By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
A entidade promoveu uma entrevista extra para esclarecer declaração dada na véspera pela cientista, que, segundo ela, levou à interpretação incorreta de que assintomáticos não transmitem o coronavírus.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro também usou a declaração para defender a flexibilização das quarentenas, mas o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, repetiu nessa terça que medidas de confinamento devem ser usadas para interromper o contágio enquanto não for possível testar todos os suspeitos, tratar os contaminados, rastrear os contatos e testá-los e isolá-los.
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“Ainda não temos estudos suficientes para saber quantos são os
assintomáticos. Trabalhos tem resultados muito variados, e alguns indicam até
40% dos casos. Sabemos que eles também podem transmitir o coronavírus, mas
ainda não conhecemos a intensidade”, disse Maria.Ela disse que era preciso esclarecer que, na entrevista de segunda-feira, estava se referindo “a dois ou três estudos de alcance limitados, a textos não publicados e a informações discutidas entre cientistas”, e que ainda não se sabe o suficiente sobre a transmissão em nível global.
Segundo Ryan, é justamente porque ainda há muitas questões a responder sobre a Covid-19 que a OMS recomenda a vigilância (por meio de testes, rastreamento e isolamento) e as medidas de distanciamento físico.
“Mesmo sem dados precisos sobre a transmissão, vários países do mundo já mostraram que, quando fazemos isso, suprimimos o contágio”, disse o diretor-executivo.
“Quando não sabemos onde o vírus está, colocamos todos em suas casas até as chamas baixarem, e, quando temos um bom sistema de vigilância, reabrimos cautelosamente”, acrescentou.
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Ryan disse ainda que identificar casos assintomáticos exige estratégias mais
amplas de testes, para as quais muitos países não têm recursos. Por isso, a OMS
defende que os testes sejam priorizados para diagnosticar quem tem sintoma,
casos suspeitos, profissionais de saúde e instituições como asilos e prisões.Segundo o diretor-técnico, quando há capacidade para testar suspeitos e rastrear contatos, todos os contatos devem ficar isolados por 14 dias,mesmo os assintomáticos. Ele afirmou que, nos países em que o contágio ainda está acelerado, confinamento é necessário para segurar o coronavírus enquanto se reforçam as estruturas de vigilância e tratamento.
“Ainda estamos subindo a montanha desta pandemia, e temos
que implementar as medidas que vimos funcionar em outros lugares. Ninguém tem
todas as respostas e todo o conhecimento, mas adotamos o consenso do momento,
com base no que se sabe até agora. Nós aconselhamos. Mas quem resolve o que
fazer são os países”, disse Ryan.
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