quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Aniversário de Emancipação Política do Paraná



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Ache Tudo e Região Imagem: Divulgação

A História do Paraná é um domínio de estudos de história do Brasil, voltado para a análise dos fatos históricos atinentes ao estado do Paraná, que se estende desde as primeiras expedições exploradoras, no século XVI, até os dias atuais. No entanto, este artigo também contém informações sobre os primeiros habitantes do Paraná, ou seja, o período em que não houve registros escritos sobre as atividades aqui desenvolvidas pelos povos indígenas.
Os primeiros habitantes
Ver artigo principal: Povos indígenas do Paraná.
As terras que hoje pertencem ao estado do Paraná eram habitadas, durante a época do descobrimento do Brasil, pelos carijós, do grupo tupi e pelos caingangues do grupo jê.
As primeiras expedições exploradoras
Ver artigo principal: Exploração do Paraná.
Durante o século XVI, a região do atual Paraná ficou abandonada por Portugal. Aproveitando-se disto, inúmeras expedições de outros países visitaram-na. Muitas delas vinham em busca de madeiras de lei. As mais importantes foram as espanholas, que chegaram a criar núcleos de povoamento no oeste paranaense.
A colonização espanhola
Ver artigo principal: Colonização espanhola no Paraná.
O povoamento da região paranaense desenvolveu-se muito lentamente e só se efetivou no século XX. Os espanhóis foram os pioneiros na exploração e ocupação do Paraná. Em 1553, o governador do Paraguai, Domingos Martinez de Irala, explorou o rio Paraná. No ano seguinte, Garcia Rodriguez de Vergara fundou a povoação de Ontiveros, próximo de Sete Quedas. Em 1557, Ruy Diaz Melgarejo fundou a povoação de Ciudad Real del Guairá, junto à foz do rio Piquiri. Em 1576, Melgarejo criou a Villa Rica del Espiritu Santo, na confluência dos rios Ivaí e Corumbataí. Estes foram o primeiros núcleos estáveis de povoamento do Paraná e a região onde se localizaram recebeu o nome de Guairá. Neles, a partir de 1610, os padres espanhóis organizaram missões ou reduções (aldeamentos de indígenas cristianizados) jesuíticas. Para maiores informações, veja Companhia de Jesus.
Entradas e bandeiras
Ver artigos principais: Bandeirantes (história) e Colonização portuguesa no Paraná.
Somente no início do século XVII, com a descoberta de ouro de aluvião no território paranaense e a necessidade de índios para escravizar e que os luso-brasileiros começaram a ocupar a região, através de bandeiras que partiam de São Vicente. Em 1602, a bandeira de Nicolau Barreto, que tinha a autorização do governador para procurar ouro e prata, desceu os rios Tietê e Paraná e atingiu o Guairá, onde aprisionou numerosos indígenas. Inutilmente, os espanhóis do Paraguai protestaram junto a dom Francisco de Sousa, então governador do Brasil naquela época. Em 1611, quando os índios já estavam aldeados nas missões jesuíticas, nova bandeira dirigiu-se ao Guairá. Seu chefe era Pedro Vaz de Barros, que voltou outras vezes à região. Entre os ávidos predadores (caçadores de índios) que, durante a segunda e terceira décadas do século XVII, freqüentaram o Guairá, estão Sebastião Preto e seu irmão Manuel Preto. Mas foi a bandeira de Antônio Raposo Tavares, organizada em 1628, que de fato inaugurou o ciclo de caça ao índio. O bandeirante paulista Raposo Tavares atacou as missões jesuíticas e aprisionou milhares de índios aldeados, levando-os para São Vicente. Em 1631, os vicentinos destruíram Ciudad Real del Guairá e Villa Rica del Espiritu Santo, que foram abandonadas pelos habitantes. Sem condições de resistir aos ataques dos bandeirantes vicentinos, os jesuítas espanhóis resolveram abandonar o Guairá, e migraram para regiões mais distantes com os indígenas que restaram. A destruição das missões, contudo, não foi seguida de imediato povoamento da região pelos luso-brasileiros. Em meados do século XVII, com o desenvolvimento da mineração, o alemão Heliodoro Eobanos, guia de vários bandeirantes, fundou a povoação de Paranaguá. Com a chegada de muitos moradores, Paranaguá, em 1648 foi elevada à categoria de vila. No mesmo período e também devido à mineração surgiu outra povoação: Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, atual Curitiba, elevada a vila em 1693.
