By: INTERVALO DA
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Se a droga acabar, acaba também a minha alegria, por que ele quer
usar de qualquer jeito”, conta a mãe de um usuário de crack que mora em
Vitória. Maria José Pereira Matias, de 64 anos, colocou grades na porta e
na entrada de ar do quarto e fechou com lajotas a janela do cômodo para
impedir a entrada do seu filho quando está sem usar crack. O filho de Maria José tem 32 anos e é dependente da droga há mais de
10. Segundo a família, o homem já foi internado em clínicas de
recuperação por diversas vezes, mas sempre sai antes do tratamento
terminar. Maria José contou que a última vez seu filho ficou internado
por apenas dois dias, mas acabou fugindo do local. “A assistente social da prefeitura de Vitória me disse que quando ele
estiver agressivo, querendo a droga e não ter, é para eu sair de casa ou
ficar trancada dentro do meu quarto. O que eu não posso é ficar na
frente dele, por que meu filho pode ficar perigoso e fazer certas coisas
que vai se arrepender depois”, contou a mãe. Para Maria José, seu filho precisa de ajuda. “Ele não é um filho ruim,
ele é um filho bom, mas a droga deixa ele desse jeito. Quando ele está
usando o crack fica ótimo, feliz e conversa comigo, mas se a a droga
acabar, acabou a minha alegria, por que ele quer usar de qualquer jeito.
A pedra é terrível”, desabafou. O usuário, que não quis se identificar, contou à reportagem que tem
vergonha de usar a droga, mas não consegue parar. “Eu amo a minha mãe e
tenho vergonha de ser usuário do crack. Sinto vergonha de olhar a pedra
derretendo no cachimbo, é uma cena que eu não gosto, mas não consigo
evitar. Eu tento fazer tratamento mas não consigo”, disse. Dentro da geladeira, a mãe deixa apenas o essencial. “Se tiver alguma
coisa boa ele troca por pedra. Eu vivo pela misericórdia de Deus, é
muito sofrimento”, declara.
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