By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL ZERO HORA – Imagem: Divulgação
O alemão Leopoldo Carlos Lanz sonhava em chegar a Nova York, partindo de Porto Alegre, numa viagem que seria feita a pé. Como o desafio exigisse certa logística, já que ele pretendia levar a família, além do sonho ele teve uma ideia. Adaptou um grande barril para servir de abrigo, atrelou a geringonça a uma mula e decidiu que o rolaria até a cidade americana, como se fosse uma espécie de burro home. Leopoldo, a esposa Florinda, sua filhinha Lia e mais uma cunhada partiram da capital gaúcha no dia 2 de setembro de 1931, com direito a registro no jornal Diário de Notícias daquela data. O alemão chegou aqui em 1925, depois de ter participado da I Guerra na Europa. Para o que chamou de "raid", Leopoldo tinha muita expectativa e pouca pressa, sabia que o trajeto levaria alguns anos. O jornal O Dia, do Rio de Janeiro, em 25 de junho de 1932, trazia em suas páginas uma foto da família e o texto: "Depois de dez meses, chegou ontem ao Largo do Campinho, depois de ter acampado em Bangú, um inusitado viajante... Foi grande a aglomeração de curiosos em torno do estranho veículo da família teutônica que se encontra satisfeita e bem disposta...". Leopoldo logo seguiu seu caminho, mas a Revolução de 1932 encontrou-o em Minas Gerais, dificultando ainda mais as coisas e obrigando o "sonhador" a desistir da sua trip. Voltaram ao Rio Grande do Sul e se estabeleceram em Arroio do Meio. Ainda hoje descendentes seus vivem em Nova Petrópolis, onde Lia teria morrido em 2015.
Essa incrível história foi garimpada em velhas edições de jornais quando o escritor Gilmar Delvan, 55 anos, buscava subsídios para mais um dos seus livros. Ele viu ali a possibilidade de romancear o tema e transformá-lo num livro de ficção baseado em fatos reais. RAIDMAN– A Incrível História da Família que Atravessou o País Rolando um Barril (140 páginas e prefácio de Alcy Cheuiche) foi lançado na última Feira do Livro, mas o autor fará uma sessão de autógrafos no próximo sábado, a partir das 15h30min, na sede da Editora Metamorfose (Av. Getúlio Vargas, 1.691, Menino Deus), na Capital. É claro que, no romance, o fim da história é bem diferente do que ocorreu na chamada vida real. Fiel à mirabolância do sonho, o autor fez sua própria viagem e aterrissou num outro e surpreendente desfecho.
Afinal, sonho é para ser sonhado.
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