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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Vagner Vilas/EstadãoO Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no 3º trimestre de 2023 na comparação com os três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (5).
A economia brasileira passa por um processo de desaceleração, já que o saldo vem depois de a atividade crescer 1% no segundo trimestre deste ano. Em relação aos mesmos três meses de 2022, o PIB brasileiro teve alta de 2%.
Este é o terceiro resultado positivo consecutivo do indicador em bases
trimestrais — o IBGE revisou os números do 4º trimestre de 2022 para uma
queda de 0,1%.
Já na janela anual, a alta acumulada em quatro trimestres é de 3,1%. E,
no acumulado dos nove meses de 2023, o ganho foi de 3,2% contra o mesmo
período do ano passado.
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O segmento de serviços, setor mais importante da economia brasileira,
voltou a subir 0,6% no trimestre. A alta em relação ao mesmo período de
2022 é de 1,8%.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,741 trilhões. Foram R$ 2,387
trilhões vindos de Valor Adicionado (VA) a preços básicos, e outros R$
353,8 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Principais destaques do PIB no 3º trimestre:
- Serviços: 0,6%
- Indústria: 0,6%
- Agropecuária: -3,3%
- Consumo das famílias: 1,1%
- Consumo do governo: 0,5%
- Investimentos: -2,5%
- Exportações: 3%
- Importação: -2,1%
No terceiro trimestre, o IBGE costuma realizar revisões de resultados
anteriores do PIB do país. Foram revistos os números de todos os
trimestres do ano de 2022, além dos dois primeiros trimestres de 2023.
A principal revisão foi uma queda menor da Agropecuária em 2022. O
recuo passou de 1,7% para 1,1%. A mudança de base também altera os
resultados em 2023, já que a base de comparação muda.
Assim, o setor passou de um crescimento de 18,8% para 22,9% no primeiro trimestre, e de 17% para 20,9% no segundo.
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O terceiro trimestre de 2023 fica marcado por uma desaceleração mais
clara da economia, que vinha de dois trimestres crescendo na casa de 1%.
O resultado mais marcante é o da Agropecuária, com queda de 3,3%. O resultado é influenciado pela saída da supersafra de soja do 1º semestre.
Ainda assim, o setor puxa a economia brasileira para cima no ano, tanto
que ainda há alta de 8,8% em relação ao mesmo trimestre de 2022,
apoiadas por culturas de milho (19,5%), cana (13,1%), algodão (12,5%) e
café (6,9%). No acumulado do ano, o agro cresce 18,1%, líder absoluto entre os setores.
Os serviços também continuaram a trajetória de crescimento, com alta de 0,6% em relação ao trimestre anterior.
O IBGE destaca que seis das sete atividades analisadas registraram
crescimento neste trimestre. Os maiores aumentos percentuais vieram das
atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%) e as
imobiliárias (1,3%). Destaque também para Informação e comunicação (1%).
Também subiram outras atividades de serviços (0,5%), administração,
defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio
(0,3%). Quem teve queda foi o setor de transporte, armazenagem e correio
(-0,9%), atividade ligada ao transporte de passageiros, mas também aos
fretes da Agropecuária.
Contra o mesmo período do ano passado, a alta foi de 1,8%. Os destaques
são a Intermediação financeira e seguros (7%) e Atividades imobiliárias
(3,6%).
Os serviços totais chegam ao maior patamar da série histórica e 8% acima do pré-pandemia.
A Indústria teve alta de 0,6% no trimestre e de 1% contra o mesmo trimestre do ano passado. O
destaque vai para a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto,
atividades de gestão de resíduos, que cresceu 3,6% no período e de 7,3%
versus o terceiro trimestre do ano passado.
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A Indústria Extrativa também vem bem no ano. A alta no trimestre foi de
0,1%, mas de 7,2% em relação ao trimestre de 2022. Segundo o IBGE, o
desempenho puxado pelo crescimento da extração de petróleo e gás.
Investimento cai, consumo das famílias sobe
Na ótica da demanda houve recuo importante nos Investimentos, que caíram 2,5%. Em entrevista ao g1, a economista Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), indica que a ação dos juros foi determinante para o resultado.
As taxas mais altas, somadas às indefinições da agenda econômica do
governo, foram freios na decisão de investimentos de empresários e
trouxeram impacto ao setor. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a queda é ainda mais acentuada, de 6,8%.
O IBGE destaca a influência de uma queda na produção interna de bens de
capital, decréscimo na Construção e redução na importação de bens de
capital.
Já o consumo das famílias continua crescendo, influenciado pelas
políticas de transferência de renda (como o reajuste do Bolsa Família e
aumento real do salário mínimo), a melhora do mercado de trabalho e a
desaceleração geral da inflação.
Por outro lado, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca
Palis, afirma que os juros seguem altos e as famílias seguem
endividadas, o que trouxe queda no consumo de bens duráveis.
No trimestre, o consumo das famílias teve alta de 1,1%. Contra o mesmo trimestre de 2022, a alta foi de 3,3%. O segmento também está nas máximas da série histórica do IBGE e 5,8% acima do pré-pandemia.
Setor externo contribui
Os bons desempenhos da Agropecuária e da Indústria extrativa no ano têm relação direta com o setor externo.
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Na ponta oposta, as Importações tiveram queda de 6,1% e de 1,3% nas mesmas janelas de tempo. A redução de vendas de máquinas e equipamentos, produtos químicos e produtos farmacêuticos são alguns dos destaques.
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