sábado, 25 de janeiro de 2014

Ex-jogadores da Seleção Brasileira irão disputar amistoso em Prudentópolis



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Edilson Kernicki (Rádio Najuá) Imagem: Élio Kohut (Intervalo da Noticias/Rádio Najuá)


O ex-jogador João Justino Amaral dos Santos, mais famoso como Amaral, esteve em Prudentópolis nesta quinta-feira (23), acertando com a Secretaria Municipal de Esportes detalhes da partida entre a Seleção Master Paulista contra o time de veteranos locais. O amistoso, que será disputado no próximo dia 14 de fevereiro, marca a inauguração da nova iluminação do estádio Newton Agibert.
Na disputa que ocorre no próximo dia 14 de fevereiro, vários ídolos do passado estarão em Prudentópolis: Marcos Graça, Pereira, Edu, Zenon, Serginho Chulapa, Careca, João Paulo, Amaral, entre outros. “O Careca, me falava esses dias que precisava se cuidar porque perdeu um gol que não costumava perder. Mas o Careca é uma pessoa do bem. E vocês vão gostar, porque é um grupo bom, de jogadores experientes e que vem para fazer o melhor, para dar um espetáculo”, prometeu Amaral.
A Seleção Master é composta de ex-jogadores profissionais acima dos 45 anos, como o próprio Amaral, que completou 61 anos em dezembro de 2013. Edu tem 65, Serginho Chulapa, 60; Careca, 53; Zenon, 56; Ezequiel, 50; Pereira, 52. “Mas são pessoas que se cuidam, vocês vão ver que são pessoas que têm um nível bom. Não diria, é claro, para atuar profissionalmente. Mas para abrilhantar, para dar espetáculo, para fazer com que a galera vibre com bom futebol, com certeza esses jogadores têm potencial muito grande”, aposta o ex-zagueiro da Seleção.
Carreira de Amaral
Amaral fez carreira como zagueiro de clubes nacionais e internacionais: Guarani, de Campinas, entre 1971-1978; Corinthians (1979-1981); Santos (1981-1982), no Brasil; e América (1982-1984) e Universidad de Guadalajara (1984-1986), no México. Voltou ao Brasil e encerrou a carreira no Blumenau, em 1987.
“Foi uma carreira assim, no início, muito gostosa, muito boa, pois jogar no interior é uma coisa, e depois me transferi para o Corinthians, na capital. Fiquei cinco anos e três meses no clube, de maneira que quando eu cheguei ao Corinthians, já havia sido convocado pela Seleção Brasileira pelo interior, que foi uma abertura que aconteceu. Todos depois começaram a ver o futebol do interior com mais clareza”, lembrou o ex-atleta.
Foram 203 jogos pelo Corinthians, já pelo Guarani, ele mesmo não sabe dizer. Foi convocado pela Seleção Brasileira, pela qual jogou ao longo de quase dez anos, tendo maior destaque durante a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, quando jogou como titular. Depois dessa fase, foi para o México.
“As instalações que o Brasil ficou no Mundial de 1986 (no México) era a equipe que eu jogava”, comentou. Graças aos 21 anos de carreira sem nenhuma expulsão de campo, apesar de ser zagueiro, recebeu da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o troféu Belfort Duarte. O prêmio é concedido pela entidade a jogadores que atuaram pelo menos 200 jogos sem sofrer expulsões ao longo de, no mínimo, dez anos.
Entre os títulos, foram dois pelo Corinthians e outros dois pelo América/México, sendo um deles a Copa Marlboro, disputada nos Estados Unidos. Pela Seleção Brasileira, foi campeão do campeonato disputado em 1976 para celebrar o bicentenário da independência americana. “São títulos importantes e que nós não conquistávamos, principalmente o Corinthians. Ficava muito tempo sem conquistar títulos”, enfatizou.
Futebol do presente e futebol do passado
Amaral disse que é muito diferente jogar futebol em comparação às décadas anteriores. Segundo ele, hoje com um nível de futebol razoável, é possível chegar a um time grande, “pela escassez de grandes valores. Lá atrás, se você dormisse como titular no domingo, podia amanhecer na quarta como reserva, porque surgiam grandes jogadores, surgiam talentos maravilhosos. Então você não podia se descuidar”, explicou.
O ex-zagueiro afirma que era necessária uma reinvenção constante e procurar inovar sempre para não perder a titularidade dentro da equipe. Não apenas para atuar no clube, mas também para poder ser convocado pela Seleção Brasileira, feito que ele conseguiu.