Exploração do ouro
Ver artigo principal: Ciclo do ouro no Paraná.
Por alguns anos, os exploradores conseguiram retirar alguma quantidade de ouro, com muito trabalho e pouco rendimento. A partir do descobrimento do ouro das Minas Gerais pelos paulistas, no final do século XVII, a reduzida mineração do Paraná perdeu a importância. A população de Paranaguá passou a viver somente da agricultura, e nos campos de Curitiba, permaneceu a criação de gado.
Tropeirismo
Tropeiro, Caminho das Tropas e Tropeirismo no Paraná.Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR).Para atender às necessidades de alimentação e transporte dos mineradores das Minas Gerais, ocorreu uma grande procura de vacas, cavalos e mulas. Os campos de Curitiba e do atual Rio Grande do Sul, onde o gado se espalhava em grande quantidade, eram territórios muito favoráveis à pecuáriaPor volta de 1720, os paulistas começaram a buscar o gado do Rio Grande do Sul. Alguns anos depois, foi aberto o caminho Viamão-Sorocaba. Era um caminho que levava o gado das margens do rio da Prata e da lagoa dos Patos, no Sul, à feira de Sorocaba, em São Paulo, passando por Curitiba. Com isso, a região de Curitiba ganhou novo impulso e intensificou-se a ocupação de áreas de campos naturais dos planaltos paranaenses. Ampliava-se assim a conquista do interior.   Muitos paranaenses, passaram a dedicar-se ao rendoso negócio de comprar gado no Sul, engordá-lo em suas fazendas e vendê-lo em Sorocaba. No final do século XVIII, quando o rendimento do ouro de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás tornou-se reduzidíssimo, os moradores de Curitiba instalaram novas fazendas de gado, começando a povoar o norte, sul e oeste do atual Paraná. O primeiro passo foi a conquista do vale do rio Tibagi. Em 1770, começou a exploração dos campos de Guarapuava, definitivamente colonizados só na metade do século XIX. Nessa época colonizaram-se os campos de Palmares. A ocupação dos campos naturais do oeste, pela criação de mulas, coincidiu com a expansão, também para o oeste, da lavoura cafeeira em São Paulo, que exigia cada vez maior número de animais para o transportes. Sempre como conseqüência da expansão dos currais de gado, nasceram então as cidades dos campos: Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Guarapuava e Palmas, todas do século XIX. Mas a ocupação das terras paranaenses só se completaria efetivamente no século XX, com a imigração européia, o desenvolvimento da extração da madeira, o avanço das plantações de café de São Paulo para o setentrião do Paraná e as correntes de migração interna originárias dos Estados limítrofes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Comarca de Paranaguá e Curitiba
Ver artigo principal: Comarca de Paranaguá e Curitiba.
Em 19 de novembro de 1811, foi criada a Comarca de Paranaguá e Curitiba, como território integrado à Capitania Geral de São Paulo. Em 6 de julho do mesmo ano, a Câmara Municipal de Paranaguá apelou ao príncipe regente, Dom João IV, solicitando a emancipação da comarca e a criação da capitania do Paraná, independente de São Paulo. Mesmo após a Independência do Brasil, porém, os paranaenses continuaram submetidos a São Paulo. Dois episódios tornaram evidente a importância política e estratégica da região: a Guerra dos Farrapos e as Revoluções Liberais de 1842.

A Guerra dos Farrapos (1835 a 1845), que começou no Rio Grande do Sul e se espalhou pela Província de Santa Catarina, era contra a centralização política imposta pelas exigências e o encarecimento dos produtos da pecuária sulina. As Revoluções Liberais de 1842, em Minas Gerais e São Paulo, foram promovidas pelo Partido Liberal, contra o ato de Dom Pedro II que dissolveu a Assembléia Geral. Em 6 de fevereiro de 1842, uma lei provincial de São Paulo, elevou Curitiba à categoria de cidade. A economia paranaense expandia-se com a produção local da erva-mate, exportada para os mercados argentino, uruguaio, paraguaio e chileno, além do comércio de gado. O mate era o principal produto de exportação do Paraná, na época.
