terça-feira, 22 de setembro de 2020

Bolsonaro: “Se a mídia está criticando, é porque discurso na ONU foi bom”

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: METROPOLES Imagem: Marcos Corrêa
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores, no Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (22/9), que “se a mídia está criticando” seu pronunciamento durante a 75ª Assembleia das Nações Unidas (ONU), é porque “o discurso foi bom”.
No discurso, Bolsonaro disse que o Brasil é “vítima” de uma “campanha brutal de desinformação” sobre a Amazônia e o Pantanal, se referindo aos incêndios florestais que atingem os locais.
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De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 19 dias de setembro, a Floresta Amazônica teve 26.656 focos de calor detectados. O número já é 34% superior ao registrado no mês inteiro de 2019: 19.925.
Já o Pantanal tem mais focos de queimadas que a média histórica total para o mês, com 5.815 focos de calor em 19 dias de setembro. A média histórica é de 1.944 para 30 dias.
“Somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil”, disse Bolsonaro durante seu discurso.
Repercussão no exterior
A agência de notícias francesa AFP deu destaque à fala do presidente sobre uma “campanha de desinformação” sobre as queimadas na Amazônia e no Pantanal. Os franceses citaram a fala do presidente sobre a causa do incêndio. A declaração também foi destaque no jornal argentino Clarín.
O The Guardian trouxe dados para rebater as informações do presidente. O jornal afirmou: “Na verdade, o Pantanal, a maior área úmida do mundo, está enfrentando a maior devastação de sua história. A área queimada este ano é equivalente ao tamanho do Estado de Israel – 3 milhões de hectares ou 20% de todo o bioma”.
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Já a agência norte-americana Associated Press deu destaque às críticas do presidente ao que chamou de “politização do coronavírus”. Em seu discurso, Bolsonaro disse que “como ocorre no resto do mundo, parte da imprensa brasileira politizou o vírus, semeando o pânico entra a população”. “Com o lema ‘fique em casa’, ‘a economia vemos depois’ quase provocaram um caos social no país”, afirmou, sem apresentar provas.
O jornal português O Público destacou que Bolsonaro culpou os índios pelos incêndios na Amazônia.
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