By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
“Muitas das imagens do vídeo são do Greenpeace Brasil e foram usadas sem autorização, fora de contexto, com o objetivo de promover fake news para desviar a atenção pública da grave situação por que passa a Amazônia”, disse a organização em nota.
O Greenpeace Brasil informou que, ao tomar conhecimento do vídeo,
notificou o YouTube, o Twitter e o Facebook para que retirassem o vídeo
do ar por infração de direitos autorais.
Continua depois da publicidade
No Twitter, o vídeo foi
retirado "em resposta a uma denúncia do proprietário dos direitos
autorais”. No Facebook, o vídeo ainda aparece, compartilhado, por
exemplo, na página do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL).
A ONG também notificou a Associação de Criadores do Pará (AcriPará),
que assina a produção do vídeo. O presidente da entidade que reúne
pecuaristas do estado, Maurício Fraga, disse ao G1 que o vídeo foi uma resposta a outro, produzido pela Articulação de Povos Indígenas do Brasil (Apib).
"Esse vídeo [da Apib] estimula o boicote ao consumo de produtos
brasileiros no exterior", disse Fraga. "Foi isso que nos indignou. Não
somos negacionistas. Temos a exata noção do problema do fogo onde
moramos. Os dados do Inpe são públicos e confiáveis, sabemos o que
acontece".
Sobre as imagens do vídeo, Maurício diz que não sabe de onde são. "Não
fui eu que fiz o vídeo. Duas pessoas associadas da AcriPará pediram para
fazer e fizeram. Eu só autorizei que fizessem e divulgassem". Ele disse
ainda que o vídeo era "totalmente despretensioso". "Era só para por nos
grupos de WhatsApp e nas redes sociais de quem quisesse, nunca passou
pela nossa cabeça que pudesse tomar essas proporções. Era só um
desabafo".
Continua depois da publicidade
Além de usar informações fora de contexto e negar evidências científicas do aumento das queimadas na Amazônia, o vídeo também foi criticado por trazer de um mico-leão-dourado, animal só encontrado na Mata Atlântica. Segundo o Greenpeace, as imagens do macaco não eram da ONG.
No dia 5 de setembro deste ano, o Greenpeace havia publicado um vídeo
alertando para o tema das queimadas, desmatamento e contaminação por
garimpo na Amazônia. Dias depois, essas imagens foram capturadas sem
autorização pelos associados da Acripará para produzir um vídeo dizendo o
oposto, que “a Amazônia não está queimando novamente”.
Ao ver as imagens compartilhadas pelo vice-presidente da República, o fotógrafo Fábio Nascimento reconheceu o vídeo que gravou em 2015 para o projeto “Salve o Tapajós”, do Greenpeace.
Ao ver as imagens compartilhadas pelo vice-presidente da República, o fotógrafo Fábio Nascimento reconheceu o vídeo que gravou em 2015 para o projeto “Salve o Tapajós”, do Greenpeace.
Entre as imagens captadas por Fabio estava a de indígenas do povo
Munduruku. A região habitada por esta etnia foi justamente a visitada
pelo ministro Salles no início de agosto. Na ocasião, Salles foi
pressionado por garimpeiros a legalizar a mineração na Amazônia. Após o encontro, o Ministério da Defesa suspendeu uma operação de combate a garimpos ilegais na terra indígena Munduruku.
Além do conflito pela mineração, a terra indígena Munduruku teve 20
focos de queimadas dentro do seu território neste mês, segundo dados do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o
instituto, está entre as 30 terras indígenas da Amazônia com mais focos
de incêndio.
A documentarista e ativista socioambiental Fernanda Ligabue também se
deparou com seu trabalho sendo usado no vídeo da associação pecuarista.
“Eu fiquei horrorizada.
Continua depois da publicidade
A gente se disponibiliza, vai a campo para
contar essas histórias, levar isso para o mundo. E isso depende
completamente de um acordo e compromisso com a verdade com aqueles
povos. Eles cedem as imagens deles para a gente perante um acordo muito
claro de que aquilo vai ser usado para um propósito positivo da luta
deles”, disse Fernanda.
Nesta terça-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão sem citar nome ou provas, afirmou
que “alguém” no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que
faz “oposição” ao governo do presidente Jair Bolsonaro prioriza a
divulgação de dados negativos sobre queimadas.
Segundo o instituto, as duas primeiras semanas de setembro de 2020 (até
dia 14) registraram mais focos de queimadas do que todo mês de setembro
de 2019 – 20.486 contra 19.925.
O Inpe informou que não vai comentar as declarações do vice-presidente.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.