Província do Paraná
Ver artigo principal: Emancipação política do Paraná.
Em 29 de agosto de 1853, foi aprovado o projeto de criação da província do Paraná por força da lei imperial nº 704, assinada por Dom Pedro II. Embora a lei tivesse sido aprovada, o fato é que a Emancipação política do Paraná ainda demorou quatro meses para se concretizar. Como resultado de lei imperial, em 19 de dezembro de 1853, a província do Paraná separou-se da de São Paulo, deixando de ser a 5ª Comarca de São Paulo. Curitiba foi escolhida como capital da nova província e, na mesma data da emancipação política da província, chegou à capital Zacarias de Góis e Vasconcelos, o primeiro presidente do Paraná, que logo declarou que todos os seus problemas de administração poderiam ser resumidos em um só: povoar um território de 200.000 km² que contava com apenas 60.626 hab. Essa população distribuía-se principalmente nas cidades de Curitiba e Paranaguá.
Desenvolvimento econômico
Ver artigos principais: Escravidão no Paraná e Imigração no Paraná.
A partir de então, um programa oficial de imigração européia contribuiu para a expansão do povoamento e o aparecimento de novas atividades econômicas. As maiores levas de imigrantes que chegaram foram os poloneses, ucranianos, alemães e italianos e, os menores contingentes, suíços, franceses e ingleses. Para receber os novos habitantes para a região, foram fundados núcleos coloniais, principalmente no Planalto de Curitiba. Iniciou-se a exploração da madeira. O novo impulso de desenvolvimento ocorreu com a implantação de ferrovias na Província. Em 1880, iniciavam-se as obras de construção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, atravessando um dos trechos mais íngremes da Serra do Mar. Entre picos abruptos e abismos, engenheiros brasileiros construíram uma das obras-primas da engenharia mundial. Em 1885, os trens passaram a correr pela primeira vez entre Paranaguá e Curitiba. A indústria madeireira desenvolveu-se com o aparecimento de outras ferrovias, ligando as regiões das Mata de Araucárias aos portos, principalmente de Paranaguá, e à São Paulo. Grande número de serrarias ia acompanhando as ferrovias em direção ao interior do Estado. Com o avanço das estradas de ferro que acompanhavam a expansão do café de São Paulo, o transporte com mulas foi desaparecendo. O declínio do comércio de muares acarretou uma crise na sociedade pastoril paranaense.
Transformação em Estado
Ver artigo principal: Proclamação da República no Paraná.
Embora contasse com alguns clubes e dois jornais republicanos, Livre Paraná, em Paranaguá e a A República, em Curitiba, o movimento em favor das idéias republicanas foi muito fraco. Na Assembléia Provincial existia apenas um republicano, Vicente Machado da Silva Lima, que se destacaria na política paranaense nos primeiros anos da República. A partir da Proclamação da República, em 1889, intensificou-se o povoamento do Paraná. Já nesse ano, a Estrada de Ferro Sorocabana atingia Botucatu e avançava em direção ao vale do rio Paranapanema, onde estavam as terras roxas do norte paranaense. Com a estrada aumentou a penetração de cafeicultores mineiros e paulistas, que fundavam fazendas e criavam cidades nos vales dos rios Paranapanema, Cinzas e Jataí. Em 9 de janeiro de 1892, o Paraná adotou sua primeira bandeira, aprovada pela Assembléia Legislativa, através do Decreto Estadual nº 8, da mesma data em que foi promulgada.
Cerco da Lapa
Ver artigos principais: Revolução Federalista e Cerco da Lapa.
