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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: DivulgaçãoAngela (à esquerda)de Taquaritinga (SP), doou parte do fígado para o
pequeno Jadson (à direita). Ao centro, está a mãe do menino, Francicléia
Dores pós-operatórias, internações, restrições alimentares e uma
cicatriz do tórax ao umbigo passaram a fazer parte da vida de Angela de
Paula Barbosa, de Taquaritinga (SP), desde que ela decidiu fazer uma doação de parte do fígado.
A vontade da vendedora de 36 anos em ajudar foi tão verdadeira quanto o
apelo da mãe do pequeno Jadson Fonseca Ruiz, de 3 anos, quando saiu em
busca de doadores para ajudar o menino do Amazonas a tratar uma cirrose
hepática, decorrente de doença rara que ocorre em recém-nascidos e pode
acabar com o fígado. Por meio de pessoas em comum, um dos posts de
Francicléia Gonzales Fonseca foi parar nas redes sociais de Angela, que
ficou sensibilizada de imediato.
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"Foi uma mãe pro meu filho. Ela é a segunda mãe do Jadson, não tenho
palavras pra agradecer", afirma Francicléia Gonzales Fonseca, mãe da
criança.
A luta de Jadson
Nascido em Novo Aripuanã (AM), Jadson foi diagnosticado aos quatro meses com uma atresia de vias biliares, quando a mãe ainda buscava melhores recursos médicos em Manaus.
Posteriormente, ela e o filho se mudaram para São Paulo, na esperança
de conseguirem um doador, até então não encontrado na família, mas a
fila era grande e as perspectivas, pequenas. Assim, passaram-se mais de
dois anos sem respostas.
"Jadson [estava] na fila que tinha 60 crianças na frente dele e eu fui
fazendo campanha. (...) Eu fazia e apareceram várias pessoas, mas depois
eu não sei o que acontecia, as pessoas desistiam", conta Francicléia.
Corrente de solidariedade
Mas, de pessoa em pessoa, a luta de Francicléia ficou conhecida até
chegar ao destino certo. Primeiro, uma mulher atendida na mesma casa de
apoio que ela compartilhou o apelo em um grupo na internet que reúne
mães de todo o Brasil em busca de doadores para seus filhos.
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Dele também faz parte a dona de casa Silvia Regina Machado Braga, avó de uma menina com a mesma doença rara no fígado em Taquaritinga.
Comovida com a história de Jadson, ela pediu autorização e
recompartilhou o post de Francicléia, que finalmente chegaria ao feed da
vendedora Angela de Paula Barbosa em agosto.
'Tem que estar 100% certa', diz doadora
Angela relata que, mesmo conhecer, se identificou de imediato com o
menino e decidiu encarar todos os procedimentos necessários para o
transplante naquele mesmo mês no Hospital Sírio-Libanês.
Além das incontáveis viagens a São Paulo, para a realização de diversos
exames, inclusive o que confirmou a compatibilidade do fígado, a
vendedora aceitou os riscos da cirurgia.
"Os médicos são bem claros que há risco de morte tanto pra mim quanto
pra criança. A pessoa tem que estar 100% certa do que está fazendo,
porque é difícil uma cirurgia, é um transplante muito difícil, então
eles são muito bem claros, não deixam dúvidas", diz.
Em novembro, ela fez a retirada de parte do fígado e passou a contar
com apenas parte do órgão para exercer suas funções. "Não se regenera. O
que foi tirado, tirou. O que vai acontecer é que ele vai inchar um
pouquinho, compensando o lado que tirou."
Além disso, enfrentou períodos de internação por conta de dores e
complicações pós-operatórias, terá de redobrar os cuidados com a
alimentação, para restringir níveis de gordura no organismo, bem como
evitar bebidas alcoólicas, e passou a contar com uma cicatriz no corpo,
hoje considerada por ela como um troféu.
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"Ele está bem, os exames deles estão bons. Ele está internado porque
está com um pouco de infecção, mas, em nome de Jesus, vamos sair daqui",
diz Francicléia.
É o que também espera Angela, que trata Jadson como um filho. O carinho materno fica evidente na fala.
"É um anjinho. Ele está lutando pra viver, está começando agora, então
tem que viver, precisa viver e vai viver. E eu falei que eu vou ver os
netos dele. Vou ver ele casado, com a família dele, porque ele sofreu
muito. Eu sou mãe de alma", afirma.
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