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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação A variedade de tipos de leite pode gerar dúvidas ao consumidor na hora
da compra. Afinal, quais as diferenças do integral para o desnatado? Ou
entre o "longa vida" e aqueles que devem obrigatoriamente ficar na
geladeira?
Para ajudar nessa escolha, o g1 ouviu a coordenadora do
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUCPR), Renata Freitas de Macedo, que explica as
diferenças entre os tipos de leite e para qual público cada um é
indicado.
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Para ser considerado integral, o leite não passa pelo processo de redução de matéria gorda e contém pelo menos 3% de gordura.
É indicado para quem não tem restrição calórica nem problemas como
colesterol alto, já que preserva as gorduras originais do leite.
Justamente por isso, oferece mais saciedade e pode ser a opção ideal na
cozinha, pois contribui para que as receitas fiquem mais cremosas e
encorpadas.
Esse leite passa por um processo de redução parcial da gordura,
contendo uma variação de 0,6% a 2,9% do nutriente. É o “meio termo”
entre o integral e o desnatado, sendo indicado para quem precisa reduzir
a ingestão de calorias, mas não quer abrir mão da consistência e do
sabor do leite.
O leite desnatado tem uma redução quase total das gorduras, podendo ter
no máximo 0,5% na composição. Esse processo, além de deixar o produto
com uma consistência mais aguada, pode retirar vitaminas importantes, já
que algumas dessas substâncias são lipossolúveis, sendo carregadas pela
gordura.
É uma opção indicada para quem realmente precisa restringir a ingestão
calórica ou diminuir a quantidade de gordura na alimentação.
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Durante a industrialização, o produto pode sofrer alterações a partir
da quebra do açúcar do leite, a lactose, com a ajuda da enzima chamada
lactase. Nesse processo, a lactose se divide em dois açúcares, a glicose
e a galactose, tornando o produto mais doce.
Esse tipo é recomendado somente para quem tem intolerância à lactose,
ou seja, para aqueles que não produzem ou produzem a lactase em pouca
quantidade.
Outra característica que deve ser observada na hora da compra e consumo
do leite é o tipo de tratamento térmico a que o alimento é submetido
para a destruição microbiana.
O leite pasteurizado passa pelo processo chamado de HTST, na sigla em
inglês, ou Alta Temperatura, Curto Tempo, em tradução livre. A técnica
submete o líquido a temperaturas entre 72ºC e 75ºC por um período de 15 a
20 segundos.
Com isso, microrganismos capazes de fazer mal à saúde são destruídos.
Porém, alguns microrganismos do próprio organismo da vaca podem
sobreviver no alimento e deteriorar o produto. Por isso, todo leite
pasteurizado deve ser armazenado sob refrigeração a no máximo 4ºC.
O pasteurizado possui características sensoriais mais próximas às do leite cru, porém, apresenta um prazo de validade menor, em torno de 15 dias.
Apesar de ser propagado que o leite pasteurizado é melhor para a flora
intestinal, por conter os chamados probióticos, ou as bactérias
benéficas ao intestino, isso nem sempre é verdade.
Para ter efeito probiótico, o leite tem que conter uma quantidade
mínima de probióticos de 1 milhão de células por mililitro. No entanto,
de 95% a 99% da microbiota são destruídos na pasteurização. Além disso,
nem todas as bactérias que estão no leite cru possuem características
probióticas.
Então, em resumo, a professora explica que o leite pasteurizado pode
ser mais recomendado para quem aprecia um produto que preserve o sabor e
a consistência do leite natural e não tenha problemas em consumi-lo
mais rapidamente.
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Os chamados leites longa vida passam por uma esterilização, também
conhecida como UHT, ou Temperatura Ultra Alta, em tradução livre.
Esse é um tratamento térmico mais intenso, em que o leite é submetido a
temperaturas entre 130ºC a 140ºC por no máximo 6 segundos. Na
sequência, o líquido é imediatamente resfriado abaixo de 32°C e envasado
em embalagens formadas por 6 camadas que impedem o contato do leite com
luz, água e microrganismos.
Tanto pelo processamento térmico – capaz de destruir toda microbiota
que possa estar presente no leite cru – quanto pela embalagem, o leite
esterilizado tem um prazo de validade mais longo em relação ao
pasteurizado, com uma vida útil entre 3 a 4 meses.
Assim como o pasteurizado, o leite UHT é voltado para qualquer público,
com ou sem necessidades alimentares especiais. O que mais interfere
aqui é o período de armazenamento, a melhor opção para famílias que
costumam comprar o produto em quantidades maiores.
Também dentro da geladeira do supermercado, ao lado de outros leites
pasteurizados, o consumidor pode encontrar o chamado leite A, um produto
tido como premium por contar com padrões mais rigorosos desde o rebanho
até a produção, a qual deve ser feita dentro da propriedade, sem a
necessidade de transportar o leite para uma unidade de processamento
externa.
Outra classificação, essa um pouco mais recente, é a do leite A2,
indicado para quem tem alergia à caseína, a principal proteína do leite.
Ele é produzido por vacas com a genética A2A2 na produção de
beta-caseína. Neste caso, o produto também é vendido em caixinhas.
Enquanto a primeira opção é recomendada para consumidores mais
exigentes, a segunda é mais indicada para pessoas com restrições
alimentares.
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