By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: INTERVALO DA NOTICIAS – Imagem: Divulgação
O governo recuou nesta terça-feira (9) sobre a retirada de dinheiro do Bolsa Família e transferência desses recursos para expandir a publicidade oficial.Na semana passada, a equipe do presidente Jair Bolsonaro cortou R$ 83,9 milhões do orçamento do programa social que atende famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. A tesourada foi na verba para a cobertura no Nordeste.
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Os mesmos R$ 83,9 milhões haviam sido repassado para ampliar a comunicação da Presidência da República.Nesta terça, o governo publicou uma portaria revogando a decisão anterior. Assim, o dinheiro retorna ao orçamento do Bolsa Família.
O recuo foi uma forma de evitar suspeitas de irregularidade na operação, segundo integrantes da equipe econômica.
O orçamento do Bolsa Família foi elevado já durante a pandemia do novo coronavírus usando recursos de créditos extraordinários, que ficam fora da limitação do teto de gastos.
Como o dinheiro foi repassado para ações de publicidade, cuja despesa tem de respeitar o teto, a operação poderia ser alvo de questionamentos, inclusive no TCU (Tribunal de Contas da União). Por isso, o governo cancelou a transferência de recursos.
Diante da repercussão negativa na semana passada, técnicos do Ministério da Economia, que autorizou o remanejamento da verba na semana passada, argumentavam que grande parte dos pagamentos do Bolsa Família em abril e maio foi financiado pelo programa de auxílio emergencial, que poderá ser prorrogado. Por isso, haveria uma sobra no orçamento.
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Segundo os técnicos, as famílias que estão na fila do programa social estão recebendo o auxílio emergencial (de R$ 600) e, após o fim do benefício temporário, serão incluídas no Bolsa Família.Dados do governo obtidos pela Folha mostram que a fila de espera do Bolsa Família cresceu, alcançado 522,1 mil pedidos para entrar no programa de transferência de renda.
O time do ministro Paulo Guedes (Economia), porém, não respondeu na semana passada se o orçamento do programa de transferência de renda a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza será suficiente para passar a atender mais de 500 mil famílias logo que o auxílio emergencial for encerrado.
Os técnicos também não informaram se há recursos para bancar a 13ª parcela do Bolsa Família, promessa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no fim do ano.
O Orçamento reservou R$ 32,5 bilhões para o Bolsa Família em 2020. Essa é o mesmo valor do ano passado, quando o governo fez a maior sequência de cortes na cobertura do programa por falta de dinheiro e, usando verba que era da Previdência, conseguiu pagar a 13ª parcela.
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A equipe de Guedes não se posicionou na semana passada sobre eventual necessidade de aumento nos recursos do Bolsa Família ao longo do ano, o que poderia contradizer o discurso de folga orçamentária em junho para destinar o dinheiro à publicidade oficial.O governo estuda reformular o Bolsa Família para lançar um projeto de renda, mínima, o Renda Brasil, como antecipou a Folha. A ideia é criar um programa mais abrangente, incluindo parcela dos informais identificados pelo governo durante a pandemia.
Para viabilizar a mudança, o Ministério da Economia voltou a estudar alterações mais amplas na área social.
O Bolsa Família é visto como um programa eficiente e, por isso, deve ser a base do Renda Brasil. Mas, como o governo precisa cumprir o teto de gastos, deve ser necessária a transferência de recursos para o programa, tirando verba de outras ações, por exemplo, o abono salarial.
O abono é uma espécie de 14º salário pago pelo governo a trabalhadores formais com renda de até dois salários mínimos (R$ 2.090).
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Na reforma da Previdência, aprovada no ano passado, o Congresso já rejeitou mudanças no abono salarialPara o time de Guedes esse programa é caro (orçamento de R$ 20 bilhões em 2020) e transfere dinheiro para pessoas já incluídas no mercado formal de trabalho e com renda superior a muitos informais.Outra forma de obter mais recursos para o Renda Brasil é uma reforma no seguro-defeso (auxílio a pescadores) e limitar deduções do imposto de renda.
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