By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL O DIA – Imagem: Isác Nobrega (PR)
O relator, ministro Bruno Dantas, chamou a atenção
para situações que, segundo ele, "insinuam movimento de afrouxamento das
regras fiscais". Para ele, esses sinais podem ser "nefastos" para a
saúde das finanças.
"O País precisa evitar a todo custo a relativização
das regras fiscais, seja sob qual pretexto for. A responsabilidade
fiscal dever ser o pilar a ser perseguido não apenas formalmente, mas,
sobretudo, materialmente", afirmou Dantas. O parecer será enviado ao
Congresso, responsável por apreciar as contas presidenciais.
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O pagamento de R$ 1,5 bilhão em benefícios
previdenciários sem o devido respaldo no Orçamento foi um dos motivos de
ressalva às contas. A despesa deveria ter sido executada em 2019, mas
acabou virando um "orçamento paralelo" que só foi devidamente registrado
no início de 2020.
Na prática, o INSS ficou sem dotação orçamentária,
mas continuou executando os pagamentos a aposentados, pensionistas e
outros beneficiários do órgão. A prática fere a Lei de Responsabilidade
Fiscal, a Constituição e pode ser considerada crime contra as finanças
públicas.
O relator chamou atenção ainda para a instituição de
R$ 182,86 milhões em renúncias tributárias de forma irregular em 2019.
Outro alerta veio da capitalização da Emgepron, estatal militar criada
para financiar a construção de corvetas e navios para a Marinha. Segundo
Dantas, o aporte de R$ 7,6 bilhões na empresa foi feito apenas para
"formar caixa" na estatal e destravar a despesa para a construção das
embarcações, que dentro do Orçamento estava limitado pelo teto de
gastos, que impede o avanço das despesas acima da inflação.
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O TCU recomendou ainda que o governo dê transparência
aos gastos com publicidade, inclusive de empresas estatais. No ano
passado, quase R$ 1 bilhão foi desembolsado pelos cinco maiores
contratantes do governo, incluindo as empresas públicas.
Só o Poder Executivo autorizou R$ 524 milhões em
comunicação social, sendo a maior parte (97%) distribuída entre
publicidade de utilidade pública (R$ 283 milhões) e comunicação
institucional (R$ 226 milhões) - essa integralmente empenhada pela
Presidência da República.
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