtida pela Globo, a montadora afirmou que "desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas" e que a matriz, nos Estados Unidos, tem auxiliado nas necessidades de caixa, "o que não é mais sustentável".
A montadora citou ainda a recente desvalorização das moedas na região, que "aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis",
e mencionou a pandemia e a ociosidade nas linhas de produção, "com
redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no
Brasil".
5 mil empregos afetados
Questionada pelo G1 sobre quantos funcionários serão demitidos, a Ford disse que aproximadamente 5 mil empregos serão afetados com a reestruturação no Brasil e na Argentina. O país vizinho sofrerá ajustes pelo encerramento da produção no Brasil, mas continuará produzindo veículos.
Ao todo, a Ford possui 6.171 funcionários no Brasil. Em Taubaté, 830 funcionários serão demitidos segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. A fábrica de Horizonte emprega 470 pessoas.
A unidade de Camaçari, que produzia Ka e EcoSport, e a de Taubaté, onde eram feitos motores e transmissões, serão fechadas imediatamente, reduzindo a produção às peças para estoques de pós-venda.
No último trimestre de 2021, será fechada também a planta da Troller, em Horizonte.
Com a decisão, os modelos nacionais terão suas vendas interrompidas assim que terminarem os estoques. A empresa garante, porém, que todos os clientes seguirão com assistência de manutenção e garantia.
A partir da decisão, a Ford diz que o país passará a ter modelos
importados, principalmente das unidades de Argentina e Uruguai, além de
outras regiões fora da América do Sul. Em comunicado, a montadora
confirma a venda dos novos Transit, Ranger, Bronco e Mustang Mach1 no
Brasil. Reestruturação global
De acordo com a Ford, o fechamento das fábricas no Brasil é mais um passo de seu processo de reestruturação global.
“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no
Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias,
para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley,
presidente e CEO da Ford.
“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a
produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos
produtos mais empolgantes do nosso portfólio global", completou.
No ano passado, a Ford vendeu 119.454 automóveis no Brasil, segundo
dados da Anfavea. O resultado representou uma queda de 39,2% na
comparação com 2019. A queda observada foi maior do que a registrada
pelo segmento de automóveis. Em 2020, o tombo foi de 28,6%, para
1.615.942.
Continua depois da publicidade
No Brasil, o primeiro passo da reestruturação, em 2019, foi o
encerramento da produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP),
depois de 52 anos. Em outubro, foi concluída a venda da fábrica do ABC paulista para a Construtora São José e com a FRAM Capital.
“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a
produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos
produtos mais empolgantes do nosso portfólio global", completou.
No ano passado, a Ford vendeu 119.454 automóveis no Brasil, segundo
dados da Anfavea. O resultado representou uma queda de 39,2% na
comparação com 2019. A queda observada foi maior do que a registrada
pelo segmento de automóveis. Em 2020, o tombo foi de 28,6%, para
1.615.942.
Encerramento em São Bernardo do Campo
No Brasil, o primeiro passo da reestruturação, em 2019, foi o
encerramento da produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP),
depois de 52 anos. Em outubro, foi concluída a venda da fábrica do ABC paulista para a Construtora São José e com a FRAM Capital.
Como consequência, a marca deixou de vender no Brasil o Fiesta, um de
seus modelos de maior sucesso, e abandonou o mercado de caminhões na
América do Sul. A fábrica da Ford empregava 2.350 funcionários e, desses, apenas mil, que são da área administrativa, foram mantidos.
Em nota, a companhia afirmou que, entre os potenciais compradores,
priorizou durante a seleção os projetos que melhor atendessem às
necessidades da região, comemorou a transação e agradeceu aos envolvidos
no negócio.
Impactos no mundo
O plano de reorganização da empresa também afetou outros países nos últimos anos. Foram fechadas fábricas na Austrália, após 91 anos no país, e na França, em Blanquefort. Na Europa e Estados Unidos, a montadora anunciou demissões em 2019.
Continua depois da publicidade
A associação das fabricantes, a Anfavea, disse que não vai se pronunciar sobre o encerramento das atividades.
"A Anfavea não vai falar sobre o tema, trata-se de uma decisão
estratégica global de uma das nossas associadas. Respeitamos e
lamentamos. Mas isso corrobora o que a entidade vem alertando há mais de
um ano sobre a ociosidade local, global e a falta de medidas que
reduzam o Custo Brasil", disse a associação em nota.
O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo, lamentou a notícia.
“Com muita tristeza, recebemos esta notícia da Ford. Infelizmente, a
crise provocada pela pandemia da covid-19 trouxe consequências ruins
para a área da saúde e, também, para a economia, fazendo com que
pequenos e grandes negócios se tornem inviáveis. Lamento o fechamento da
fábrica e me solidarizo com os trabalhadores”, disse.
CURTA AQUI NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.