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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: MARECHAL NEWS – Imagem: DivulgaçãoMoradora de Iporã, no noroeste do Paraná, Hermínia Ferrazoli tem 70 anos
– e apenas um de estudos. A mulher cresceu na roça, mas nunca deixou de
lado a paixão de contar e criar histórias.
Em cadernos, ela escreveu, à mão, mais de 30 livros, 80 poesias e duas novelas.
Neste
ano, realizou um sonho antigo: teve um livro publicado, chamado de “Os
Sete Sinais da Rainha e Zé Cartucho, o Mendigo Caçador”.
“Desde
os quatro anos, quando eu via uma borboleta, eu fazia um verso, cantava…
via um bezerrinho, fazia um verso e cantava, qualquer coisa, até um
pedra… aí eu já vinha com aquela criatividade , desde pequenininha”,
lembra a escritora.
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A
vontade de colocar as suas ideias no papel era tanta, que Hermínia
nunca desanimou com as dificuldades, como ter que usar uma lamparina
para iluminar a escrita.
Atualmente, ela vive para cuidar do irmão, que perdeu a visão, mas não deixou nem de escrever, e nem de sonhar.
“Sonho
ver meus livros editoriados e de vender essas novelas, porque eu tenho
uma tristeza muito grande de ver tudo ocultado. Nunca foi divulgado,
coisas maravilhosas que eu escrevi aqui. […] Eu quero que a pessoa fique
feliz, como se ela tivesse viajado, como se ela tivesse passeado
naquele lugar, tivesse conhecido aquelas pessoas”, destaca a escritora.
Publicação de livro foi realização de sonho
O
livro “Os Sete Sinais da Rainha e Zé Cartucho, o Mendigo Caçador”, de
Hermínia Ferrazoli, foi lançado neste ano, com direito a uma noite de
autógrafos.
Há exemplares disponíveis na Casa da Cultura de Iporã.
A
obra conta uma história encantada, que fala sobre a promessa de um rei
em ter uma filha. Para cumprir o juramento, ele só poderia deixá-la
casar com quem descobrisse os segredos que estavam por trás da proteção
da jovem.
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Quem assumiu o projeto para transformar a história em livro foi Beatriz Solana, gestora de Cultura de Iporã.
“Eu
falei: eu vou lutar para lançar pelo menos um livro da dona Hermínia.
[…] Para o município de Iporã é uma honra ter a dona Hermínia, uma
escritora nossa aqui. Eu creio que tem outras pessoas que escrevem,
talvez está oculto… ainda não vieram se apresentar, mas ela se
apresentou e com a ajuda de amigos, com a ajuda do Município, com a
ajuda de pessoas da cidade, nós conseguimos fazer o lançamento do livro
da dona Hermínia”, afirma Beatriz.
A
gestora afirma que o que lhe chamou a atenção na história de Hermínia
foi a determinação da mulher de não deixar os sonhos da juventude de
lado, mesmo com o avançar da idade.
“Eu trabalho também com
adolescentes, e quando a gente vai levar uma palavra para os
adolescentes, a gente sempre incentiva eles a nunca desistirem dos
sonhos. E eu também tenho uma filha, e eu sempre estou falando: ‘não
desista dos sonhos, você precisa lutar por isso, por aquilo’. Só que a
gente sabe que isso não é uma coisa fácil, é uma coisa difícil”,
ressalta.
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