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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: DivulgaçãoO governo federal decidiu encerrar o Programa Nacional de Escolas
Cívico-Militares (Pecim). A decisão foi informada aos secretários de
Educação de todo o País por meio de um ofício, revelado pelo Estadão e
obtido pelo g1.
- 🗂️Contexto: criado em 2019, o programa de escolas cívico-militares permitia a transformação de escolas públicas para o modelo cívico-militar. O formato propunha que educadores civis ficassem responsáveis pela parte pedagógica, enquanto a gestão administrativa passava para os militares.
- 🏫Impacto: Cerca de 200 escolas aderiram ao formato até 2022, de acordo com os dados divulgado pelo MEC no site do programa. Segundo o Censo Escolar, o Brasil tem 178,3 mil escolas públicas. O total das escolas implantadas no modelo representa aproximadamente 0,1% do total no país.
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De acordo com o ofício enviado aos secretários estaduais, haverá uma
desmobilização do pessoal das Forças Armadas dos colégios, e, com isso, a
adoção gradual de medidas que possibilitem o encerramento do ano letivo
dentro da normalidade.
A decisão conjunta do Ministério da Educação e do Ministério da Defesa dá fim ao que era uma das prioridades do governo na gestão Bolsonaro.
O g1
procurou o MEC para saber se haverá algum tipo de apoio às instituições
que vão deixar o formato, mas não teve resposta até a última
atualização.
Alto investimento para baixa escala
- 💵 Custo do programa: Apesar de representar uma parcela mínima das escolas públicas do país, em 2022, a verba prevista para o Pecim era de R$ 64 milhões. O valor é quase o dobro do montante listado para implantação do Novo Ensino Médio, que era de R$ 33 milhões.
De 2020 a 2022, a fatia do orçamento do MEC destinada ao programa mais
do que triplicou. No primeiro ano de funcionamento, a verba era de R$ 18
milhões.
Especialistas ouvidos pelo g1
no fim do ano passado ressaltaram que faltam dados públicos que
comprovassem a eficácia do programa. Não se sabe, por exemplo, detalhes
sobre o desempenho dos alunos que frequentam essas escolas, o que
permitiria traçar um paralelo com o período pré-militarização.
O programa
Criado em setembro de 2019, o Programa Nacional de Escolas
Cívico-Militares começou a ser posto em prática no ano seguinte. Foi
proposto com o objetivo de diminuir a evasão escolar e inibir casos de violência escolar a partir da disciplina militar.
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O programa descrevia que a parte pedagógica da escola permaneceria com os educadores civis, mas a gestão administrativa da instituição seria feita por militares.
- Dentro da sala de aula, as escolas têm autonomia no projeto pedagógico. As aulas são dadas pelos professores da rede pública, que são servidores civis.
- Fora da sala de aula, militares da reserva atuam como monitores, disciplinando o comportamento dos alunos. Eles não têm permissão para interferir no que é trabalhado em aula ou ministrar materiais próprios.
Críticas ao programa
O programa foi alvo de críticas desde o começo. Segundo especialistas ouvidos pelo g1, faltavam de dados públicos que comprovassem a eficácia do modelo.
Para Gabriel Corrêa, gerente de Políticas Educacionais da ONG do Todos
Pela Educação, o formato era falho e deveria ser limitado a escolas
militares oficiais, além de, em algumas regiões, não deixa opção para
quem não quiser o modelo.
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Esse modelo militarizado de escolas deveria ser restrito às
escolas das Forças Armadas, para jovens que desejam esse tipo de
formação e carreira, com militares que tiveram formação no campo
educacional.
Outro ponto amplamente criticado do programa era a "visão distorcida" de
prioridades, já que dava "uma prioridade para um número mínimo de
escolas, cria-se uma política, um orçamento específico e uma diretoria
específica no MEC para elas, o que mostra uma visão muito distorcida que
se tem de prioridades no governo Bolsonaro", segundo Corrêa.
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