sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Kit covid: ministério avalia distribuir kit de graça no programa Farmácia Popular

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RIC MAIS Imagem: Divulgação
O Ministério da Saúde discute distribuir gratuitamente um kit covid-19 no programa Farmácia Popular. A ideia é reembolsar os estabelecimentos conveniados todo o valor de sulfato de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina retirados por pacientes de covid-19. 
Embora não haja comprovação da eficácia sobre o uso destes medicamentos contra o novo coronavírus, o tratamento tornou-se aposta do governo Jair Bolsonaro.
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De acordo com a Agência Estado, desde julho a Saúde estuda a possibilidade de viabilizar o kit covid gratuitamente no programa Farmácia Popular. Neste formato, a ideia é que haja prescrição médica para retirar o kit.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defende o uso da cloroquina no tratamento da doença. Após dois ministros deixarem a pasta (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) por divergências sobre a aposta no medicamento, coube ao general aprovar nova orientação da Saúde sobre o combate à covid-19, que estimula o uso, desde os primeiros sintomas da doença, de hidroxicloroquina ou cloroquina, associadas ao antibiótico azitromicina.
Kit covid: tabela de preços definida pelo governo federal
Segundo a tabela de preços definida pelo governo federal, o kit custa R$ 25 com dez comprimidos de sulfato de hidroxicloroquina 400 mg, medicamento indicado na bula para artrite reumatoide, lúpus e malária.
Já dez comprimidos do antibiótico azitromicina 500 mg valem R$ 35. Enquanto caixas com dois comprimidos do vermífugo ivermectina 6 mg custam R$ 15. Os valores consideraram alíquotas de ICMS cobradas em São Paulo.
Procurado, o Ministério da Saúde reconheceu que avalia incluir o tratamento no Farmácia Popular.
Além disso, conforme o Estadão, representantes destes conselhos dizem que ainda não foram informados sobre a ideia de alteração do programa. Reservadamente, conselheiros afirmam que não devem aprovar a proposta.
Para o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e primeiro presidente da Anvisa, o médico Gonzalo Vecina, revela “ignorância” o estudo sobre a inclusão do kit covid no Farmácia Popular.  
Vecina ainda afirma que o programa reduz significativamente mortes e internações por doenças crônicas.
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Fim do programa Farmácia Popular
As discussões sobre inclusão de medicamentos no Farmácia Popular foram feitas em paralelo a estudos da equipe econômica do governo para extinguir o programa.
A ideia de auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, era usar o orçamento de cerca de R$ 2,5 bilhões para ajudar a tirar do papel o Renda Brasil, projeto que deveria substituir o Bolsa Família, mas foi enterrado pelo presidente Bolsonaro nesta terça-feira.
O ministro Pazuello disse a auxiliares que acabar com o programa era um boato e jamais chegou à sua mesa.
Na avaliação do general, o Farmácia Popular é “estratégico” ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo dados do governo, mais de 21,3 milhões de pacientes foram atendidos pelo Farmácia Popular em 2019. 
O orçamento do Farmácia Popular, hoje, é destinado a reembolsar farmácias credenciadas em cerca de 80% dos municípios do Brasil pela venda de 35 produtos.
São 20 fármacos gratuitos, como os de diabete e hipertensão. Os descontos também se aplicam a contraceptivos e fraldas geriátricas.
Em 2010, o programa chegou a oferecer gratuitamente o fosfato de oseltamivir, remédio contra a gripe H1N1. A droga tinha eficácia comprovada para tratar a pandemia da época. Comprimidos foram entregues à rede própria do Farmácia Popular, que foi extinta no governo Michel Temer. 

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