By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Cidade News Itaú – Imagem: Divulgação
O
Hospital Santa Catarina, na zona Norte de Natal, está superlotado. Na
unidade, que é referência para grávidas de alto risco no Rio Grande do
Norte, faltam macas, profissionais e até aparelhos de ar condicionado, o
que aumenta o desconforto das pacientes. Um bebê, recém-nascido, sofre
constantes convulsões. E pelos corredores, grávidas dormem no chão,
espalhadas pelos pelos corredores e são abanadas para amenizar o calor.
Os
problemas na unidade foram denunciados pelos próprios funcionários.
Segundo eles, (veja o vídeo ao lado), a situação piorou ao longo deste
último final de semana, como mostra matéria feita pela Inter TV Cabugi,
exibida nesta segunda-feira (8).
Um dos
problemas encontrados na maternidade é o calor. O aparelho de ar
condicionado está quebrado há bastante tempo. “Tem seis meses que o ar
não funciona. Com essa superlotação, os municípios não cumprem com sua
missão. A gente não consegue mais. É impossível você trabalhar em
condições normais. Nós estamos adoecendo. Hoje, que se fala de parto
humanizado e humanização do atendimento, a gente vê essas condições.
Isso aqui é guerra. É guerra pura”, diz a obstetra Conceição Pinheiro.
O
secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Luiz Roberto Fonseca,
afirmou que reconhece os problemas e que o Estado tentará procurar
soluções para as questões. No entanto, ele ainda aponta que os
municípios também devem atender ao dever de atender as gestantes. “Nós
temos ciência, inclusive em função dessa percepção. Nós temos conversado
com alguns colegas a respeito da superlotação da obstetrícia, da
própria clínica médica, da clínica pediátrica e conversando com esses
colegas e com a própria direção. Nós sabemos que a situação do Hospital
Santa Catarina é de superlotação. Não é diferente da situação que a
gente enfrenta em todos os outros hospitais, mas ela tencionou no Santa
nesse final de semana e nós vamos avaliar essa situação localmente”,
disse.
No
hospital, também não há macas para as grávidas. Maria Luisa Guedes
passou a noite do domingo e amanheceu nesta segunda no chão. “Estou
desde ontem à noite deitada ou sentada no chão. Não tinha mais maca para
me botarem deitada”, afirmou a paciente.
Andrea
da Silva deu a luz ao seu filho, mas até agora a criança não recebeu o
banho. “A pessoa precisa deles e nenhum aparece para dar banho no
menino. Posso fazer o que?”, reclamou. “Aqui não está tendo água. É um
calor infernal. Nem tem aleitamento para a gente, nem maca. Aqui não tem
nada. Calamidade total”, acrescentou a gestante Arilda Costa da Silva.
Algumas
salas que foram inauguradas para funcionar como sala de parto não estão
abrigando as mães que já tiveram seus filhos. “Nós não temos condições
de prestar um assistência com cinco técnicos de enfermagem e uma
enfermeira sozinha no setor. Então, é impossível uma situação dessa. A
gente faz o que pode. Mas, com certeza, vai deixar muita coisa a
desejar, porque não tem condições de a gente dar uma assistência desse
jeito”, argumentou Maria da Conceição Lemos, enfermeira do hospital.
Uma
das médicas ouvidas pela reportagem afirma que uma criança tem seguidas
convulsões desde o domingo. No entanto, ela não consegue a transferência
para nenhuma UTI. “Ele está em uma situação gravíssima. Imagine como é
para nós, profissionais pediatras, nos depararmos com numa situação
dessa, ficarmos de mãos atadas e incapacitados, sem ter o que fazer.
Antes mesmo dela convulsionar, nós tentamos a vaga, pensando na
possibilidade de que ela poderia vir a convulsionar, por que ela nasceu
com anoxia grave, quando o bebê nasce sem respirar. Ela nasceu às 12h20 e
à tarde começou a convulsionar”, relata a enfermeira.
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