A obstinada resistência oposta às tropas federalistas na cidade de Lapa (PR), pelo Coronel Gomes Carneiro, frustrou as pretenções rebeldes de chegarem à capital da República. A obstinada resistência oposta às tropas federalistas na cidade de Lapa (PR), pelo Coronel Gomes Carneiro, frustrou as pretenções rebeldes de chegarem à capital da República.A Revolução Federalista, que pretendia depor o chefe da nação, Floriano Peixoto, e o então governador do Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos, e a Revolta da Armada, rebelião deflagrada no Rio de Janeiro também contra Floriano Peixoto, alastraram-se pelo sul do país e repercutiram no Paraná. Em 1894, os federalistas reuniram-se aos contingentes da Revolta da Armada, que rumaram para o sul e tomaram Curitiba, Tijucas do Sul, Lapa, Paranaguá e Antonina. Numerosos combates foram travados no Paraná entre os revoltosos e as forças legalistas, que sufocaram as duas revoltas.
Guerra do Contestado
Ver artigo principal: Guerra do Contestado e Guerra do Contestado no Paraná.
Em 1912, iniciou-se a Guerra do Contestado, um movimento armado que opôs os habitantes pobres da região situada entre os rios Uruguai, Pelotas, Iguaçu e Negro às forças oficiais. Os rebeldes eram liderados por José Maria de Santo Agostinho, um curandeiro tido por santo. Além disso, a região era disputada por Santa Catarina e pelo Paraná, daí o nome de Contestado. As divergências entre os dois Estados e a luta dos sertanejos só terminaram em 1916.
Revolução de 1930
Ver artigo principal: Revolução de 1930 no Paraná.
Os partidários da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas à presidência da República, dominaram com facilidade o Paraná. O estado ficou até 1935 sob intervenção federal. Neste ano, realizaram-se eleições. Mas em 1937, Vargas deu um golpe de Estado, iniciando um período de oito anos de ditadura. Durante toda essa época, destacou-se no Paraná a figura de Manuel Ribas, que dirigiu o estado de 1932 até 1935, como interventor, de 1935 até 1937, como governador eleito, e de 1937 até 1945, novamente como interventor. Durante sua administração foram construídas estradas, o Hospital das Crianças, escolas rurais e de pescadores e foi ampliado o cais do porto de Paranaguá.
Ocupação de terras
Ver artigos principais: Colonização de Palmas e da Mesorregião Sudoeste do Paraná, Colonização da Mesorregião Oeste do Paraná, Colonização do Norte do Paraná e Colonização da Mesorregião Nordeste do Paraná. Somente no século XX o território paranaense foi efetivamente ocupado. Na década de 1920, toda a região centralizada pelas cidades de Tomazina, Siqueira Campos e Jacarezinho já estava povoada. Em 1927, uma companhia inglesa iniciou a colonização do norte paranaense. Fundaram-se cidades, entre as quais, Londrina (1931) e Maringá (1948). Descendentes de imigrantes italianos e alemães do Rio Grande do Sul, a partir da década de 1940, subindo de sul para norte, ultrapassavam o rio Iguaçu, avançando pelo oeste paranaense, ao longo do rio Paraná, até encontrar os plantadores de café, a outra fonte de migração interna que descia do norte para o sul.
Tendências atuais
Ver artigo principal: História contemporânea do Paraná.
O estado é um dos que mais progridem no Brasil. A agropecuária ainda é a base de sua economia. Mas o setor secundário, tradicionalmente ligado ao aproveitamento de produtos florestais e agrícolas, vem-se modificando com a implantação de ramos industriais mais avançados e a absorção de tecnologia moderna. A conclusão das obras e o pleno funcionamento da Usina Hidrelétrica de Itaipu contribuíram ainda para desenvolvimento do estado. A construção da usina, a maior do mundo, é resultado de um convênio entre os governos do Brasil e do Paraguai. Um programa da Petrobrás de industrialização do xisto, que inclui a criação de usina em São Mateus do Sul, também fortaleceu a posição do estado na economia brasileira. As geadas, contudo, são um grave problema para a agricultura paranaense. Em 1975, atacaram duramente os cafezais do Paraná. Em 1983, grandes enchentes assolaram o estado. No verão de 1985-1986, o estado, como toda a Região Sul do Brasil, foi assolado por prolongada seca, que prejudicou a agricultura e o fornecimento de energia elétrica.


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