Ele também comentou que, hoje em dia, exige-se que os zagueiros sejam mais altos em relação aos de antigamente. O próprio Amaral diz que se fosse jovem novamente e tentar ser jogador da zaga atualmente, não conseguiria, por ter 1,81m, quando a média é acima dos 1,87m. “Essa é uma postura que os treinadores preferem. E isso vem lá de trás, com o [Rubens] Minelli, do Internacional de Porto Alegre”, justificou.
O ex-atleta critica a forma de treinamento atual, sugerindo que os jogadores de hoje não fazem o que ele chama de “trabalho básico”, que é aprimorar aquilo que não é tão bom. Para ilustrar, ele comenta que jogadores destros não treinam a canhota e não sabem o que fazer se a bola cai na esquerda, e vice-versa. “Eu fazia antecipação, eu fazia treinamento porque estava mais acostumado a chutar com a direita. Eu fazia, todos os dias, 50 chutes de manhã e 50 chutes à tarde com a perna esquerda, que era para aprimorar a perna que era mais fraca, na situação”, recordou.
Amaral se gaba de que, mais ao fim de carreira, onde jogasse a bola, ele conseguia lidar com ela, tanto na esquerda, quanto na direita. Mesmo assim, tinha dificuldades em cabecear e, por isso, fazia antecipação. “Procurava minimizar aquilo que eu tinha de deficiência. Hoje se treina pouco. Se treina o suficiente fisicamente, mas o básico é difícil”, comentou.
Com o crescimento dos filhos e a necessidade de optar se eles continuaram os estudos no México ou no Brasil, Amaral resolveu voltar para cá, onde encerrou a carreira. Depois, fez um curso de Administração, que era algo que ele sempre quis, e também o curso de treinador. “Apesar de eu estar dentro do métier, eu não me adapto. Eu prefiro ser administrador de empresas a ser técnico de futebol. Optei por voltar ao Brasil e dar uma continuidade à minha vida, no seguimento dos meus filhos e depois dos netos”, relatou.
Mesmo com o vasto currículo de conquistas, Amaral marcou apenas 16 gols em toda a carreira. Segundo ele, os tempos eram outros e os treinadores exigiam que os zagueiros se mantivessem em suas posições, o que impedia as finalizações. “Às vezes, [o treinador] nos dava liberdade em bola parada, principalmente quando estávamos perdendo o jogo. Mas era primeiro marcar, para depois atacar. Hoje, não, hoje você pode fazer do ataque a sua função. Às vezes, você sai esporadicamente e dá certo. Lá atrás, se a gente fizesse qualquer tipo de situação em relação a isso, era severamente punido pelos treinadores. Hoje já é mais tranquilo nesse sentido”, apontou.
Amaral disse que espera ver os torcedores de Prudentópolis assistindo ao jogo da Seleção de Veteranos e Master do Brasil contra o time local. “Espero que vocês gostem e vão ver ídolos do passado, aqueles que já marcaram presença no futebol nacional, internacional, como o Serginho Chulapa, o Edu, o Careca, o Zenon, o João Paulo”, convidou. Segundo ele, haverá oportunidade para que os amantes do futebol possam tirar fotos, pedir autógrafos e abraçarem os ex-jogadores da Seleção. Ele também prometeu sortear uma camisa autografada.
Evento inédito em Prudentópolis
O secretário de Esportes do município de Prudentópolis, Gilmar Ianuch, manifestou sua felicidade em conseguir os patrocínios necessários para promover o evento de reinauguração da iluminação do estádio com a presença da Seleção Brasileira Master. “É um evento que nunca foi feito em Prudentópolis”, salienta.
Prudentópolis será representada em campo por uma equipe que vem treinando há alguns dias e é composta de ex-jogadores profissionais da região de Prudentópolis e alguns ex-atletas amadores.
Ainda que indefinida a venda dos ingressos, é provável que cada um seja trocado por dois quilos de alimento não perecível. O secretário disse que também planeja o sorteio de brindes aos espectadores e que o evento deve ser divulgado em outras cidades da região, com pontos para a troca de alimentos por ingressos.
Confira as entrevista com repórter Élio Kohut:
Zagueiro Amaral

Secretário Gilmar Ianuch


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